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Entre em forma com Harold Robbins

27/08/2007

Imperdoável. Depois de séculos de procura, o pessoal finalmente descobre uma utilidade clara para a ficção – sobretudo para a ficção cheia de ação e sexo, o que é uma forma de unir o útil ao agradável – e este blog franga a notícia.

Única desculpa para minha distração: por aqueles dias eu andava envolvido com um programa de musculação baseado no levantamento de The Complete Pelican Shakespeare.

26 Comentários

  • Rafael 27/08/2007em11:13

    Assunto tão desinteressante como ler a Revista Capricho.

    Ai que preguiça!, diria Macunaíma (a única contribuição de Mário de Andrade para a literatura universal é esta frase, na minha modesta opinião).

  • Bemveja 27/08/2007em11:41

    Vale tudo na luta para ampliar o número de leitores/consumidores e os atrativos da literatura. É o jogo do marketing. Ler, afinal de contas, ainda equivale a sedentarismo para a maioria das pessoas.

    Outros factóides parcialmente relacionados ocorridos este ano no Reino Unido:
    -o lançamento de uma série de clássicos resumidos e recontados para facilitar a vida do leitor (Anna Karenina etc);
    -o lançamento iminente de uma série de livros de Agatha Christie em versões em quadrinhos.

    Ambas as iniciativas geraram os costumeiros protestos de banalização, emburrecimento etc, mas num país cuja juventude se acha em rápido processo de imbecilização, pessoalmente acho que vale o esforço.

  • Saint-Clair Stockler 27/08/2007em12:47

    Dos 84 livros de Agatha Christie (tirando os não-policiais) li 80 e mais a sua autobiografia. Acho que nunca mais lerei tantos livros de um só escritor! Que saudades do tempo em que ler era só um prazer, nada mais. Tão bom…

    Até hoje sou fã de Agatha Christie. Ela escreve mal? Escreve, na maior parte das vezes. Mas que contadora de histórias formidável! Acho que ter começado minha vida de leitor (não que eu não lesse antes, mas minha vida de leitor começou com a leitura de seus livros) com uma escritora que tinha a preocupação com o senso do maravilhoso me marcou pra sempre: até hoje, os escritores que mais aprecio são aqueles cujas obras me fazem sentir “maravilhado”.

  • Bemveja 27/08/2007em14:32

    Acho que Agatha Christie escrevia bem dentro do nicho literário que escolheu.

  • Saint-Clair Stockler 27/08/2007em14:57

    Também acho, Bemveja, mas mesmo dentro deste nicho ela escorregou às vezes. Tem coisas dela muito ruins. Por exemplo: o livro Os quatro grandes (em que o Poirot também aparece) é sofrível.

    Sobre as quadrinizações dos seus livros, veja este link:

    http://www.bbc.co.uk/portuguese/reporterbbc/story/2007/08/070822_agathachristiecomicsfn.shtml

    Eu adoro o site da BBC Brasil!

  • Brancaleone 27/08/2007em15:33

    O problema é que as pessoas intelectuais tem vergonha ou não querem ou não podem admitir que lêm certos livros para distrair-se, para divertir-se. É impossível vergonhoso até, contar a um amigo tambem intelectual que se leu Senhor dos Anéis ou Haroldo Robins. O código de honra deles estabelece que só podem ser lidos os livros que estabeleçam parâmetros de comparação entre a finitude da alma humana em contraponto com a eternidade do universo e a relação disso tudo com o ego pessoal diante dos arquétipos raciais.
    Claro que rebaixar-se a paulos coelhos da vida é demais, mas literatura deve antes de mais nada divertir – salvo tratados de matemática e os livros que são objeto de provas bimestrais. Fora isso, ler para adquirir cultura tudo bem, é ótimo, mas sem extremos hipócritas.
    Tem que se ter cuidado com as patrulhas, modismos e ditaduras intelectuais.
    Tem gente que adquire o prazer sádico de dizer : Mas como?! Você não leu Fulano? – com aquele olhar de piedade e desprezo que ele dirigiria a um cão sarnento.
    Ler é bom. Ler qualquer coisa é bom.
    Ler é como erosão: Um fiozinho de água de um livro porcaria abre a mente aos poucos, para livros cada vez melhores.

  • Bemveja 27/08/2007em15:35

    É possível, ela escreveu bastante. Eu me lembro de me sentir entediado por ela uma única vez num livro chamado By the Prickling of my Thumbs ou algo parecido, com aquele casal de detetives já velhinhos e uma trama meio tediosa envolvendo quadros, chaminés etc com um final mais explicativo que surpreendente. Algumas das adaptações já estão à venda na Amazon.co.uk, têm só 40 e poucas págs. cada, e gostei bastante do exemplar que vi, um desenho meio ligne claire com uma colorização bem viva e bacana. Dado que Agatha Christie é o maior best-seller da história da literatura, surpreende que só agora eles tenham levado essa idéia adiante.

    Além disso, considero o Murder on the Orient Express, junto com um livro chamado The Second Confession, do Rex Stout, o livro com o final mais brilhante da história da literatura policial.

