A quinta-feira acaba de ficar sombria, apesar do sol no Rio de Janeiro. Kurt Vonnegut morreu ontem. Caramba: ontem. O mesmo dia em que, pela primeira vez e obviamente sem saber de nada, tasquei – plano antigo – uma frase dele aí na epígrafe do Todoprosa. Não, isso não tem a menor importância diante da notícia de que, aos 84 anos, morreu o autor de “Matadouro 5”, mestre do humor sombrio, o mais irrequieto e o menos solene entre os grandes escritores americanos. Minha epígrafe não tem a menor importância, mas, por alguma razão, deixou tudo mais triste aqui pelas bandas da Gávea. Volto ao assunto quando puder. Por enquanto deixo aqui (acesso livre, em inglês) o alentadíssimo obituário do “Los Angeles Times”, que é quase um romance.
67 Comentários
Puxa, Sérgio, eu não sabia. Fiquei tristíssima, tinha o cara, além de gênio, na conta de meu amigo, de mão única, claro, mas sempre ali, presente, desde a adolescência. Esse cara, sem medo, posso dizer: mudou a minha vida. E recentemente, com os últimos livros que li, mudou também a minha escrita, e pautou minha opção final pela literatura. Vai fazer muita falta, clichês à parte, neste mundo tendendo ao medíocre.
Que tristeza. Apesar da idade, Vonnegut era o mais jovem dos escritores que eu já li – isso no melhor dos sentidos. Era vivo, ativo, livre, iconoclasta. Vai fazer muita falta.
Requiescat in pace
Escritores têm como ídolos os próprios escritores. Nunca fui muito de ter ídolos; quase sempre não vale a pena, mas tenho alguns na Literatura e também na música. Se o Vonnegut influenciou – de verdade e não apenas para parecer blasé – a vida de alguém, acho justas as homenagens e as tristezas, malgrado a DISTÂNCIA que nos separa (geográfica, cultural) de um sujeito desses. Eu, particularmente, não dou a mínima para a ausência dele. O meu único receio, ano a ano, nesse sentido tem um nome e sobrenome “brasileiros”: RUBEM FONSECA, beirando os 82 anos. Esse sim, vai fazer uma falta filha da mãe. Tenho retrato dele emoldurado na minha mesa de trabalho, de tão ídolo. Eu REALMENTE tenho receio de que ele morra. E já disse a ele, inclusive.
Nunca fiquei tão triste pela morte de alguém que nunca vi de perto. Eu achava, de verdade, que ele não fosse morrer nunca.
Mas, segundo o pessoal lá de Tralfamador, não vai mesmo. São coisas da vida, afinal.
Fiquei triste hoje quando li na Internet. Mas ele deve estar com Kilgoure colocando a fofoca em dia e esperando o próximo timequaker.
Segundoa Folha ele morreu terça-feira, não ontem.
Cara, o meu desgosto pela not´[icia só aumenta. Saber disso dois dias depois.
Nenhum terremoto, nenhuma notícia na TV…
Fábio, segundo o NY Times foi ontem à noite, o obituário deles é mais curto que o do LA Times:
http://www.nytimes.com/2007/04/12/books/12vonnegut.html?_r=1&oref=slogin
Ontem à noite, sim, segundo diversas fontes. O NYT é uma das melhores porque ele morreu em Nova York.
Tá bom, tá bom. Não quero ficar de fora e nem parecer ignorante. Vou tomar um antidepressivo e abrir uma Comunidade na Internet. Vou ter vontade de me matar, por causa disso. Tá bom assim?
A primeira notícia que li hoje. Vou me lembrar desse como ‘um dia que começou muito ruim’.
Vamos fazer uma vigília? Darmos as mãos e cantarmos “we are the world, we are the children” com os isqueiros acesos? Ou então dar uma entrevista ao Edney Morango Silvestre (adoro esse nome!). No meio da entrevista, ele me perguntaria “sua lembrança mais remota de infância?” (esperando que eu respondesse pai, avô, Rex – meu cachorro) Eu acenderia um charuto (não fumo cigarros), faria um olhar “cult” e distante, meus olhos se encheriam de lágrimas e eu diria, dramaticamente: “Kurt Vonnegut”. Ele responderia “Ah, tá” e mudaria de assunto. Os meus potenciais leitores, assistindo à TV, diriam: “putaqueospariu, esse homem é culto pra caralho, imagina esses nomes que ele cita, aí, em alemão, o que não significarão?”. Sou Selvagem. E o Edney, Silvestre.
