httpv://www.youtube.com/watch?v=EqlPKnPTz7s
De vez em quando um leitor me pergunta se tenho alguma coisa contra poesia, um tema que nunca abordo aqui no blog. Sempre explico – e explico agora de novo – que não, claro que não tenho nada contra poesia. Ocorre que é preciso fazer escolhas e a do Todoprosa é falar só de prosa, como o nome indica. Questão de foco.
O que nunca acrescentei, mas acrescento agora, é que existe um aspecto da poesia que realmente não costuma me cair bem: a recitação. Talvez porque eu suspeite da musicalidade fácil das palavras, como João Cabral. Ou quem sabe o pessoal anda abusando mesmo da afetação nos saraus da vida.
Refletindo sobre essas questões, decidi abrir uma exceção e… falar de poesia! Mais especificamente, de recitação de poesia: o Pop Literário de Sexta traz um hilariante vídeo tutorial (em inglês) que ensina tudo o que não se deve jamais fazer ao ler poesia em voz alta, a menos que se almeje o ridículo. Algumas dicas:
Insira pausas… nas frases… quer elas estejam lá… ou não.
Leia versos que não são perguntas… como perguntas?
Chegando perto do fim do poema? TALVEZ O PRÓXIMO VERSO DEVA SER GRITADO PARA DAR ÊNFASE! E TALVEZ SEJA TAMBÉM UMA PERGUNTA?
Sendo assim… BOM FIM DE SEMANA!… a todos?
6 Comentários
Não consigo ver o vídeo (no trabalho ao menos), mas a seleção de dicas traduzidas foi o suficiente pruma gargalhada.
Parte da minha preguiça (constantemente rechaçada quando pego um livro com versos que curto) com a poesia deve-se a isso. Fizeram uma entrevista comigo perguntando de saraus e uma resposta sincera e direta ao ponto (que não foi a dada) teria que abordar esse aspecto.
Tem gente que é boa nisso. Tem uns eventos na cidade que todo mundo sai elogiando e tal. Mas eu sei que, se eu ceder e acabar encontrando “pausas… nas frases… quer elas estejam lá… ou não”, eu vou acabar perdendo alguns amigos depois. =P
Não deixe de ver o vídeo, Arthur. O cara é engraçado, me lembra muito um que vi certa vez em Recife.
Estamos juntos nessa: odeio recitais de poemas! Mas amo poesia.
abraço,
clara
Vi o vídeo. Engraçadérrimo. É o meu estereótipo de declamador de sarau.
(Logo em Recife? Sou de lá, mas não declamo assim não, tá? Melhor: nem declamo de jeito nenhum. Ódio mortal desses silêncios que querem deixar tudo mega-significativo) =P
O ar de pergunta então…antes de algo que se aproxima de uma recitação, é, verdadeiramente, uma inquisição!ou melhor, inquisição?
Quando estudei Educação Artística a mestre de português perguntou quem curtia poesia e quem não curtia. Eu fui um dos que levantou a mão para dizer que não curtia. Por que? Bem, não gosto do nhem-nhem da recitação. Até que o Sergio Rodrigues pôs em palavras o meu problema. Muito bom!
É?hilário!!