A reportagem do “Wall Street Journal” (em inglês, acesso gratuito) pergunta a um punhado de escritores qual é sua rotina ao escrever. Previsivelmente, aparecem métodos, hábitos, rituais e manias de todos os tipos – ou alguém achou que o título deste post, que é também o da reportagem, anunciava um passo-a-passo de validade universal?
De qualquer modo, é sempre interessante saber o que se passa na mesa de trabalho dos outros. O que mais me impressionou foi descobrir que ainda existem tantos adeptos – Michael Ondaatje, Kazuo Ishiguro, Orhan Pamuk, Amitav Gosh – da velha caneta (ou lápis) no papel.
Eu acreditava que esse tipo de escritor, com a óbvia exceção dos poetas, estivesse rumando para a extinção. Pelo visto, não está. Talvez a turma da caligrafia concorde com Graham Greene, que disse: “Meus dois dedos numa máquina de escrever nunca se conectaram com meu cérebro. Minha mão numa caneta, sim. Uma caneta tinteiro, é claro”. Ressalvado o direito sagrado de cada um escrever como bem entende, alguma coisa nessa tirada de Greene sempre me incomodou. Um dia descobri o que era: os dois dedos. O cara catava milho!
Da minha parte, para retomar a feliz idéia de “conexão” com o cérebro, acho o processador de texto o melhor amigo do escritor. Quando as sinapses estão desembestadas – o que pode ser raro, mas acontece – dedos bem treinados conseguem correr no teclado numa velocidade que só bons taquígrafos poderiam superar. Sem falar nas correções limpas, nos comandos de busca, no corta-e-cola, na magnífica tecla Del…
E já entrando no terreno das manias em que a reportagem do WSJ se detém com tanta volúpia, sempre uso Times New Roman, corpo 12, entrelinha 1,5. Há muitos anos, quando ainda alimentava alguma nostalgia da máquina de escrever, brinquei com o Courier New. Mais tarde fiz umas experiências com o elegante Garamond, mas parei logo. A prosa estava ficando bonitinha demais.
57 Comentários
Também cato milho. E com muito orgulho. 🙂
Uso Calibri, corpo 14, entrelinha 1,5. Pro blog escrevo em corpo 16. Acho que estou ficando gradativamente cego.
Se estás ficando cego com certeza será para veres melhor. Leia João 9. Contundente palavra de Jesus. veja só, Moricz!
Na última vez que tive de escrever um parágrafo inteiro com caneta, senti dor na mão.
E usar Courier New na fase nostálgica é clássico! Além da Typewriter Rough, que lembrava muito máquina velha, mas carecia de acentos. Também já experimentei a Garamond, me lembrava especialmente uma edição do Lavoura Arcaica, cuja fonte usada foi essa. Mas nenhuma bate a Times New Roman, não é à toa mesmo que virou padrão.
Maria, amada, você acha que a Times New Roman virou padrão porque nenhuma bate, ou nenhuma bate porque ela virou padrão?
Rosângela, não sei bem qual a importância disso, mas acho que virou padrão porque é uma fonte amigável, com cara de fonte padrão mesmo.
Para se escrever um grande romance é preciso primeiro de tudo “se estar apaixonado”. E se for por um Rei- Cordeiro… melhor ainda… se esse Rei foi carpinteiro… hum… se este Rei é também apaixonado a ponto de morrer por paixão… iiii
Agora… se este Rei ressuscita e vira um Noivo.- Cordeiro …esperando a Noiva se aprontar para as Bodas … Ah…
É um Romance e tanto…
O Final vai depender da escolha de cada personagem … e aí, de Romance pode passar a Policial, Ação, ou outros.
Bem, um Bom Romance, para um leitor sem ânimo dobre, e sem mente partida… tem sempre um Final Feliz… E este Final pode ser até no começo… ( doideira? Que nada! )
Geralmente é dali, do começo feliz que vem toda a narrativa…
Ai! Estava querendo parar de escrever… mas venho aqui no Todo Prosa… me aguça… E logo “Grande Romance.”..
Meu Deus… Meu Deus…
Por falar nisso… não sei muito bem esse negócio de letra. Mas gostei da Verdana do Verbo Solto, e comecei a soltar meu verbo com verdana também. Achei a letra limpa e clara. Sei lá. Gostei.
Querido Tibor, cata milho, mas cata com o humilddade. O “orgulho” hoje está um perigo.