O mais belo epitáfio desse grande sujeito está na página dele. Não deixem de visitá-la:
http://www.vonnegut.com/
Paz.
Diálogo de ROBERTO SCHULTZ, escritor culto e cidadão do mundo, blasé pra caralho, descolado, porém de origem obscura e humilde, com a mãe:
“Mãe, o Kurt Vonnegut acabou, chegou ao fim”.
“Queeeem?”
“O Kurt Vunnegut.”
“Acabou mesmo, não fabricam outro?”
“Não, mãe”
“Ainda bem. Teu avô tomava dois copos desse negócio puro, sem gelo, depois do almoço. Daí a cirrose. O que faiz a mardita, hein?”
Que o velho Kurt descanse em paz la em NY. Mas nunca li nenhuma folha dele. E esse negocio de dia ficar triste pela morte de um escritor norte americano (ou alemao), puxa que negócio piegas!
Ninguem fica triste por bala perdida em criancinha no rio (e recentemente em BSB). Nao vejo manifestacao aqui pela nao produtividade da Camara Federal . Ninguem contra a estética da CF e o deputado Mão Santa com seu chapeu de couro hem?
Nefelibatas? Este é o mes das festas dos indios, do abril vermelho de sem terras, sem educacao, sem tetos & sem tetas.
Síndrome de Avestruz? Sao Cosme e Sao Damiao Livrai-me! ..acho que vou tomar uma dose do cha do Santo Daime para me livrar dessa onda de memorias sentimentais de miramar…
Prezado Roberto, não vi ninguém aqui pedindo nada para vc. Está cada um na sua, fazendo seu comentário, lamentando a morte do sujeito.
Não faça papelão, fique quietinho e assim você ganha mais.
Ainda o diálogo com a mãe (alguém dirá: “calma, márcia, um escritor de merda como esse ROBERTO SCHULTZ só quer chamar a atenção, nâo dê bola que ele cansa”)
“E olha que teu avô tomava essa porcaria Vonegutt-gutt, no bico!”
João Gomes, estou decepcionado com você. Você é burro, feito eu, e não se comove com a morte do velho Kurt. Vá estudar. A propósito, o que tem a ver o KURT com as calças?
Um poema temático, para esse dia. Certamente um dos dias mais tristes da minha vida. O dia começou triste. Acabei de fazer, desculpem, estou emocionado.
Vai, Vonnegutt, voa, célere para o céu,
junta-te aos bons do firmamento,
junto com o João Paulo,
não o Segundo, o Papa,
mas aquele sertanejo
que fazia dupla com o
Cantor Daniel!
Não posso prosseguir, desculpem.
Caro xará Schultz, não precisa ficar tão triste e ressentido por não conhecer o Vonnegut. Alguns livros dele estão à disposição, a preços populares, na banca mais próxima de você. É só ir lá e comprar. Ou deixar isso pra lá e simplesmente fechar a matraca. Não é fácil?
Ah, Roberto R. Não se ressinta. Sou um recalcado que sonha em ser como vocês e chorar a morte de um escritor de 84 anos, morto “precocemente” do outro lado do mundo, cuja influência nas vidas das pessoas é indiscutível. Estou rezando para não morrer o Paul Auster ou outro mais novo. O blog vai acabar, por depressão e suicídio coletivo!
Sérgio, acabei de ver seu programa na Globonews, atrasada como sempre. Gostei. Acho que apesar da modéstia vc foi bem ao vivo, sua figura altamente caricaturável, no bom sentido: marcante. Gostei do que vc disse a respeito da literatura-pavê, em camadas. Eu estava descrevendo o meu trabalho para o Alan ontem, e foi exatamente assim: são várias leituras, em profundidades diferentes, do leitor mais simplório ao mais sofisticado. Curti saber que vc considera isso boa literatura. Muito bom.
