A consulta vem do leitor Olney Figueiredo:
Dá pra explicar o motivo do uso de “cachê” (do francês, “oculto”) como forma de pagamento de artistas?
Na verdade, nosso cachê foi importado do francês cachet, que não guarda relação com o verbo cacher, “disfarçar, dissimular, esconder”. Embora possa sugerir a imagem de um pagamento envergonhado, feito na moita, o cachê não tem nada a ver com isso. A palavra cachet, cujas acepções mais antigas são “sinete, carimbo, selo”, acabou adquirindo em francês o sentido, entre outros, de remuneração dada a um artista por cada uma de suas apresentações. O caminho que percorreu para chegar a esse ponto incluiu carnês – carimbados, claro – que iam sendo destacados a cada pagamento.
Publicado no “NoMínimo” em 11/9/2006.
24 Comentários
Parabéns ao autor por nos ajudar a desemburrecer.
Aprendi a origem de mais uma palvra de origem estrangeira muito usada por aqui. Obrigado.
Prezado Alfredo Barros, o desconhecimento das palavras nao pode e nao deve ser rotulado como burrice, mas como falta de cultura.
Acredito mais na interferência do inglês “cash”.
Laura, a influência do inglês no idioma pátrio é bem mais recente, a partir da segunda metade do século XX, quando o termo “cachê” já era de uso corrente no Brasil. Até então, a maior parte dos estrangeirismos era de origem francesa, idioma considerado à época “mais chique” e de uso universal nos meios diplomáticos.
Cachê faz parte da banda de decide tudo
Vou expor um pequeno fato ocorrido a anos atras e quem quiser a prova pode tirar que esta a disposição
Um advogado, tinha garantido uma causa, ai no dia da audiencia, o filho do contratado teve que ir ao tribunal
Ao subir a escado do tribunal, o advogado estava passando um passo de dinheiro a um cidadão de terno
O advogado disse entre naquela porta que a audiencia vai começar
A surpresa quem era o dito cujo que recebeu o cachê
O juiz da audiencia, eu era o filho do contratado
Moral da historia, o meu pai foi trapaceado pelo cachê do advogado dado ao Juiz na escada
Isso aconteceu em Joinville SC quando tinha 15 anos
Se não fosse o cachê a causa seria ganha
Na realidade vem de cobertura em françes.
O pagamento se referia a uma cobertura finaceira.
Esta palavra cachê tb está nos computadores.
Mas no caso dos computadores a palavra inglesa cache (sem acento) vem do francês cacher. Originalmente ela se referia aos buracos onde colonizadores e exploradores escondiam munição e provisões.
Cachet é mais usado com selo, chancela, autenticação(fig).
Nós geralmente pronunciamos cachê, em Português, mas na verdade é caché, como em Chevrolet. Algumas pessoas falam, no Brasil que crochet é crochê, deveria ser como a marca da GM, croché.
Aqui, Nelson Piquet torna-se “Piquê”; os franceses dizem “Piquét”, com “e” aberto e o “t” ligeiramente marcado. Ahh, esses franceses…rsrsrs.
Cada povo faz (ou deveria fazer) o que bem entende quando pronuncia um termo de origem estrangeira. Os franceses pronunciam um nome próprio como “Klossowski” acentuando a última sílaba, e não há nisso “verdade” ou “erro”. Eles pronunciam como bem entendem justamente porque não são servis. Nós, por outro lado…
De fato, um estrangeiro que falando o português tenha uma boa construção de frases e um vocabulário razoável, mesmo com um sotaque carregado dizemos que seu português é ótimo. Mas um brasileiro com os mesmos atributoa falando inglês, dizem dele que “seu inglês” é horrível, e tem sempre alguém que ri a meia bôca e corrige o pequeno erro de pronúncia. Isso é ser demasiadamente rigoroso, mas somente com os seus pares.
Lamento dizê-lo, Gaulês, mas você está parcialmente enganado. Os vocãbulos franceses terminados em “et” (cabriolet, ballet, cassoulet, crochet) são pronunciados com a tônica aberta, como em “rapé”; já os terminados em “é” (René, plié, passé, fermé e todos os particípios passados masculinos) têm pronúncia fechada, como em “fazer”.
Paulo Ilmar, você não entendeu o espírito da coisa. Cachê é lícito.
O que o Meretíssimo recebu mesmo foi PROPINA, dinheiro ilícito. Igual aos nossos malfadados politicos.
O significado que uma palavra assume é uma questão cultural. Em terras lusitanas, onde vivo, propina refere-se ao valor que o estudante tem de pagar anualmente à faculdade onde estuda. Nada a ver com o sentido que adquiriu no Brasil.
Maria Helena Correa Piresd, você tb está enganada: Quando estava na escola, meus pais pagavam trimestralmente a PROPINA, legal, através de um selo fiscal.
O que vc quer dizer como ilegal é suborno.
Olha… vejo que aqui cabe este link perfeito.
Ah… Sérgio, sua A Palavra é …
…gostiu muuunntooo..hehe
http://www.affonsoromano.com.br/blog/index.php?titulo=547
Ainda bem que não sou apenas eu o burro.
Cai fora sua besta tatuada.
Oi Dourado tudo bem?
Claro que não, existem muitos outros colorados.
Pelo visto, a origem de “pagamento às escondidas” se aplica muito bem no caso do uso do termo pelas chamadas “garotas de programa”… Que provavelmente desconhecem a origem do termo, pegando-o emprestado da profissão de modelo.
Carlos Soares, obrigado pelo esclarecimento. Mas me parece que hoje em dia, já que não há mais selo fiscal, tanto suborno(corrupção) como propina( gorgeta, agrado) passaram a ser sinônimos.
Grato,mas creio que a pronúncia devesse ser cachê e não cash,como ouço comumente,e principalmente em minha área;informática,onde utilizamos este verbete para expressar memória de acúmulo ou reserva.