Porque não se começa um Grande Romance quando não se está feliz. Poderá ser Romance. Poderá ter milhões de páginas, mas não será, jamais, um Grande Romance…
E vou ficar por aqui, senão vou acabar começando o meu em local alheio. rsrs
… pois romance é o que não me falta… rsrs
inté!
saudoso da máquina de escrever, usei durante bom tempo a bookman old style. hoje me rendi à calibri também.
vou lá ver a reportagem… mas uma coisa, no meu caso, é estranha: eu não consigo escrever em casa, nem estando sozinho, no escritório.
:>/
Desaprendi há muito escrever à mão, a não ser para anotar telefones ou pequenos recados no quadro branco aqui de casa.
Por força do trabalho e da formação acadêmica, todo o resto que escrevo, incluindo parcas e arriscadas investidas “literárias” – nas quais a tecla DEL opera milagres – é atrás de um teclado, fonte Calibri corpo 11.
SR tem “uma umas” na penúltima linha.
Valeu, Thiago.
SR, tem “uma umas” na penúltima linha.
Eu quero muito escrever um romance. O “grande” fica para depois. Escrevo a mão, escrevo no micro, com todos os dedos e sem olhar as teclas. O duro é o tal “romance”. Escrevo contos. Segundo a Rosangela para escrever é preciso estar apaixonado. Eu sempre estou apaixonado pela vida. Falta a centelha, a centelha…e depois os noventa por cento de transpiração.
Só sei escrever à mão se for com letra de forma – e levo 25% mais tempo que o esperado. Minha letra corrida é exatamente a mesma de quando eu tinha 6 anos, mesmo tendo frequentado cadernos de caligrafia até os 16. Por isso só uso o computador, mas me satisfaço fácil com o bloco de notas.
Gosto de canetas, acho lindo ver as linhas formando palavras, frases, textos. Mas pra mim é quase um artesanato, assim como entalhe em madeira, ponto-cruz e bonequinhos de biscuit.
Amo um papel bem grande, tipo folha de computador, lápis macio número 6…. Hum… aí abro a Bíblia… e cada coisa linda… cada trama, hein? Histórias lindas… lindos Romances… vão nascendo no dia a dia… quando seguimos os passos ali…
Tudo da Natureza humana está ali… Vivo… e tudo se repete nas vidas e mortes de todos os transeuntes da terra. Quando vão ali nos compêndios podem aprender com os fracassos e a vitórias. Evitando os primeiros e perseguindo os segundos…
************será que estou um peixe fora dágua aqui? ******
Rosângela, acho que sim…
Obrigada pelo aviso, leitor. Quem pergunta quer resposta.
Outra perguntinha, leitor?
Você pode dar uma mãozinha para eu ir para a água de vocês? Ou devo jumentar em outro pasto?
Virei aqui para ler…
E começar um novo Romance…
Nâo. Aqui não! rsrs
Ah! Sobre os dedos tenho algo a dizer.
Tem um texto na Bíblia que diz: Deus prepara nossas mãos para a guerra e nossos dedos para a batalha…
Vivo isso literalmente. Seja no papel, lápis.. seja na tecla…
Uma Revolução de Amor…
Putz, li a matéria e fiquei assustada com a quantidade de “top authors” de quem eu nunca tinha ouvido falar (10 a 7).
E, não é por nada, não, mas acho que eu ia me divertir com os comentários do Rafael aos comentários deste post. 🙂
Puxa, Isabel, você me pede um comentário que, suponho, deve ser obrigatoriamente bem humorado, mas ando num mal-humor danado.
Como devo obediência às regras da andante cavalaria, que jurei professar em circunstâncias menos vexatórias que as que marcaram a ordenação do Cavaleiro da Triste Figura, não posso furtar-me ao pedido de uma dama, Eis o que tenho a dizer:
A muitos recomendo que voltem ao bom e velho papel; é um excelente combustível, queima fácil e não deixa rastros se o felizardo souber atear o fogo. Os recursos tecnológicos permitem a recuperação de dados, o que é, convenhamos, uma desgraça para a Humanidade perante. Uma vez on line, certas boçalidades podem se eternizar, coisa que não desejo a nenhum dos nossos comentaristas.
Também sou, ao meu modo, cristão.
Tenho certeza de que se eu disser que estou com gases e que soltei um peido fedido agora a Rosângela vai aparecer com um Salmo, um versículo de alguma das cartas de Paulo (o apóstolo mais chato de toda a Biblia – ai, que saudades de Judas… Aquele sim era divertido! Denunciar alguém dando um beijo no seu rosto é de um humor digno de Monty Python!) ou um trecho escabroso do Revelação (que vocês, mortais ignorantes, sem cultura clássica, chamam de “Apocalipse”)…
Tem mulher que, por falta de um bom macho, se agarra úmida a Jesus… Vou te contar…
JESUSMECHICOTEIA!