Caramba, tá cada vez mais chato comentar aqui. Fui.
“Eu vejo gente morta”
(Frase célebre do menino no filme “O Sexto Sentido”, com um dos grandes nomes do cinema universal, Bruce Willis, que sabe fazer como ninguém uma cara de “a cueca-está-me-apertando-na-virilha”)
Espera, Roberto R., vou com você! Scooby doo, cadê você, meu filho?
Só porque ele não influenciou sua vida ele não influenciou a de mais ninguém?
Vc deve ser uma pessoa adorável, hein?
Marcia, não dá trela pro cara, por favor. Ele está desnorteado por ser um emérito desconhecido no cenário literário nacional e tantos loas a Vonnegut apenas o deixam mais depressivo. Coitadinho…
Roberto Schultz, qual é? Na boa, rapaz: qual é? Não leu o Vonnegut, nunca ouviu falar? Direito – e problema – seu. Seus dois ou três primeiros comentários engraçadinhos, vá lá, o cara tinha tanto humor que saberia apreciar um espírito de porco no velório. Sem problemas. Mas aí começou a ficar esquisito. Ninguém aqui está fazendo pose porra nenhuma, cara. A tristeza pela morte de um grande escritor – e grande sujeito – é genuína. Se você não tem sensibilidade para perceber isso, se acha que brasileiros só podem chorar por brasileiros, americanos por americanos, búlgaros por búlgaros – bom, lamento por você. Se percebe e ainda assim achou que seria bacaninha avacalhar o papo, sugiro – na boa – que vá dar uma volta e pensar melhor.
Sou adorável, márcia. E quem disse que ele não me influenciou? Além disso…um momento!
O PLANTÃO DO JORNAL NACIONAL EM EDIÇÃO EXTRAORDINÁRIA:
Milhares de pessoas se acotovelam em Aparecida do Norte, em romaria pela perda (precoce) de Kurt Vonegutt-gutt que morreu aos 84 anos, batendo um bolão e deixando milhares de órfãos no mundo todo, sobretudo no Brasil, país com o qual Kurt se identificava. Perguntado sobre o Brasil, uma vez, Kurt respondeu: “bosta”, em sonoro português, demonstrando afeto pelo País. Romeiros, cumprindo promessa, chegam aos milhares, trazendo, reproduzidos em cera, as mãos, a cabeça, os olhos e até o “pingolim” de Kurt Vonegutt, que será um dos candidatos à canonização pelo Papa Bento Carneiro, em sua visita ao Brasil. O Papa Bento (o Vampiro, de André Vianco, Editora Novo Século), após o almoço e umas duas garrafas de vinho, proferirá “Kurt”, ao que não faltará um engraçadinho que dirá “ô porco!”, pensando tratar-se de um arroto de Sua Santidade. A reportagem é de Edney Silvestre e seu Conjunto.
Sérgio. O meu último comentário foi feito sem eu ter lido o seu. Você é o DONO do espaço, que presumi democrático. Deve ter gente com pose, achando horrível, mas deve ter gente gostando. O João Gomes falou bem, tem muita coisa com que se preocupar. Descontraia. E me desculpe. Este não é um espaço democrático.
Tibor: lamento por voc~e ter dito isso, tentando me atingir. Ter autocrítica é importante e eu tenho, já demonstrei aqui dizendo, eu mesmo, ser um desconhecido. Tinha gostado de você, da Noga, do Sérgio. Mas parece que o “espírito de clubinho” prevalece, sempre, em toda parte. Quem está fora não entra e quem está dentro não sai. É isso?
Se não fosse democrático, rapaz, sua zoeira com a tristeza alheia teria sido deletada. Como é essa democracia ideal: você pode falar mas não pode ouvir?
Posso ouvir Sérgio. E não apenas ouvir como eu mesmo me atribuo as críticas,se você notar e reler nos meus comentários. A “tristeza alheia” é que é discutível. Mas você é o dono e sabe o que faz. Sim senhor !
