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Fio solto II

02/10/2007

A segunda edição se deve ao sucesso da primeira? Também, mas ainda a um imprevisto: passo aqui apenas para avisar que aquelas duas semanas de férias, que se encerrariam hoje, vão precisar virar três. Dia 9 de outubro eu volto. Até.

62 Comentários

  • Bemveja 02/10/2007em16:37

    Muito bem, já que o autor está com “blogger’s block”, vamos em frente, quando (e se) ele voltar, Rafael, Vinicius Jatobá, eu e demais “companheiros” teremos tomado esse espaço por usucapião virtual.

    Reformas e autoritarismo no Brasil: desconfio da reforma ortográfica e desconfio de 90% dos legisladores brasileiros nas três esferas. Deveria haver uma ONG com um perfil detalhado dos parlamentares que apresentam projetos destrambelhados.

    Livros de bolso: eu compro e muito em inglês e francês, quando estava no Brasil eu praticamente só comprava pocket books meio esquecidos que achava no site da Cultura, todos por volta de 15 reais. No Brasil, ainda é proibitivo, aliás livro no Brasil chegou no limite da extorsão. Virou normal encadernar um ou dois livros, colocar numa caixinha daquelas (slipcase) e vender a 150 reais!

  • Pedro Correia - CE 02/10/2007em16:43

    Bemveja, você vive em Londres?

  • anrafel 02/10/2007em17:15

    Nada contra os livros de bolso. Aliás, eu já falei aqui sobre a Editora Monterrey e seus bolsilivros policiais, de guerra e de faroeste, que consumia avidamente. Era a nossa pulp-fiction, formadora de leitores que partiram para outras praias.

    Nessa onda atual, o preço é elemento indispensável. Voltei agora do supermercado e lá são exibidos no estande Conrad (“Juventude”), Kafka (“A Metamorfose”), Kerouac, Os piratas do Tietê, Garfield, Teresa Filósofa por módicos 9 reais.

    O que parece faltar é uma estratégia de marketing de peso, dirigida ao grande público (público de televisão). Um impasse? O público leitor é pequeno, então não precisa de grandes gastos publicitários, ou, não cresce porque as armas da publicidade não são utilizadas. Sabe lá.

    Mas aí vem uma novela das 9 e bota uma bonitona lendo um romance …

  • anrafel 02/10/2007em17:17

    No Fio Solto (1), tanto debate sobre a crítica e os nomes dos Campos Brothers não foram citados. Que sinal é esse?

  • Rafael 02/10/2007em17:25

    Tendo em vista que o latifúndio tornou-se improdutivo por incúria do blogueiro, sugiro aos companheiros constituirmos o MSB – Movimento dos Sem Blog, ocuparmos, ato contínuo, estas estéreis terras virtuais e pressionarmos o Incra para que as desaproprie. Paralelamente, podemos confabular com o Sérgio Rodrigues para que ele apresente ao Incra um laudo supervalorizando este blog, de forma que a indenização paga pelo Governo Federal seja a mais elevada possível, acima dos valores correntes de mercado. Pelo acordo com o Sérgio Rodrigues, devemos receber, pelo menos, 50% da indenização, uma vez que sem nós, leitores assíduos, o blog valeria bem menos.

    Deixando de lado a brincadeira, considero uma indecência os preços praticados com as vendas de livros de bolso no Brasil. Uma edição da Penguin Popular Classics ou da Oxford World’s Classics, mesmo importada, custa geralmente muito menos que uma edição de bolso tupiniquim. Não bastasse, as edições importantes vêm com excelentes prefácios e abundantes notas de rodapé que enriquecem significativamete a leitura. As edições brasileiras apresentam um magro prefácio, de duas, três páginas, com informações ginasianas.

  • Cássia 02/10/2007em17:43

    Bemveja,
    E por que não criar o seu próprio blog? Eu adoraria. Com seus comentários polêmicos – defendidos com uma lógica irrefutável – é certo que ganhou alguns adversários, mas conquistou simpatia e admiração também.

  • uma 02/10/2007em17:44

    Infelizmente já ouvi de editores que quanto mais caro o livro melhor retorno. Eu mesma apresentei uma série de livros de bolso a uma editora nos idos de 90 e o projeto foi para gaveta. É um abusurdo um livro de 150 páginas custar R$46,00.

  • Noga Lubicz Sklar 02/10/2007em18:13

    Um convite pra quem é do Rio: vou autografar meu romance Hierosgamos (tem 253 páginas e custa só 34,90) depois de amanhã, quinta dia 4, às sete e meia, na Travessa do Shopping Leblon. Info e o convite online em: http://www.noga.blog.br/hierosgamos.htm

  • Bemveja 02/10/2007em18:24

    Pedro Correia, nessa região, mas com idas e vindas no decorrer do ano p/ outros locais. Nos tempos recentes, estive em Londres mesmo pouquíssimo tempo. As pessoas são agradáveis, mas é uma cidade cinzenta (com exceção daqueles tijolinhos nas casas de classe média), barulhenta e sitiada pelo medo do terror.

    Sem absolutamente nenhuma ironia, Fortaleza e arredores têm uma qualidade de vida e uma beleza paisagística um bilhão de vezes maior do que Londres. Vale a pena visitar, ver a cúpula da biblioteca no British Museum (onde Bernard Shaw lia durante horas) e pegar o primeiro trem p/ o Lake District ou p/ as cidades universitárias.

    Cássia, improvável, comentar é algo que se faz num interstício, em 2 min., durante uma ligação telefônica etc. Blog é mais complexo. Acho mais democrático ser um entre vários na arena, o autor de qualquer blog sempre tem a prerrogativa de um certo distanciamento, e p/ mim o momento é propício a um discurso mais combativo sobre a literatura brasileira, que vai muito mal.