P.s.: Prezada Rosângela, não perca seu tempo me respondendo, porque não vou fazer o seu joguinho e ler a sua (eventual) resposta, alimentando os seus problemas psicológicos e o seu ego carente. Pessoas como você vivem de atenção e a minha eu lhe recuso desde já (excetuando-se esse único comentário que farei em referência a sua Triste e Lamentável Figura…) Carpe Diem!
Humm… Gosta de Times New Roman, mas utiliza Arial no blog. Prefiro estas, sem enfeites supérfluos. Serifas desperdiçam tinta, quando impressas!
Estou falando de escrever, Daniel, do que rola aqui na minha mesa. Publicar é outra história: entre livros, blogs, revistas e jornais, já mergulhei em mais fontes que os personagens de Fellini. (Agora, miolo de livro sem serifa não dá.)
Não, Rafael, seus comentários mal-humorados são os melhores! E o Saint-Clair até se inspirou, também citou o Dom Quixote… 🙂
Pois é Rafael, não adianta eu responder já que você não vai ler.
Li tudo que você escreveu e que bom que hoje temos a liberdade de fazê-lo, não?
Rosângela, acredito que você esteja me confundindo com o Saint-Clair.
Desculpa-me Rafael! Mais uma vez um furo! Verdade! è que coração de romântico se embola diante de algumas situações. Mas verdade, não foi você. Desculpa-me, por favor.
Quem sabe meu coração tenha me desviado para você? ( rsrs) Sei lá? O outro estava tão zangado e de mau humor, que, por um propósito melhor houve um desvio protetor de coração. Não sei se você sabe, Rafael, mas Deus colocou na mulher algo que protege a cabeça do homem. E cololou no homem alg protege o coração da mulher. Por isso a lumlher deve sempre respeitar um homem. Considerá-lo. E o homem deve sempre cuidar do coração da mulher.
Neste caso por exemplo, da menina da mini saia. Se eles, os garotos, tivessem lido apóstolo Paulo, não teriam agido assim, e na hora da hostilidade teriam protegido o croação dela. Mas eles preferiram fazer como Judas, que por causa de seu egoismo, preferiu deixar Jesus nas mãos de escarnecedores. Que pea, Jesus acabou numa Cruz e por nós. Judas acabou num campo de sangue, mas por causa de sua amargura.
Obrigada, Rafael por ter sido para mim, mais Paulo que Judas. Mesmo eu te confundido…
Obrigada, Rafael ( nome de Meu filho.)
Ah.. tenho um marido maravilhoso… ´´umidoe e que muito protege meu coração para que lúcida, eu possa manifestar o fruto da Árvore da Vida.
Por trás de um mulher romântica e lúcida tem sempre um homem de bom humor, amável e protetor de seu coração. Meu marido é o homem mais especial que conheço. Não só eu acho. Todos acham. Fui privilegiada. E isso aqui é verdade. Todos o admiram e eu tive o privilégio de tê-lo como marido. Incomparável! Presente do Deus de Amor pra mim.
Segue meu testemunho. Entendendo a escrita como processo, nas etapas iniciais do trabalho, eu uso lápis coloridos, fichas e planilha eletrônica (nunca editor de texto) do Google Docs.
Para anotações rápidas, lembretes, etc uso também Twitter e Facebook.
Mais a frente, quando a coisa começa a ficar séria, recorro aos softwares de edição para escritores. Os meus preferidos são o Ulysses 2.0 e o Scrivener (ambos para a plataforma Mac; suas versões mais simples podem ser baixadas gratuitamente).
O diferencial destes é que incorporam, além da edição do texto, ferramentas úteis durante o processo como um todo, tais como banco de dados de imagens, editor semântico, corkboard, outline, exportação em diversos formados de arquivos etc.
E sobre as letras, lembro que para leitura em tela, diferentemente da leitura em papel, as melhores fontes serão as “não serifadas”, ou seja, verdana (a minha predileta, tam 10), tahoma, arial etc.
É sempre bom evitar formatações especiais (até pensando na leitura do texto em diversos tipos de dispositivos, tais como eReader, iPhone, smartphones etc).
Informação de natureza técnica.