  • Uma 27/08/2007em16:52

    Esqueceram de incluir da lista de literatura diet o clássico Estalagem maldita, de Daphne du Maurier, aliás, filme de Hitchcok…

  • Mr. WRITER 27/08/2007em17:15

    Se depender de Dan brown para perder uma mísera caloria eu vou morrer mais gordo que Homer Simpsom…

  • joao gomes 27/08/2007em17:31

    acabei de ler Fortaleza Digital de Dan Brown e atesto que estou 123 gramas mais magro.

  • Prudente (ex-velhaco, mudou a epígrafe) 27/08/2007em19:04

    Brancaleone,
    O problema é que pessoas intelectuais são insuportáveis.
    “Mas como?! Você não leu Fulano?”
    e suas variantes: “Você não viu o filme X? Eca!?”

  • Maurício 27/08/2007em19:11

    Vocês preferem pessoas estúpidas, então. Cada um com seu gosto.

  • Maurício 27/08/2007em19:13

    Já sei! Preferem pessoas manuais e não intelectuais.

  • Saint-Clair Stockler 27/08/2007em21:07

    Bemveja, meu livro preferido de Agatha Christie é O misterioso Sr. Quin, que resvala nos domínios do Fantástico. Claro que também ADORO os clássicos: O assassinato de Roger Ackroyd, Assassinato no Expresso do Oriente e O caso dos dez negrinhos. Gosto também dos contos. Além dos do misterioso Sr. Quin, dois dos meus preferidos: A aventura do pudim de Natal e Os trabalhos de Hércules (que ganhei da minha professora de oitava série – na minha adolescência, como fui um adolescente paupérrimo, tornei-me especialista em fazer com que as pessoas me dessem livros de presente. Rs. A de Português me deu o da Agatha Christie, a de Biologia O perfume, de Patrick Suskind, e o de Redação me dava vários livros por mês…)

    Não posso me esquecer da última aventura de Poirot, Cai o pano, que no Brasil teve a sorte de ter sido traduzido por ninguém menos que Clarice Lispector… Fiquei infelicíssimo ao final da leitura, com a morte do meu herói de adolescência.

  • anrafel 27/08/2007em22:04

    Queimando ou não calorias, eu prefiro romances de ação/sexo ao bestialógico da literatura de auto-ajuda.

  • Rafael Rodrigues 27/08/2007em23:21

    Ler me dá fome.

  • Rafael Rodrigues 27/08/2007em23:24

    melhor dizendo: ler me deixa com fome.

  • Bemveja 28/08/2007em09:08

    Tem um livro do Don DeLillo em que um dos personagens diz que ler Ernest Hemingway o deixava com fome. Até hoje eu me interrogo sobre o que isso quer dizer, porque Hemingway me causa mais frequentemente outra reação (sonolência). Mas retornando ao tema do link, não se poderia descartar a hipótese de que, com exceção de King, Blatty, Austen e Christie, os livros relacionados causem emagrecimento em decorrência da perda de massa encefálica.

  • Saint-Clair Stockler 28/08/2007em10:36

    HAHAHAHAHAHAHAHAHA

  • paramo 28/08/2007em10:53

    é q o peso na consciência não conta né

  • Corujão 28/08/2007em15:35

    Fortaleza Digital certamente ajuda a eliminar calorias, através do vômito. É um exemplar perfeito de literatura bulímica: devora-se avidamente as suas páginas e no fim resta o sentimento de culpa, por ter desperdiçado tanto tempo com uma m….!

  • Top Model 28/08/2007em16:32

    Queridos, tipo assim, eu só leio o “Pequeno Príncipe” e estou gordérrima, com 54 Kg, muito peso para quem tem 1,72 m.

    Então, tipo assim, vou parar de ler o “Pequeno Princípe”. Agora só lerei a coleção Sabrina, muito romance com temperinho de safadeza. Quem sabe eu perco três quilinhos!

    Ler é muito fashion, vocês sabem.

    Antes que me esqueça: desejo a paz mundial e o fim das guerras.

    Beijo, amorecos.

  • Prudente 28/08/2007em19:04

    Maurício,
    O oposto de “intelectual” não é estúpido ou artesão.
    Mas se você quiser desse jeito cada um com o seu gosto.

  • Brancaleone 28/08/2007em20:14

    Os intelectuais devem agradecer todo o dia por existirem pessoas comuns e normais. Afinal somos nós que nos comportamos de maneira comum, cotidiana, simples e feliz e assim podem os intelectuais parecerem tão diferentes, superiores, mais “cultos”, mais “profundos” e tão assim digamos “intelectuais”.
    As editoras tambem agradecem a existência de pessoas comuns que compram livros comuns (harold robins inclusive). Se elas dependessem dos intelectuais estariam falidas.

    E para encerrar: Ágata Cristie é um porre, um saco. Chata e repetitiva.

  • Daniel Brazil 28/08/2007em21:42

    Eu achava que ler Carlos Zéfiro e Cassandra Rios é que queimava calorias…

  • Cezar Santos 29/08/2007em09:44

    Gosto é gosto e cada um tem o seu…definitivamente, o provérbio popular nunca foi tão verdadeiro.

    Realmente, Aghata Christie é um porre mesmo. Li muito quando garoto, mas hoje acho perda de tempo total. É a típica literatura de embromação, embora se possa dizer que toda literatura procura “embromar” o leitor, não é mesmo?
    Quer dizer, estou dizendo agora um pouco o oposto do que disse antes… tudo bem, coerência não é mesmo o forte de leitores…