    Uma obs sobre esses livros da Penguin/OUP: as edições com narrativas mitológicas (tipo os Edda) têm um ótimo custo/benefício, bem melhor que alguns tomos pretensiosos lançados no Brasil (ex.: o Beowulf e o Popol Vuh comentados na Veja desta semana).

  • Pedro Correia - CE 02/10/2007em20:02

    Cássia, é verdade. Eu mesmo, que já levei traulitadas do Bemveja por ser cearense (alas, such things cannot be helped), tenho por ele admiração. É um leitor ambos intensivo e extensivo, além de saber expor os argumentos com clareza e bom humor.

    Fortaleza é mesmo uma cidade linda. Onde vive-se bem e come-se igualmente. Infelizmente, um dos lugares mais lindos da arquitetura da cidade não é a cúpula de um museu, mas o mausoléu de um presidente cabeçudo e militar. Um grande vão livre, em balanço, sobrevoando parado as águas de um lago. Houvesse o Castelo sido um civil pacifista, o mausoléu seria mais fácil de ser lindo.

    Bemveja, para ter tantas leituras (e específicas como Northorp Frye – que eu sei ao menos pronunciar), o que faz você da vida? É professor? Crítico? Cast some light, if you will.

    Pedro

  • Sérgio Karam 02/10/2007em20:03

    Sobre o comentário das 5:15 do anrafel: aqueles livros todos que você encontrou no supermercado foram publicados pela L&PM Editores, aqui de Porto Alegre. Vocês sabem que nós, gaúchos, somos insuportavelmente bairristas, mas trata-se aqui de fazer uma certa justiça: a L&PM começou essa coleção Pocket há mais de dez anos e já lançou mais de 600 (isso mesmo, seiscentos) livros, todos com um preço, se não exatamente barato, ao menos bem mais acessível do que a estúpida média nacional. Não tenho dúvida de que foi o sucesso comercial desta coleção que incentivou, primeiro, a Companhia das Letras, e, agora há pouco, a Record a lançarem suas respectivas coleções de livros de bolso.

  • Bemveja 02/10/2007em20:46

    Pedro, mais ou menos, é na área de humanidades sem dúvida.

    O Mausoléu é extraordinário arquitetonicamente, é um artefato alienígena quase (e é assustador por dentro), e nessa mesma av. tem o museu onde estão os destroços do avião em que o Castello Branco viajava, a la J.G.Ballard.

    Além disso, dois prédios em Fortaleza são p/ mim inesquecíveis, um, óbvio, o Teatro José de Alencar (pena que perto de uma parada gigante de ônibus, tomara que tenham tirado de lá) e o clube do Náutico (sim, em Fortaleza antes que perguntem), com uma arquitetura meio orgânica que infelizmente foi oprimida pelos arranha-céus em volta. Aliás, alguns desses condomínios em Fortaleza são a evidência do big money que está circulando na cidade.

    Fortaleza tem um “sense of place” que renderia um bom livro ou filme, diga-se de passagem, há uma singularidade em comparação com os demais centros urbanos nordestinos que vai além da praia, do sol etc e se revela, entre outras coisas, na percepção de certos mistérios da modernização brasileira que já não existem em Salvador, p.ex. É tb a cidade mais cosmopolita do Nordeste, há muitos estrangeiros em Fortaleza hoje em dia.

  • Daniel Brazil 02/10/2007em22:50

    Grande LP&M, fornecedora de biscoitos finos a preço justo na terra de Macunaíma. No post anterior citei outras editoras, faltou essa.
    Fortaleza? Meia boca, esteticamente falando. Cidadona que cresceu demais, como Salvador, sem ter as belezas desta. A vizinha São Luiz é mais charmosa, hoje em dia.

  • Daniel Brazil 02/10/2007em22:51

    Opa, L&PM, claro.

  • vinicius jatobá 02/10/2007em23:53

    Recebi, por e-mail, uma denúncia grave e realmente polêmica da leitora Martha Vasconcellos. Ela diz:

    “Caro Vinicius Jatobá,
    Gostaria de lhe informa que o Bemveja, apesar da pompa, sofre de astigmatismo.”

    Quero ver vc sair dessa…

  • Ésquilo 03/10/2007em12:07

    Artigo da Inês Pedrosa sobre a reforma: http://www.estadao.com.br/suplementos/not_sup44900,0.htm

    Os argumentos dela me pareceram apenas sentimentais. Queria ver alguém defendendo ou atacando o aspecto prático da coisa.

    Livros de bolso: tenho vários, maioria da LPM que ainda se mantém próximo ao valor dos R$10 na maioria das obras. Outras editoras conseguem cobrar até 20 pila por um livro de bolso! Ora, junto mais 10 e compro no formato “mesa-da-sala” de uma vez!

    A saraiva está com uma promoção (leve 2 com desconto de 20%, etc) de pockets da tal Bestbolso, que também insiste nos tais 20 reais. Mas tem uns livros bem interessantes no acervo…

  • Magnificat 03/10/2007em15:28

    Isto aqui está cada vez mais decadente. A relação blogueiro-leitores é pautada por uma lei não-escrita, mas essencial: o interesse dos leitores se mantém na mesma proporção em que o blogueiro os vai saciando com textos. Se os textos somem, os blogueiros vão procurar outros lugares. Qualquer dia desses o TodoProsa vai virar uma daquelas ruazinhas de cidade de bangue-bangue: só vai ter poeira, vento e uma bola de mato girando de um lado a outro.

