Principal editora de literatura do país, a Companhia das Letras anunciou há pouco – neste texto assinado pelo editor Luiz Schwarz em sua coluna no blog da casa – a criação escalonada, entre o mês que vem e março de 2013, de quatro novos selos que tornarão a empresa um “grupo editorial”. Os novos selos terão autonomia, “como se fossem novas editoras”, e para eles serão desviados inclusive autores que hoje são publicados pela Companhia. Os selos são Paralela (ficção comercial), Boa Companhia (antologias temáticas), Seguinte (infanto-juvenil) e Portfolio Penguin (negócios).
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Não duvido que as fascinantes esculturas (como a da foto acima) do artista americano Brian Dettmer, que conheci no ótimo blog de Almir de Freitas, sejam a prova mais irrespondível de que, embora o mundo digital tenha muitos encantos, existem coisas que só um livro físico pode fazer por nós.
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Momento egopress: meu romance “Elza, a garota” (Nova Fronteira, 2009) vai virar filme, anuncia hoje em primeira mão no “Globo” o colunista Ancelmo Gois. Os direitos de adaptação foram adquiridos pelo diretor e produtor Dodô Brandão, autor de “Dedé Mamata”, uma ficção que tem pontos de contato com a temática de “Elza”, e do documentário “3 Antônios e 1 Jobim”. Também publicado em 2010 em Portugal pela editora Quetzal, o romance conta a versão romanceada de uma tragédia política real: Elza era o codinome de Elvira Cupello Calônio, jovem militante do PCB que, sob suspeita de traição, foi assassinada pelos próprios companheiros em 1936, na esteira do fiasco da Intentona. A decisão final da execução foi de Luiz Carlos Prestes.
7 Comentários
Sobre a adaptação do ‘Elza’, interessante saber que você não vê problema em se envolver com a área audiovisual. Já participei de equipes que escreviam roteiros para TV. Sempre achei estranha e risível a pretensão purista de certas “turmas literárias”.
Problema nenhum, Silvio. Preferi não participar da escrita do roteiro, mas isso é só uma questão de foco. Um abraço.
Virar filme? Que legal! Parabéns!
Valeu, velho Tibor (velho no sentido todoprosístico). Um abraço.
Oi Sérgio. Esse trabalho de Brian Dettmer me lembrou o livro-objeto Tree of codes, que Jonathan Safran Foer “retirou” da história Street of crocodiles, do Bruno Schulz. O visual é incrível e o livro resgata o prazer físico de contato manual com a matéria. A leitura é que ainda me bateu um pouco truncada, pelas diversas camadas de páginas, que me deixaram um pouco tonto – e me fazem querer tentar uma releitura. Um abraço.
O método lembra mesmo, Leonardo. Embora a tarefa de JSF seja mais difícil, por não abrir mão do discurso verbal. Li sobre o livro, achei o conceito intrigante, mas confesso que não me animei a encarar o resultado na prática. Admiro sua bravura. Abs
É verdade – a tarefa do JSF é mais difícil e realmente é preciso alguma bravura – há meses que a alimento, espero um dia chegar a hora da refeição. Abraço.