“Édipo Rei” – Cotação média dos leitores: Quatro estrelas. Sófocles é um autor satisfatório que escreve numa prosa clara e ágil. Os jovens em especial podem aprender bastante imitando o Sr. Rei, até o momento em que ele sai um pouco dos trilhos perto do fim. Nada que vá fazer o chão tremer, mas a coisa tem tutano. Devo admitir que ainda estou meio confuso com a subtrama bizarra envolvendo a mãe do Sr. Rei.
O satirista americano Joe Queenan consegue alguns momentos divertidos ao imaginar, no Wall Street Journal (em inglês, acesso gratuito), como seriam as resenhas de certos clássicos se em sua época já existissem os leitores da Amazon. Nada que vá fazer o chão tremer, mas… (Via Arts & Letters Daily.)
7 Comentários
Nada que vá fazer o chão tremer? O cara mata o Pai, trepa (sim, eu disse trepa) com a mãe, fura os próprios olhos… Acho que esse livro se fosse atual seria um romance obscuro a ser filmado por um diretor alternativo. No espaço Unibancool de cinema os espectadores bateriam palmas ao fim da seção e haveria uma resenha extensa na quarta página do Caderno Ilustrada da F. de SP, dissertando sobre a habilidade do diretor em contar uma história que se assemelha ao grotesco em todos nós…
A idéia tem potencial, mas a execução deixa um pouco a desejar. Na verdade, não é muito original: Umberto Eco fez uma bricandeira semelhante com textos acadêmicos. Ele imaginou obras como a Divina Comédia e a Bíblia sendo submetidas à apreciação da comunidade acadêmica como se fossem dissertações ou teses. Foge-me agora o nome do livro, que li muitos anos atrás.
Concordo plenamente com Joe Queenam: “a democracia funciona melhor quando alguém atira um mosquete e sai correndo.”
Fernando,
Acho que você se equivoca. Édipo Rei tem um enredo e isso é o pecado capital que os resenhistas da FSP não toleram.
“Ele imaginou obras como a Divina Comédia e a Bíblia sendo submetidas à apreciação da comunidade acadêmica como se fossem dissertações ou teses. Foge-me agora o nome do livro, que li muitos anos atrás.”
Era “O Diário Mínimo” – que reunia textos previamente publicados na imprensa italiana.
Isso mesmo, Diário Mínimo, bem lembrado. Esse o título da obra do Umberto Eco cujo nome havia me escapado.
Obrigado, Hefestus.
Malditos amadores profissionais… Já não basta todos os escritores profissionais amadores (ou amadores profissionais?), agora há esses malditos resenhistas profissionais amadores também…
É, obrigado mesmo Hefestus, ao ler o comentário do Rafael eu quis saber também qual é esse livro. Parece divertido.
A propósito, a ordem dos comentários voltou a ser do primeiro ao último ou meu navegador está louco? Ou estava louco?
A propósito, a melhor “resenha” do “Édipo” que vi até hoje: “ah, é o livro do cara que matou o pai e comeu a mãe”.