  • Bemveja 03/10/2007em16:13

    Eu comparo Fortaleza no Nordeste de forma semelhante a Portugal em relação aos demais países da Europa. Chega uma hora em que França, Inglaterra e por aí vai (ou seja, Salvador, Recife etc) caem vítimas de uma certa superficialidade, viram meros pontos turísticos exaustivamente esquadrinhados em guias, filmes etc etc.

    Fortaleza, assim como Lisboa ou o Porto, é menos vulgarizada e por isso mesmo mais enigmática. É tb uma cidade muito pouco folclórica, é menos africanizada e sem tantas influências indígenas quanto as demais capitais do NE, mas tb sem antecedentes europeus que se possam identificar com facilidade (tipo os descendentes de italianos no RS ou os açorianos em Florianópolis), portanto é uma cidade original, excêntrica até, e é mais cosmopolita graças ao fluxo turístico mais coordenado e menos sazonal e tb às escolhas econômicas corretas, que fez com que a cidade crescesse enquanto Recife, Salvador ou São Luís ainda tenham um ar meio acanhado.

    Caro Vinicius, dessa eu não sabia. Essa Martha é ou é relaxada ou está de gozação!

    Sobre os irmãos Campos, gosto bastante dos dois, fizeram muito pela cultura desse país. Poesia concreta não me interessa tanto, o Haroldo foi um poeta mais denso que o irmão, mas o trabalho de tradução e crítica de ambos é muito valoroso.

    Livro de bolso tem que custar, no máximo, 5 reais, ainda mais porque tem vários cujos textos já caíram em domínio público.

    A respeito desse tema da compra de livros e da busca pelo melhor valor, p/ quem quiser pesquisar preços (inclusive levando em conta os custos de envio) entre as várias Amazon, sugiro consultar o http://www.pricenoia.com/ , que faz um cálculo comparativo automático. Muitas vezes, livros em inglês saem mais barato, p.ex., na Amazon.fr ou na Amazon.ca do que nos EUA. Há tb um site chamado addall.com que pesquisa entre diversas livrarias na internet.

  • Rafael 03/10/2007em17:09

    Ésquilo,

    O aspecto prático da coisa — coisa, eis a palavra que melhor descreve essa colcha de retalhos chamada reforma ortográfica — é simples: se a reforma se tornar lei, os livros didáticos, cujo maior comprador é o Governo Federal, terão de ser atualizados, já que é inadmissível que as escolas ensinem aos alunos uma ortografia desatualizada. Rios de dinheiro público afluirão, com a intensidade de milhões de pororocas, para os cofres privados de certas editoras, as maiores interessadas, acredito, nesta insanidade. Para mal dos pecados dos estudantes, eles terão de se adaptar às novas regras ortográficas. Semi-analfabetos, que mal sabem diferenciar o s do ç, terão de apagar da memória as regras que, à muito custo, tinham decorado para aprender novas, cuja sutileza e casuísmo fazem-nas tão arbitrárias quanto os caprichosos desmandos da Rainha de Copas. Tanto esforço, tanto dispêndio de energias para pouco resultado concreto, uma vez que tal reforma pouco contribuirá para a difusão da cultura lusófona nem estimulará ninguém a ler mais.

    Há um artigo interessando do professor Cláudio Moreno, apropriadamente intitulado “Deixem a nossa ortografia em paz!”, que pode ser lido neste link: http://www.sualingua.com.br/06/06_deixem_paz.htm

    Sobre os livros de bolso da LP&M: são uma boa opção neste país em que os livros custam os olhos da cara. Tenho, no entanto, duas ressalvas: primeiro, eles são ainda caros, se comparados aos equivalentes importados (faça um teste no site da Livraria Cultura: as Viagens de Gulliver, em edição de bolso da LP&M, custam mais que Gulliver’s Travels publicado pela Oxford World’s Classics); segundo, apresentam um prefácio ginasiano e pouquíssimas notas de rodapé, o que dificulta o entendimento para o leitor menos instruído.

  • . 03/10/2007em23:44

    Pois acho a L e PM (e outras) ótimas, alunos preferindo comprar as edições da Claret (algumas bem ruinzinhas) a tirar xerox (e agora baixar da internet), cópias que a seguir vão pro lixo, me agrada à beça. Não é fetiche pelo suporte, mas certa alegria em ver que a leitura terá certa permanência.

  • . 04/10/2007em00:01

    Desculpem, pouco se me dá quem seja Bemveja, e lhe reconheço a quantidade e qualidade de leituras. Ele segue um certo estilo, que lembra a inteligência mal humorada de figuras conhecidas do verde-amarelo. Seu bom humor ??? (espirituosidade ? ), contudo, só aparece com ar de condescendência depois de muito mimo.

    Leitores de mesma visão crítica sobre a produção atual poderão ser igualmente citados, de outro Paulo aos Rafaéis, um deles, embora professoral às vezes, de erudição bem mais generosa. (abrir livro e procurar passagem, onde isso?).

    E, por favor, voltem as pontuações, impertinentes e pertinentes de Huaiss, Clô e Temporaõ.

    Há que ter humor!