Segundo os especialistas, as fontes serifadas são as mais indicadas para texto impresso, principalmente quando a mancha (parte impressa de uma página tipográfica, por oposição às margens e aos claros) for grande (caso dos livros, em geral). A base inferior das serifas cria uma certa ilusão de continuidade entra as letras, gerando linha virtual que facilita a leitura. Por isso são utilizadas nos livros, jornais, etc.
As fontes sem serifa (caso da Arial), seriam mais indicadas para as leituras em tela, por sua natureza despojada.
Essas afirmações, entretanto, são passíveis de verificação empírica, coisa que a informática permite a qualquer um que se disponha a fazê-lo. Basta uma impressora, e o redator pode tirar suas próprias conclusões.
Tweets that mention Como escrever um grande romance | Todoprosa -- Topsy.com
Toda essa elocubração sobre ser ou não ser serifado tem para mim a mesma relevância do peido do Saint-Clair, acima mencionado…
Engano seu, Rafael. Experimente ler o seu Quixote sem serifa para ver no que dá. Miolo de livro – eu disse livro-livro – sem serifa é coisa de designer que está se lixando para a leitura.
Fui, para mal dos meus pecados, ao artigo citado pelo Sérgio. Cito o primeiro parágrafo, em tradução caseira (copyright Sérgio Rodrigues):
“Ricardo Poderes lagarteia na cama o dia inteirinho e vai ditando em voz alta suas historietas para um laptop dotado de programa de reconhecimento de voz. Junô Dias, autor do romance laureado pelo Pulítizer, “A Maravilhosa e Curta Vida de Oscar Uau”, tranca-se no banheiro onde mete a bunda na beirada da banheira, notebook no colo, enquanto se debate hamletiamente diante de uma passagem confusa. Hilária Mantela, cujo drama tutorento, “O Corredor Lobo”, foi agraciado, este ano, com o prêmio O Homem Corretor [eu imaginando que essa láurea fosse exclusiva para indivíduos do sexo masculino que operam na bolsa de valores…], salta para o chuveiro quando sente um branco: ‘Jamais saberei dizer o número de páginas aguadas que aparece em minha obra’, confessa a Sra. Mantela.”
Depois de ler essas imprescindíveis e didáticas palavras, publicadas no prestigioso Wall Street Journal, descubro involuntariamente que ler a Revista Caras, nos dias que correm, deixou de ser sinal de demérito intelectual.
Sérgio,
A serifa é relevante; o irrelevante é esse bando de marmanjos filosofando sobre as serifas.
Lembrei da serifa, pois falava-se de softwares editores de texto (e software, pelo que sei roda em máquina, não em papel (não falamos de ipapers).
Mas, quem sabe, terão “a” razão você e Sérgio?
Proponho que alterem as fontes de seu navegador para um tipo serifado e tentem ler o Todoprosa.
No Firefox, por exemplo, vá em Tools; Options; Fonts & Colors; depois escolha como ‘default font’ Times New Roman; clique Advanced; e agora, desmarque Allow pages to choose their own fonts, instead of my selection. Ok?
Agora, fechem tudo e tentem ler o Todoprosa. Que tal? Deve ter ficado bem legal, hein?
Pois é, serifa é relevante, não é? Mas as fontes não serifadas também. E os profissionais da área de Design, que estudam 5 anos de faculdade, sabem bem porquê.
Aliás, o profissional de Design nunca foi tão importante quanto nos dias de hoje em que vivemos a era da convergência, quando texto, imagem, vídeo, migram para a tela.
Claudio, acho que sua irritação pouco habitual, que transparece no tom do comentário, deixou-o cego para algumas coisas. A primeira: quem trouxe a serifa para esta conversa não foi você, foi o Daniel Brazil. Segunda: nunca condenei fontes sem serifa – a não ser em miolo de livro. Textos curtos, como são em geral os publicados na tela, se saem bem com elas. Mas essa conversa ficou um tanto bizarra. Se me der licença, continuarei a usar Times New Roman para escrever minhas coisas.
Ando meio rabujento ultimamente, Sérgio, deve ser a idade (ou os absurdos que tenho lido por aí depois que descobriram a ‘tecnologia digital’ em Frankfurt). Por favor, releve. Siga de Times, que eu vou de verdana mesmo. E já que falamos (indiretamente) de pbooks e ebooks, aviso (aos que ainda não sabem): a Amazon lançou hoje o Kindle for PC (download grátis). Isso é bom (principalmente para a Amazon, claro) já que se eles não abrirem o serviço correm o sério risco de serem engolidos pelo Google Editions. Para completar a nota, segue um endereço complementar para os que quiserem experimentar no software alguns livros em domínio público: http://www.freekindlebooks.org .
