Quem se lembra da nota sobre o estranho caso JT Leroy, publicada aqui em junho, a propósito do julgamento da ação de fraude movida por uma produtora de cinema – que comprara os direitos sobre a obra do “autor” – contra a verdadeira escritora por trás do personagem, chamada Laura Albert?
Só para não deixar pontas soltas: Albert foi condenada ontem a pagar US$ 350 mil à parte queixosa – mais aqui, em inglês, mediante cadastro gratuito.
14 Comentários
Eu discordo disso… eles pagaram pela obra escrita, não pelo J.T… que culpa a autora teve de enganar um bando de emplogados.
Acho que a fixação é sempre essa pelo autor, nunca pela obra… Lastimável…
Isso é uma inversão total de entendimento. Ora, ora, o pagamento foi pela obra produzida; Não pelo pseudônimo. Em minha opinião o juiz errou.
De cabeça de juiz e de bunda de criança nunca se sabe o que vai sair.
Bem, de bunda de criança (ou de adulto) só costuma sair uma coisa… Segundo Joseph K. deve ser a mesma coisa que sai das cabeças de juízes. Alguém lembra do Meritíssimo Schreber, que escreveu suas “Memórias de um Doente dos Nervos” que foram estudadas por Freud? Pois é… Paranóia parece ser condição sine qua non para o exercício do cargo… Daí para as sentenças…
Sérgio,
sem querer pautar seu blog, nem sei se já falou do assunto, mas seria legal (caso saiba ou tenha tempo pra pesquisar isso…rs.) um texto sobre as editoras que mais publicam autores iniciantes. Sei da 7 Letras que faz isso…
A 7Letras publica muitos iniciantes porque eles pagam pra isso, Kleber. Assim, até eu publico! Você já leu os livros da Coleção Rocinante? Fora uma ou outra exceção, tudo muito fraquinho…
Não acho fraco o catálogo da 7letras, não. Os da Rocco, Objetiva, Record… talvez tenham tantas coisas “fraquinhas”, comaprativamente falando. É uma editora que tem coragem e não tem grana. Isso já é um belo mérito num mercado editorial chegado à covardia. E não basta só ter grana para bancar e publicar, Mag (perdoe a intimidade), é preciso antes de tudo escrever.
Não acho que o juiz tenha errado, sinceramente.
A Laura Albert fez sensacionalismo, com uma autobiografia falsa. Ela não enganou apenas leitores: enganou também o editor e o produtor de cinema, que comprou os direitos de adaptação do livro, por pensar que se tratava de uma autobiografia autêntica.
A mulher pretendia ganhar dinheiro com o embuste.
Depois, convenhamos: quem consume esse tipo de literatura está menos interessado na qualidade intrínseca da obra do que na curiosa vida do autor. O apelo desse tipo de literatura é o próprio autor, um travesti, drogado, prostituído e soropositivo; o conteúdo do livro é o que menos importa.
Nesse mundo do politicamente correto, existe uma busca incansável pelo marginalizado que se dignifica graças ao talento literário.
Já falei antes, vou repetir: isso que essa sra. fez é estelionato, não tem essa de artista, licença poética, nom de plume, nada disso, o mercado editorial é um negócio, ela expôs o nome da editora e induziu o leitor ao erro: quem busca um relato autobiográfico tem um horizonte de expectativa muito diferente de quem compra ficção; além do mais, a natureza triste e seríssima dos temas que ela aborda não se presta a brincadeiras literárias, é sensacionalismo e exploração da pior espécie.
Sérgio,
Que tal abrir uma enquete sobre este assunto?
Diria Marco Aurélio Garcia: toc, toc, toc…
impossível Mrs Albert ter aprontado este qüiproquó sozinha. no mínimo, alguém foi relapso ou conivente.
Aqui no Brasil tudo acaba em pizza. La nos USA tudo acaba em processo.
Juízes também têm suas vaidades. O Juiz Smith, que presidiu o caso dos historiadores x Dan Brown também inseriu nos autos um anagrama, um enigma para os caçadores de relíquias perdidas…
Mrs. Albert contou com a participação de Jt Leroy, Morfeu e Bin Laden.
off-topic. Preciso de tradutor de portugues para ingles. Conteúdo: trabalho Lírico. Quem puder me informar um contato por favor escreva-me.