  • vinicius jatobá 04/10/2007em08:24

    caro . (ponto), não acredito que você está realmente pedindo humor aqui… Desde o início estou rindo muito com esse teatro escrachado que essas pessoas fazem nessa caixa de comentários… É, de longe, o melhor programa de humor da internet, e é só ficar jogando mais lenha e se divertir vendo como eles se levam a sério da forma mais ridícula possível… Até latim um deles usa… É muito engraçado…

  • Antônio Houaiss 04/10/2007em09:24

    Pontuação. s.f. (1679 cf. AVSerm) 1 ato ou efeito de pontuar 2 na língua escrita, sistema de sinais gráficos que indicam separação entre unidades significativas para tornar mais claros o texto e a frase, pausas, entonações etc. (p. ex., ponto, vírgula, ponto-e-vírgula, ponto de interrogação etc.) F ver quadro acima 2.1 gram ling colocação desses sinais no texto escrito 3 anat.bot lacuna da parede de certas células parenquimáticas, que aparece como uma depressão, concavidade ou canal, de acordo com a espessura da parede ¤ etim fr. ponctuation (1522) ‘ato ou efeito de pontuar um texto’, (1701) ‘caracteres tipográficos’, (1845) mús ‘ato de marcar as pausas em uma composição’, der. do v. ponctuer ‘pontuar’ + suf. -ation; ver pung- ¤ sin/var pontoação, punctuação, puntuação

  • Eu, o Curioso 04/10/2007em10:20

    Alguém aí já cogitou na hipótese de que os bemvejas, os vinícius e os rafaéis da vida são heterônimos do Sérgio Rodrigues?

  • Areias 04/10/2007em10:22

    Atenção, Vinicius, você também se leva muito a sério às vezes. Acho que entre esculachos e verborréias, esse espaço traz às vezes idéias luminosas e dicas importantes de leitura. Já que não há como se ler todos os livros do mundo, nada como partilhar nossas experiências com outros leitores (pouco importa seu grau de erudição, todos são bem-vindos). Concordo com o . (ponto) que o Bemveja baixou a bola depois de receber um mimo de alguns comentaristas. No fundo, é mais uma alma brasileira que, viva em Oxford ou Bagdá, adora um afago.
    Saudações da praia.

  • vinicius jatobá 04/10/2007em10:28

    Areias, “às vezes” sim, como você mesmo disse… A todo momento seria cômico, e é por isso que o Bemveja e o Rafael são os reis da comédia involuntária… O reinado absoluto é deles, são soberanos nessa atividade…

  • Rafael 04/10/2007em12:20

    Que bom!

    Não reino em casa, onde minha esposa manda e desmanda, mas aqui, consolo dos consolos, sou o rei das comédias involuntárias. Espero fazer jus ao cetro que o Vinícius me outorgou (considero-o, afinal, meu predecessor nas comédias involuntárias, a quem pretendo emular, embora me saiba desprovido da habilidade necessária).

    Minha dificuldade é dividir o reinado com o Bemveja. Conta-se, no Liber de Viris Illustribus Urbis Romae (“Livro dos Varões Ilustres da Cidade de Roma”), que, Proca, rei dos Albaneses, tinha dois filhos, Amúlio e Numitão, aos quais legou o governo do reino para ser exercido em anos alternados (quibus regnum annuis vicibus habendum reliquit). O mais velho, Amúlio, ao término do ano em que tomava assento no poder, recusou-se a passar o bastão ao irmão, descumprindo assim as ordens do pai. Não satisfeito, o pérfido Amúlio, para evitar que Numitão deixasse descendentes, fez com que sua sobrinha, Rhea Silvia, filha de Numitão, fosse ordenada sacerdotisa de Vesta ut virginitate perpetua teneretur (para que permanecesse em perpétua virgindade). Mal sabia Amúlio que o deus Marte, que nada tinha de bobo, violou Rhea Silvia, que acabou parindo Remo e Rômulo, os lendários fundadores de Roma. Amúlio lançou os infantes no rio Tibre, cuja correnteza os conduziu a uma praia, onde uma loba, ouvindo o choro dos bebês, foi ao encontro deles e deu a eles de mamar nas próprias tetas (eosque uberibus suis aluit). As crianças, recolhidas por um pastor, cresceram e destronaram Amúlio, entronizando, em seu lugar, o avô, Numitão. Quem quiser saber mais pode ler a história completa neste link: http://www.thelatinlibrary.com/victor.ill.html

    A história é rica de episódios que demonstram a impossibilidade prática de duas pessoas compartilharem o mesmo reinado.

    Por isso, antes que o Bemveja consiga esboçar uma reação, aqui estou eu executando meu próprio coup d’état com esta eruditíssima nota histórica, prova de que me levo a sério da forma mais ridícula possível. Duvido que o Bemveja chegue a tanto.

  • Ministro Temporão 04/10/2007em15:31

    O Ministério da Saúde adverte: ah, deixa para lá…

  • Antônio Houaiss 04/10/2007em16:33

    Temporão. adj. (sXIII cf. AGC) 1 que vem ou ocorre antes ou fora do tempo apropriado 2 diz-se da flor que aparece, da planta que nasce ou floresce ou do fruto que amadurece antes ou depois do tempo próprio n adj.s.m. 3 B diz-se de ou filho que nasce muito depois do irmão que imediatamente o precede ou muito tempo após o casamento dos pais ¤ gram fem.: temporã ¤ etim lat.vulg. temporánus

  • Eu, o Curioso 04/10/2007em16:47

    Sugiro ao SR que o próximo post se intitule “Fio Terra”…

  • Saint-Clair Stockler 04/10/2007em20:34

    Curioso:

    o Vinícius Jatobá eu garanto que NÃO é o Sérgio com máscaras – porque eu o conheço. Sou, digamos, “da família”. Rsrsrs.

  • Sérgio Karam 04/10/2007em21:22

    Sérgio Rodrigues, volte logo pra botar uma certa ordem na casa. Realmente, isso aqui tá um saco. Gente, será que a gente tem mesmo que fazer tanta bagunça quando o professor sai da aula pra fazer xixi?