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Rafael , me agrada a sua escrita… rsrsrs, sua performance… seu tratado e seu tratar…
….. taí. Agrada-me.
Agora… apesar de não entender quase nada de tudo isso. Comigo é o seguinte: escolho a letra… se fica embolada descarto… procuro outra. Gosto muito da Comic sans men… nem sei se é assim… mas dizem que é letra infantil…
Quando eu ia comentar sobre esta coisa de muita (in)”locubração” técnica aqui, o Rafeal foi na bucha.
Por que é mais fácil falar sobre as ferramentas que sobre a obra, hein?
Outra coisa! Este é o único blog de que participo e que há muitos comentários. Dizem por aí que é por minha causa que param os comentários. O Sinclair quase me fez acreditar. ( Tomara que ele nem leia isso aqui… Meu Deus!)
Oi Sérgio! Gostei muito do post! Eu também escrevo e comprei um netbook (menor que o notebook) justamente para escrever meus textos, mas não sei o que há que o processo desanda…
Agora, quando pego caneta e papel, tudo flui muito mais fácil… será o hábito? Sou jovem e já sou dessa geração “internerd”. Mas não hora de escrever materiais longos, meu caderno é meu melhor amigo. Valeria um estudo científico sobre o caso. risos
Imagina ter que escreve rum livro em papel e depois passar para o computador. Estou passando por desafio semelhante =/
O bom de escrever a mão é que dá pra ser mais rápido e mais livre, ao menos comigo. A ausência do delete faz com que eu não me preocupe tanto em voltar pra corrigir alguma coisa (frase mal estruturada, erro de ortografia). Assim eu me preocupo mais com as ideias.
Gosto muito de escrever em caderno, folhas, etc. Mas por causa de blogs acostumei com o teclado. Claro que erro muito, pois as mãos não acompanham o pensamento. E se não cuido, envio com muitos erros e isso não é bom.
Eu tenho um problema parecido: Só consigo escrever digitando, e só no Notepad! Se tento postar direto no site, ou no word (para usar o corretor) a obra não vai para a frente. Tenho de primeiro escreve-la num .TXT, copiar no word, passar a revisão ortográfica (e uma segunda leitura) para só depois postá-la.
Sergio, acho que não precisamos usar uma só forma de escrever, como você comenta ao estranhar que alguém ainda escreva à mão. Sempre estive atenta para não criar qualquer tipo de dependência (rituais ou materiais-fetiche), por isso sempre levo um caderno sem pauta na bolsa para onde for, caso estiver longe do computador. Morando no Rio, sabe perfeitamente que não é bom chamar a atenção e como escrevo desde pequena, já carregava meu caderno para a pracinha onde minhas filhas brincavam. Mais tarde meu netbook foi roubado no metrô e voltei ao hábito de levar o caderno na bolsa. Não o uso para escrever trechos inteiros de um texto ou de uma sinopse (sou pesquisadora, ghost writer e roteirista) , mas para anotar ideias, os famosos insights que (você sabe!) podem ocorrer em qualquer hora ou lugar. Não me aborreço em filas de banco ou salas de espera, sempre carrego livros para ler/estudar e meu caderno. Adoro escrever no computador porque aprendí a usar todos os dedos com um velho programinha, questão de exercício e empenho. Mas às vezes as sinapses são tão velozes que nem os dedos treinados as acompanham e daí escrevo esses insights em outro caderno sem pauta que mantenho sobre a mesa só para isto, assim como também posso usar o gravador para registrar ideias em frases soltas. Meu único foco é sempre dar espaço ao fluxo do pensamento criativo sem restrições, sem me preocupar com redações perfeitas.
É coisa de maluco a rotina de quem escreve, mas cada um acaba achando o método que melhor lhe convem, é só o que interessa!
Mas, Sérgio, e demais que escrevem ao computador, uma pergunta. E se quando se está a escrever, um último capítulo, um lance capital da peripécia, o computador simplesmente desliga devido o fato da energia ter acabado, ou qualquer outro problema? Vocês não têm esse medo?
Sou também um eterno adepto do manuscrito.
Não, J.Paulo. Já perdi trabalhos por enguiços tecnológicos, tempos atrás, mas aí descobri o valor inestimável de duas coisas: no-break e backup constante. Um abraço.