O americano Paul Auster ganhou o prêmio espanhol de âmbito internacional Príncipe de Asturias das Letras, no valor de 50 mil euros (quase R$ 150 mil), que ano passado ficou com Nélida Piñon. Chegaram com Auster à final o também americano Philip Roth e o israelense Amos Oz. Notícia completa do site da Fundação Príncipe de Asturias aqui.
Tomara que o prêmio ajude a dar fôlego novo ao escritor do Brooklyn. Não estou entre os que gostam de esnobá-lo – uma espécie de esporte intelectual da moda nos últimos anos – porque conservo vivo na memória o prazer que tive em minha fase “austeriana”, quando enfileirei avidamente títulos como “Trilogia de Nova York”, “Leviatã”, “Palácio da Lua” e “A invenção da solidão”. Mas reconheço que nos últimos anos o lado mais chato e autocomplacente do autor, que nunca esteve inteiramente ausente de sua obra, vem levando a melhor.
Talvez significativamente, a notícia do prêmio encontrou Auster em Portugal, às voltas não com literatura mas com a filmagem de seu segundo longa-metragem como diretor, chamado The inner life of Martin Frost. O primeiro filme, “Lulu na ponte”, lembra seus piores livros: pose demais para pouca substância.
5 Comentários
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Não tenho a menor idéia de como funcionam as principais premiações literárias do mundo. No máximo, tenho a noção de que o Nobel analisa o conjunto da obra de autores vivos. Dos demais, nada: se analisam as publicações entre uma premiação e outra, se o conjunto da obra, se há premiação em várias línguas. Ô Sérgio, uma hora você podia falar sobre isso para a ignorante aqui.
Shirlei, cada prêmio tem os seus critérios. O Príncipe de Asturias considera o conjunto da obra.
“Autocomplacente” era a palavra que eu procurava para entender o incômodo moderado que Desvarios no Brooklin me causou. Tinha algo de errado nesse livro, pensei que fosse alguma coisa na tradução, mas… autocomplacente adjetiva perfeitamente este livro, pelo menos.
Meio politiqueiro esse prêmio, não? Só por esses dois premiados, já dá pra ter uma idéia…