  • vinicius jatobá 04/10/2007em21:41

    Sérgio Karam, sua contribuição é, no mínimo, relevante…

  • Daniel Brazil 04/10/2007em22:13

    Bemveja (detesto conversar com pseudônimos, mas vá lá), dizer que Recife e Salvador “tem um ar meio acanhado” é palpite de quem desconhece a realidade. Incompatível com quem alardeia o rigor de critérios quando o assunto é literatura brasileira.
    Se o seu critério é o da vivência pessoal, tipo “passei bons momentos em Fortaleza, não fui tão feliz em Recife”, sei que jamais confessará. Objetivamente, que diabo você viu em Fortaleza que a faz melhor que Recife ou Salvador?
    PS: Não vale repetir os argumentos do post anterior, não foram convincentes.
    PS2: Não me venha falar que a literatura de Fortaleza é melhor que a de Recife ou Salvador, por favor. E olha que sou amigo pessoal de alguns escritores do Ceará!

  • anrafel 05/10/2007em01:41

    Magnificat,
    É bom não se enganar com essas cidadezinhas de faroeste, o vento a empurrar levemente a porta vai-e-vem do saloon. Talvez estejam prestes a chegar, pela rua principal ou transversais, Clint “O estranho sem nome” Eastwood, com poucas palavras e muita eficácia, Lee Van Cleef, John “Todo espaçoso” Wayne ou a elegância de Robert Mitchum e aí, meu irmão, é bala pra todo lado, até que a ferrovia e a luz elétrica tragam Sérgio Rodrigues para organizar os tiroteios, digo, debates.

  • anrafel 05/10/2007em02:27

    Acho que o elemento africano presente na vida de algumas cidades, Salvador, principalmente, é um dos grandes responsáveis pelo charme do seu modus vivendi e por algumas características positivas no relacionamento entre os soteropolitanos e entre estes e os visitantes.

    Mas concordo que essa herança é tratada com superficialidade e leviandade pelos produtores culturais, Estado, inclusive, dando espaço às concepções culturais para turista ver. Não é à toa que aqui na Bahia tivemos o tempo todo uma Secretaria de Turismo e Cultura (reparem a ordem). O novo governo separou as atribuições.

    No fundo ainda persiste a idéia de “pega aí aquele preto que você gosta lá na senzala e traz ele para tocar uns tambores e animar o sarau de sinhozinho lá casa-grande”. Infelizmente.

  • anrafel 05/10/2007em02:34

    Parece que Fortaleza dispensou os seus escravos antes, ou não os teve em quantidade expressiva, o que pode explicar uma certa “impaciência” com os negros que alguns atribuem ao cearense.

    E aí eu vou e conto um caso:

    Um primo meu foi fazer mestrado em Economia em Fortaleza e logo telefonou para a faculdade a fim de providenciar alojamento. Chegou no pensionato e notou uma leve má-vontade da dona, situação que foi se dissipando.

    Sujeito educado e paciente, esperou alguns dias para tirar a limpo. Quanto inquiriu a senhora, ouviu:”É que seu amigo disse que estava vindo morar aqui um baiano e eu não achei bom. Imagine, eu servir comida e lavar prato para um preto!”

    Meu primo fica entre pardo e branco.

  • Bemveja 05/10/2007em09:24

    Caro ., eu continuo irascível e implacável: estou inclusive organizando uma queima em praça pública de obras recentes de Rubem Fonseca e seus seguidores.

    Além disso, estou pensando em reunir tropas de mercenários da literatura (jornalistas, em sua maioria) para montar um cerco ao todoprosa com o objetivo de destronar esse déspota Rafael, e prometo, a la Policarpo, substituir o latim pelo Tupi castiço.

    Vinicus et al, eu acho que é importante, mesmo quando discordamos, ter uma certa leveza, e mais: impessoalidade, no sentido de que minhas criticas se dirigem a idéias.

    Daniel Brazil, sorry, acho que me repetirei, mas Recife e Salvador são acanhadas sim no que diz respeito à modernização urbanística. Ambas são, basicamente, centros históricos cercados de miséria; o melhor condomínio de Boa Viagem será, no máximo, uma quitinete comparada a alguns dos novos edifícios residenciais de Fortaleza, que é hoje uma cidade muito rica, se não me engano é o PIB mais alto do NE embora claro, haja pobreza tb.

    Os hotéis em Salvador melhoraram muito com a chegada desses grupos portugueses, mas isso tb é recente.

    Recife e Salvador são cidades maravilhosas, historicas e animadas, mas são vítimas de uma certa vulgaridade turistica, são cidades já mapeadas no imaginário (que nem Paris, antes de você chegar já sabe o que vai encontrar) e excessivamente ligadas ao carnaval, à dança, ao frevo, ao axé etc etc.

    A cultura africana em Salvador, aquela da baiana que te abraça p/ tirar foto, dos ensaios do Olodum, da fitinha de NS do Bonfim que amarramos no portão da Igreja (e que, ao que parece, são desamarradas à noite e revendidas no dia seguinte), tudo isso é, inclusive literalmente, macumba p/ turista.

    Salvador parece uma daquelas lanchonetes temáticas americanas, só que o tema é “Africa pasteurizada p/ uso de principiantes”. Essa superficialidade me parece um pouco middlebrow e exaustiva.

    Recife e Olinda, infelizmente, são hoje cidades muito dilapidadas, e tb vulgarizadas pelo turismo de massa.

    Fortaleza é mais autocrática, a cultura local não se decifra tão facilmente; o carnaval de Fortaleza, com aqueles maracatus lentos, hieráticos e meio assustadores até são um fenômeno intrigante. Justamente por ser menos conhecida, lógico, guarda surpresas. O que Fortaleza não tem são Igrejas históricas. Mas eu gosto, conforme disse, da estranheza provocada por um bairro chamado “Aldeota”, “Aerolândia” ou “Cidade 2000” (que parece coisa do já citado JG Ballard), ou um local chamado “Praia do Futuro”, que parece nome de música do Tom Zé.

