Os cartunistas americanos Robert Crumb e Gilbert Shelton foram os protagonistas da página mais constrangedora da história da Flip, na mesa “A origem do universo”, que terminou há pouco, com mediação do jornalista Sérgio Dávila. Conversa mole e entrecortada de dois hippies velhos, pontuada de fracas e recorrentes piadas sobre o tamanho dos glúteos das mulheres brasileiras, bastaram dez minutos para deixar claro que a escalação dos cartunistas, por mais importantes que seus nomes sejam na cultura underground americana, tinha sido um equívoco. E tudo piorou quando, com metade do tempo transcorrido e numa aparente tentativa de salvar a noite, a organização do evento fez subir ao palco a mulher do astro principal, a também cartunista Aline Crumb. Foi quando o mediador e Shelton – que, apesar de meio surdo, ainda tentava timidamente dirigir o papo para algum lugar menos desprovido de sentido – se viram excluídos do que virou um bate-boca doméstico. Doses maciças de vergonha alheia no sábado à noite, o “horário nobre” do evento. Ei, pessoal: talvez não seja má ideia escalar apenas escritores, afinal.
17 Comentários
Esta é minha 6• Flip. É, sem dúvida, a pior de todas. Está parecendo um simpósio de Ciências Sociais.
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O que faz o autor do texto afirmar que Crumb e Shelton não são escritores? Isso é preconceito puro.
É muito engraçado isso. Antes todo mundo estava babando o ovo do Crumb, agora jogam pedra nele.
Infelizmente, as pessoas fazem questão de que seus ídolos se comportem como elas pensam que eles são, e ficam indignadas quando se comportam como realmente são.
PUTZ! jurei que a flip era como encontros estudandis… apenas desculpa para viajar e fumar!
Mágoa de caboclo: volte duas casas.
Eu continuo babando o ovo do Crumb. Bobinhos os que acharam que ele ia virar o rei da simpatia porque veio para Paraty, e que se esforçaria para parecer inteligente e interessante para a sua audiência.
E outra parte engraçada desse texto é a sugestão de que um escritor é automaticamente mais interessante por ser escritor. Aiai. Preguiça.
ô, queridão. Você já tinha visto alguma entrevista do Crumb? Não, né. Pra se sentir surpreso com essa mesa… Vocês jornalistas não pesquisam antes? Que tal ter um background? Internet tá aí, youtube, google. Antes de escrever não custa ler… “escritores”.
Pô Zappa, se você já sabia que seria um mico de tais dimensões, podia ter dado um toque no pessoal da Flip enquanto era tempo. Pouparia os caras de um vexame e o público de gastar dinheiro com uma mesa que muita gente, coisa inédita, abandonou no meio.
É aquela velha história de Autor e Obra…
sergiorodrigues, agradeça também ao mediador que fez ótimas perguntas.
Crumb é um cara elegante e íntegro. Nada que ele fez na Flip desmente isso. O fato da mesa não ter sido interessante deve-se ao formato da mesa e não aos convidados. Crumb e Shelton emprestaram prestígio e deram visibilidade à Flip. Foi para isso que foram chamados.
Ve se aprende alguma coisa sobre Crumb, antes de falar tanta besteira.
http://furrywater.wordpress.com/2010/08/09/encontro-com-mr-robert-crumb/
Crumb e Shelton zoaram a palestra e depois ele começou a brigar com a mulher no palco e vc ficou surpreso???? REALMENTE não sabe nada do Crumb. Será que rola depois um videoteipe? momento histórico apenas.
Consegui uma entrevista exclusiva com Mister Crumb. Saiu hoje uma prévia do papo no SaraivaConteúdo e no Estadão:
http://www.saraivaconteudo.com.br/artigo.aspx?id=377
http://www.estadao.com.br/estadaodehoje/20100809/not_imp592278,0.php
Ota, você chama o Crumb de “escritor”, sério? Podia jurar que o cara era quadrinista, cartunista, coisa assim. Tem alguma coisa errada em ser quadrinista, cartunista? Vocês crumbmaníacos são muito engraçados. O cara é gênio na praia dele, importantíssimo e tal, mas falando em público é uma mala, acontece. Não se trata de “surpresa” nenhuma, Zappinha e Cyco, de onde vcs tiraram isso? Eu já esperava algo do gênero, embora, confesso, não tão lamentável assim. Trata-se de ver e criticar, só – sem servilismo, sem ficar de quatro para um desprezo ripongo bobo e cansado pelo público que comprou ingresso. “Bem fez a Janis”, disse alguém em Parati, mas eu não chego a tanto, acho de mau gosto. Talvez a responsabilidade seja toda de quem convidou o Crumb sem ter apurado direito com que tipo de “palestrante” estava se metendo. Rolou um certo deslumbramento com o nome, parece. E continua rolando, a julgar por tantos comentários de gente que provavelmente nem viu o que aconteceu lá. Mas é assim que um mico histórico vai ficando antropologicamente interessante.
Segundo o Ambrosia, Crumb for Dummies, o mediador Sergio D’Avila não soube conduzir a coisa e perdeu o controle. Não estive lá, não posso ter certeza.
Ainda Crumb - Trabalho Sujo - OESQUEMA