No “Telegraph” deste fim de semana, Jasper Rees conversa com Julian Barnes sobre seu último livro, que, quem diria, é um relativo sucesso comercial na Inglaterra: “Arthur & George”, uma história de tribunal de leitura grudenta em que o advogado é ninguém menos que Arthur Conan Doyle, o criador do detetive Sherlock Holmes.
Surpreendente, sem dúvida, mas não pelo uso do personagem famoso. Barnes escreveu sua obra mais marcante quando transformou sua paixão por Gustave Flaubert numa deliciosa mistura de romance, esboço biográfico e ensaio literário em “O papagaio de Flaubert”. Difícil saber em qual gênero o livro brilha mais.
Situando Julian Barnes em sua geração excepcional, Rees anota: “Martin Amis, Salman Rushdie, Ian McEwan – com eles você sabe, há anos, onde está pisando. Mas o tema unificador da obra de Barnes? O fio condutor? Se existe tal coisa, é uma elegante imponderabilidade…”. Imagino que seja um elogio.
2 Comentários
Ele tem um livro de contos a respeito da França e dos franceses (“Do outro lado da Mancha”), que é delicioso. É um grande contista.
“Inglaterra, Inglaterra” é subestimado.