    Agora, um questionamento pertinente: será que Saint-Clair Stockler e Noga são pessoas reais? quem garante que não são a mesma pessoa, ou pseudônimos, ou disfarces tipo JT Leroy? Só porque têm fotos, livros publicados e blogs na internet? Pessoalmente, acho que Noga é o Pedro Dória e Saint-Clair nada mais é do que um pseudônimo do Daniel Brazil.

  • . 05/10/2007em10:10

    Bota fogo nesses, Bemveja, dou os fósforos. Mas os contos antigos de Fonseca são um primor.

    Reitero Areias, grande dicas aqui. E análises valiosas da produção atual. Para ler e não ler. E sobre Vínícius também.

    Engraçado, o que me excita a curiosidade aqui, é idade e profissão. Seria Rafael professor, por ex.? Ele compartilha, sem pudor; se déspota, esclarecido.

    Sérgio, sim, faz muita falta, modera, poda, redireciona.E, principalmente, informa e propõe. Mas blog também são os comentadores, (olá, Saint-Clair) que estão aí, na boa, esperando o tio voltar. (Nada a ver com idade, por favor.)

    Réréré, vivam as pontuações.

  • . 05/10/2007em10:13

    Desse jeito mesmo, an (jo)rafael.

  • Mr. WRITER 05/10/2007em11:55

    Até a volta Sergio…
    Boas férias… você e muitos por aqui estão precisando mesmo…

  • Rafael 05/10/2007em12:49

    Súditos,

    O irredentismo de Bemveja, cujo maquiavélico plano pretende executar com o concurso de jornalistas-mercenários, não prosperará. Nós, Rafael, venerando imperador desta página, no exercício das altas funções que nos foram conferidas por nós mesmos, declaramo-lo inimigo público deste blog e ofertamos a quem trazer sua infame cabeça sobre uma bandeja de prata uma pingue recompensa: ser nosso braço-direito e conselheiro imperial e digno de ocupar uma das sellae curulis.

  • Rafael 05/10/2007em13:00

    .,

    Não sou professor, ocupação de baixíssimo salário, insuficiente para satisfazer minhas pretensões materiais. Asseguro-lhe que sou mais novo do que você imagina; não se deixe enganar pelas minhas inclinações literárias, não sou nenhum venerável senhor rugoso, mãos trêmulas e visão apagada, entubado num obscuro quarto de uma UTI. Tenho longos anos a frente, para desespero de muita gente.

  • vinicius jatobá 05/10/2007em13:16

    Rafael, juro que quando li “tenho longos anos a frente, para desespero de muita gente” consegui escutar uma risada louca de vilão de filme de terror e ficção científica. Está pensando em dominar o mundo? Como é que se fala ‘nunca vi tanta gente doida reunida’ em latim?

  • Rafael 05/10/2007em14:05

    Vinicius,

    Dominar o mundo é coisa de desenho animado:

    – O que faremos amanhã à noite, Cérebro?

    – A mesma coisa que fazemos todas as noites: tentar dominar o mundo.

    Minhas pretensões são infinitamente mais modestas. Digamos que tenho especial apreço em aporrinhar certas pessoas cujas mentes estão trancafiadas na prisão do lugar-comum.

    Escrever em latim é uma empreitada hercúlea. O latim é uma língua morta (esse adjetivo é odiado por muitos lingüistas, mas, como o acho bem expressivo, não deixou de utilizá-lo). No meu aprendizado, não tenho com quem conversar em latim nem troco correspondências na língua de Horácio. As tentativas da Igreja de manter o latim vivo (no Vaticano, há eruditos que se dedicam à tarefa estéril de criar versões latinas para expressões modernas, versões que nenhum romano entenderia) são artificiosas e pouco têm a ver com o latim clássico. Sua frase pode ser vertida ao latim, de forma muito aproximada e imperfeita, desta maneira:

    tot gentes dementes numquam vidi“.

    Observe que o substantivo gens, gentis refere-se, primitivamente, aos componentes de uma tribo. Poderia usar, em seu lugar, o substantivo populus, populi, mas ainda assim a palavra seria imprecisa, porque designa, em geral, os apenas habitantes de Roma. Quem estudou Direito Romano, sabe que havia, na Roma antiga, um ius civilis e um ius gentium, ou seja, um direito civil, que regulava as relações entre os cidadãos romanos e um direito das gentes, que regulava as relações dos estrangeiros.

    A rigor, não há, no latim clássico, uma palavra que designe um conjunto de pessoas, pois estas eram sempre discriminadas conforme a origem. Poderia talvez empregar a palavra homo, hominis, que significa ser humano; ainda assim, soaria esquisito.

  • vinicius jatobá 05/10/2007em15:42

    Fiquei impressionado, Rafael. E vou confessar: adoraria saber latim, e fui acometido por certo desconforto (mal secreto que não diz seu nome) quando brinquei com o seu. Não morro antes de ler Cícero no original. Mas ficou sério o assunto é chapa quente e quero ver se tu é moleque, ou se tu é caveira, e me diz: como se escreve ‘batatinha quando nasce se esparrama pelo chão’ em latim? Agora eu quero ver… Pede para sair, pede…

  • Rafael 05/10/2007em15:48

    Vinicius,

    Até ousaria responder sua pergunta, não fosse a maliciosa História, essa caprichosa criatura cuja vontade a todos impõe. A História, essa matreira, fez com que o Império Romano se desmoronasse alguns séculos antes que Cristóvão Colombo chegasse à América, de forma que os romanos foram privados do inefável prazer de degustar um bom purê de batata. A batata, como sabemos todos, é um tubérculo originário da América. E por causa desse pequeno acidente histórico o léxico latino não dispõe de nenhum substantivo que designe a nossa conhecida batata.

