Sou um mestre da ficção. Sou também o maior escritor policial que jamais viveu. Sou para o romance policial, especificamente, o que Tolstói é para o romance russo e Beethoven para a música.
A declaração é de James Ellroy (veja nota abaixo, sobre “Dália Negra”), em entrevista publicada domingo passado pela revista do “New York Times”. Que marra, hein? Um pouco dessa autoconfiança – um pouco só, senão mandam buscar a camisa-de-força – não faria mal a alguns dos escritores que andam se digladiando aqui no blog.
18 Comentários
Boa, Sérgio. Mas pra dizer isso, tem que ser mesmo. Ou, no mínimo, chegar perto. Até já li um ou outro novo autor brasileiro falando algo do tipo, mas as obras deles não fazem jus ao auto-elogio.
Não entendi. Não entendi mesmo. Não seria excesso de autoconfiança o problema? Bom, mas se foi pra acabar com a briga, ta valendo.
Afinal, quem foi que disse que modéstia é legal?
Que falta de modéstia do sujeito, hein! Mesmo que ele seja o “rei da cocada preta”, um pouquinho de humildade cai bem de vez em quando. Quando o camarada é bom, ele não precisa ser cabotino.
Não sou amante de literatura policial. Alguém aqui mais competente para confirmar o dito?
abrs,
lao,
eu não chegou a ser o maior fã de literatura policial, principalmente a americana moderna, em que os enredos são mais importantes que o crime e sua solução. No entanto, já li o Dália Negra e já vi o filme – James Elroy é bom no gênero, mas não está com esta bola toda não. Dos modernos, prefiro a Patrícia Highsmith, dos antigos, simenon e agatha christie.
mas como auto-propaganda, deve estar valendo…
além do que, mesmo gostando muito de tolstói e beethoven, não acho que eles sejam os maiorais em suas áreas…
“Eu tento ser modesto, mas me faltam argumentos.”
Ô, Sérgio… Não me faça admitir assim… Logo agora que eu ia voltar pro meu pedestal de vez e resistir à tentação de postar meus comentários bissextos…
Nossa! O mais engraçado é que em questão de artes quem realmente dá o aval é o público. Os bons são geralmente inseguros.
Este aí é igual ao homem que declarou:
“-Eu tinha um problema de me achar o maioral em tudo. Mas esta fase já passou. Agora eu sou perfeito.”
Mas será que alguém acredita em artista sem vaidade?
É, Ronaldo. Mas não precisa tanta vaidade. Um pouco de humildade também é mto bom para todo bom artista.
vaidade e segurança no próprio taco só caem bem quando escorados na realidade. Não tem nada mais deprê que alguém com o rei na barriga.
O que Ellroy aparentemente fez foi uma ironia ao superlativismo reinante por aí. Todo mundo é, dependendo da leitura dos gráficos, o maior, o melhor e o mais proeminente em alguma coisa.
Eu, por exemplo, sou o autor de terror com 1,90m mais cabeludo do Brasil!
Como dizia minha avó: Humildade e caldo de galinha são duas coisas muito sem graça.
Abração!
Não sei não, mas Dashiel Hammet, Raymond Chandler, Chesterton e o sueco Mankell me agradam mais. Seja como for, Ellroy é do time de cima.
Mestra do policial era a minha boa e querida Agatha Christie. Ai, que saudades!
Ellroy esta embriagado com o sucesso.
Mestre mesmo foi Allan Poe. Os outros sao, quando muito, discipulos do Sumo Sacerdote Edgard Allan Poe.
O Ellroy é excelente,juntamente com Chandler e a talentosa Mrs. Ripley.Ver Los Angeles-Cidade Aberta; 6000 Dolares etc