  • vinicius jatobá 05/10/2007em16:10

    Mas não é ‘batatilius batatis’? Tenho que mudar de professor!

  • Rafael 05/10/2007em16:31

    Vinicius,

    Com esse latim, serei obrigado a editar um decreto degredando-o deste blog. Você e o Bemveja farão um ótimo par no deserto escaldante da Líbia.

  • maria 05/10/2007em16:44

    Voltei hoje de Fortaleza, cidade onde morei alguns anos e que revisitei agora por uma semana, gosto muito de lá e tenho de concordar, a duras penas, com as observações do Bemveja, hélas.
    Apesar do ser irascível que é, ele captou muito da singularidade do lugar, touché.

  • Antônio Houaiss 05/10/2007em17:01

    Batata. s.f. (a1557 AGal 264) 1 angios design. comum às plantas que têm tubérculos ou raízes tuberosas; batateira, batateiro 2 angios tubérculo comestível de certos vegetais, como, p.ex., a batata-inglesa 3 p.ext. (da acp. 1) angios qualquer tubérculo, comestível ou não 4 angios m.q. batata-inglesa 5 p.ana. (da acp. 1) infrm. bíceps volumoso 6 infrm. incorreção gramatical; barbarismo, solecismo 7 B infrm. afirmação tola; asneira, burrice 8 ent B m.q. bicho-de-pé (Tunga penetrans) 9 ict m.q. bodião-batata (Cryptotomus ustus) 10 ict B peixe perciforme da fam. dos branquiostegídeos (Lopholatilus vilarii), do Atlântico ocidental, com até 1 m de comprimento, corpo robusto e alongado, pardo no dorso e esbranquiçado no ventre, com manchas amareladas na cabeça, parte superior do corpo e nadadeiras dorsal e caudal; batata-do-alto, namorado 11 ict RJ m.q. batata-de-pedra (Caulolatilus crysops) ± b. da perna p.ana. B infrm. m.q. panturrilha ? b. quente fig. B infrm. questão problemática; dificuldade, complicação ? de b. p.ana. infrm. cuja forma lembra uma batata ? morder a b. fig. CE infrm. ingerir bebida alcoólica ? na b. fig. B infrm. 1 absolutamente certo; na certa; sem falta 2 exatamente, pontualmente ? plantar batata(s) fig. infrm. parar de incomodar; ir embora; não dizer impropriedades, não ser importuno F ver uso ? ser b. fig. B infrm. não falhar; não deixar de ocorrer ? soltar batatas fig. B infrm. dizer asnices ou falar com incorreções gramaticais ¤ uso emprega-se depois do v. ir no imper. ou do v. mandar ¤ etim cast. batata ‘tubérculo comestível de plantas herbáceas originárias da América do Sul’, prov. do taino, língua do Haiti; ver batat- ¤ col batatada, 1batatal, batateiral

  • Antônio Houaiss 05/10/2007em17:02

    Batata. s.f. (a1557 AGal 264) 1 angios design. comum às plantas que têm tubérculos ou raízes tuberosas; batateira, batateiro 2 angios tubérculo comestível de certos vegetais, como, p.ex., a batata-inglesa 3 p.ext. (da acp. 1) angios qualquer tubérculo, comestível ou não 4 angios m.q. batata-inglesa 5 p.ana. (da acp. 1) infrm. bíceps volumoso 6 infrm. incorreção gramatical; barbarismo, solecismo 7 B infrm. afirmação tola; asneira, burrice 8 ent B m.q. bicho-de-pé (Tunga penetrans) 9 ict m.q. bodião-batata (Cryptotomus ustus) 10 ict B peixe perciforme da fam. dos branquiostegídeos (Lopholatilus vilarii), do Atlântico ocidental, com até 1 m de comprimento, corpo robusto e alongado, pardo no dorso e esbranquiçado no ventre, com manchas amareladas na cabeça, parte superior do corpo e nadadeiras dorsal e caudal; batata-do-alto, namorado 11 ict RJ m.q. batata-de-pedra (Caulolatilus crysops) ± b. da perna p.ana. B infrm. m.q. panturrilha ? b. quente fig. B infrm. questão problemática; dificuldade, complicação ? de b. p.ana. infrm. cuja forma lembra uma batata ? morder a b. fig. CE infrm. ingerir bebida alcoólica ? na b. fig. B infrm. 1 absolutamente certo; na certa; sem falta 2 exatamente, pontualmente ? plantar batata(s) fig. infrm. parar de incomodar; ir embora; não dizer impropriedades, não ser importuno F ver uso ? ser b. fig. B infrm. não falhar; não deixar de ocorrer ? soltar batatas fig. B infrm. dizer asnices ou falar com incorreções gramaticais ¤ uso emprega-se depois do v. ir no imper. ou do v. mandar ¤ etim cast. batata ‘tubérculo comestível de plantas herbáceas originárias da América do Sul’, prov. do taino, língua do Haiti; ver batat- ¤ col batatada, 1batatal, batateiral

  • Antônio Houaiss 05/10/2007em17:03

    Batata. s.f. (a1557 AGal 264) 1 angios design. comum às plantas que têm tubérculos ou raízes tuberosas; batateira, batateiro 2 angios tubérculo comestível de certos vegetais, como, p.ex., a batata-inglesa 3 p.ext. (da acp. 1) angios qualquer tubérculo, comestível ou não 4 angios m.q. batata-inglesa 5 p.ana. (da acp. 1) infrm. bíceps volumoso 6 infrm. incorreção gramatical; barbarismo, solecismo 7 B infrm. afirmação tola; asneira, burrice 8 ent B m.q. bicho-de-pé (Tunga penetrans) 9 ict m.q. bodião-batata (Cryptotomus ustus) 10 ict B peixe perciforme da fam. dos branquiostegídeos (Lopholatilus vilarii), do Atlântico ocidental, com até 1 m de comprimento, corpo robusto e alongado, pardo no dorso e esbranquiçado no ventre, com manchas amareladas na cabeça, parte superior do corpo e nadadeiras dorsal e caudal; batata-do-alto, namorado 11 ict RJ m.q. batata-de-pedra (Caulolatilus crysops) ± b. da perna p.ana. B infrm. m.q. panturrilha ? b. quente fig. B infrm. questão problemática; dificuldade, complicação ? de b. p.ana. infrm. cuja forma lembra uma batata ? morder a b. fig. CE infrm. ingerir bebida alcoólica ? na b. fig. B infrm. 1 absolutamente certo; na certa; sem falta 2 exatamente, pontualmente ? plantar batata(s) fig. infrm. parar de incomodar; ir embora; não dizer impropriedades, não ser importuno F ver uso ? ser b. fig. B infrm. não falhar; não deixar de ocorrer ? soltar batatas fig. B infrm. dizer asnices ou falar com incorreções gramaticais ¤ uso emprega-se depois do v. ir no imper. ou do v. mandar ¤ etim cast. batata ‘tubérculo comestível de plantas herbáceas originárias da América do Sul’, prov. do taino, língua do Haiti; ver batat- ¤ col batatada, 1batatal, batateiral

  • Antônio Houaiss 05/10/2007em17:04

    Batata. s.f. (a1557 AGal 264) 1 angios design. comum às plantas que têm tubérculos ou raízes tuberosas; batateira, batateiro 2 angios tubérculo comestível de certos vegetais, como, p.ex., a batata-inglesa 3 p.ext. (da acp. 1) angios qualquer tubérculo, comestível ou não 4 angios m.q. batata-inglesa 5 p.ana. (da acp. 1) infrm. bíceps volumoso 6 infrm. incorreção gramatical; barbarismo, solecismo 7 B infrm. afirmação tola; asneira, burrice 8 ent B m.q. bicho-de-pé (Tunga penetrans) 9 ict m.q. bodião-batata (Cryptotomus ustus) 10 ict B peixe perciforme da fam. dos branquiostegídeos (Lopholatilus vilarii), do Atlântico ocidental, com até 1 m de comprimento, corpo robusto e alongado, pardo no dorso e esbranquiçado no ventre, com manchas amareladas na cabeça, parte superior do corpo e nadadeiras dorsal e caudal; batata-do-alto, namorado 11 ict RJ

  • Antônio Houaiss 05/10/2007em17:17

    Foi a mal a repetição…

  • Saint-Clair Stockler 05/10/2007em23:34

    Porra, que merda… Acho que cheguei no fundo do poço mesmo: ser considerado pseudônimo de alguém… Fim de carreira total! 🙁

  • Daniel Brazil 06/10/2007em12:48

    Vanitas vanitatum, et omnia vanitas. Um dos poucos ditados latinos que conheço, e que se aplica muito bem a algumas pessoas desta roda.
    Mas a vaidade é mal menor, e díficil ver o literato (ou candidato a) que esteja imune a ela.
    Mas, Bemveja, sugiro uma visita ao bairro da Pituba, p.ex, em Salvador, que nada tem de histórico ou turístico, com seus condomínios de luxo, hotéis 5 estrelas e shoppings “quase” paulistanos (um lixo estético, quase sempre). E os maracatus de Fortaleza, convenhamos, foram importados de Recife…
    Se entendi bem tua linha de raciocínio, o Rio de Janeiro também padece desta doença turística, não? São Paulo te parece culturalmente mais autocrática?
    Divertida a hipótese do Saint-Clair ser um pseudônimo meu. Mas o chiste soa artificial, visto que minha ojeriza por pseudônimos é ostensiva, e que uma pequena busca na rede vai identificar duas pessoas diferentes, com atividades distintas, que nem sequer moram na mesma cidade. Aliás, gosto dos contos do Saint-Clair, mas não o conheço pessoalmente.

  • Daniel Brazil 06/10/2007em12:48

    “ojeriza a”, claro.

  • vinicius jatobá 06/10/2007em13:17

    “ojeriza a”, certamente.

  • . 06/10/2007em16:09

    Essa foi batata, Houaiss.

  • vinicius jatobá 08/10/2007em19:56

    Prêmio Nobel chegando, dia 11 agora. Torço para o espanhol Javier Marías e me agradaria muito ver o estadunidense Cormac McCarthy com a láurea. Ele é realmente o único escritor norte-americano vivo à altura do Faulkner e Bellow. No terreno nacional o único escritor que vejo com qualidade para ganhar um Nobel é o João Ubaldo Ribeiro. Ele é um romancista superior, e adoro ‘Vila Real’ e ‘Sargento Getúlio’. E vocês, querem apostar?

  • Bemveja 18/10/2007em08:44

    Nao sei se Doris Lessing mereceu o Nobel. A rigor, e autora de apenas um livro de maior importancia (The Golden Notebook), escrito ha decadas. Ja dizia S.Tomas de Aquino (embora provavelmente se referisse mais a leitores do que a autores): cuidado com o homem de um livro so.

    Daniel (ou sera que eu deveria chama-lo de uma vez de Renata Miloni, que agora suspeito ser sua verdadeira identidade? Esse seu disfarce de ” Daniel Brazil” nao engana ninguem, minha cara), o Rio padece em termos dessa exposicao excessiva, mas o Rio e o Rio, nao se presta a comparacoes e nao se esgota jamais…