Para finalizar a polêmica (gratuita, como sempre, no Brasil), deixo claro que jogo ABERTO E IDENTIFICADO, não como anônimos que vêm aqui. Este aqui sou eu mesmo, não um “nickname”. Honestidade é tudo.
Desculpe, Roberto, se ficou a impressão de que tentei atingi-lo de alguma maneira. Mas você é tão exageradamente histriônico que passa a nítida sensação de estar tentando se promover às custas dos outros. Nesse caso, às custas de Vonnegut e de todos os comentaristas. Você tão incansavelmente berra aos quatro cantos que não passa de um gaúcho (soa como um xingamento), soterrado pela indiferença nacional, que fica não a dúvida, mas a certeza de sua inconformidade raivosa. Cara, sinceramente, pode brincar à vontade (eu, Clarice, Saint-Clair, Cláudio e outros, brincamos muito), desde que não afronte a terceiros. E isso não é tirar de você o seu direito à expressão, mas garantir aos outros o direito de não serem afrontados. Brinque, mas entenda que existem limites. Só isso.
Não, caro Roberto. Honestidade não é tudo, existe também o respeito e a capacidade de colocar-se no lugar dos outros(compaixão). E tem mais, o requinte da ironia é esta falsa e fácil autocrítica, que soa mais como uma desculpa antecipada pelas atitudes infantis.
Tibor. A indiferença não é nacional, é Regional. “Ser gaúcho”, no meu caso, é um “auto-xingamento”, acredite. Everton. Honestidade é tudo. Como diz o cara que pede no sinal “eu podia estar roubando, eu podia estar matando, mas estou aqui, pedindo..”. E eu podia estar anônimo, xingando Deus e o mundo. Mas não. Este é o meu nome, sou gaúcho, sou escritor de contos e romances (medíocre na “cena” literária,mas todo mundo cresce até o tal Kurt..deixa pra lá). Sobre compaixão por um escritor americano, acho discutível. Ainda acho que é pose. Se a sua mãe morrer ou o seu filho, terei compaixão. Não são “atitudes infantis”. É humor. Irônico, ácido. Mas humor. Não preciso bancar o “cabeça” para, efetivamente, ser “cabeça”. Vivo em pleno mundo formal, sou também advogado. E alguns advogados não podem ser mais rígidos e ultrapassados. E sou BOM advogado. Inventei, no Brasil, um ramo chamado “Direito da Publicidade” e o único livro existente no País, é meu. Para isso, não preciso bancar o sóbrio. Há muito abandonei isso. A pose.
Quem pode escapar da morte?
Há muitos e muitos anos atrás, num dos vilarejos que sempre existiram nos arredores de Bagdá, um homem mandou seu escravo ir à feira livre.
Quase uma hora depois, o serviçal entra correndo pela porta da frente, em pânico, gritando:
– Meu senhor, meu senhor… por favor, empreste-me um camelo… eu preciso fugir.
– O quê está havendo, homem, perguntou-lhe o senhor.
– Eu estava na feira, como o senhor me mandou, e tive a infelicidade de dar de cara com a “dona” Morte, e ela olhou para mim com um olhar ameaçador. Por favor, meu senhor, empreste-me um camelo. Tenho parentes em Bagdá e lá ela não vai me encontrar. Sei onde me esconder… a cidade é grande.
O homem emprestou o camelo ao seu escravo, vestiu sua vestimenta e foi à feira. Encontrou-se com a “dona” Morte e foi logo lhe perguntando:
– “Dona” Morte, por quê a senhora olhou para o meu escravo com um olhar ameaçador?
– Em absoluto, respondeu a Morte, não olhei para o seu escravo com um olhar ameaçador. Olhei para ele com um olhar de espanto, pois tenho um encontro com ele daqui há pouco em Bagdá e não entendi como ele ainda está aqui.
Aos homens está ordenado morrerem uma só vez, vindo depois o juízo.
Hebreus 9.27
“Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu filho unigênito, para que tdo que nele crê tenha a vida eterna, Jo. 3.16
Ei, Paulo Coelho, A Vingança 48.
Luto oficial de cinco instantes em Trafalmador.
Pelo menos nos restou Roberto Schultz, franco favorito ao prêmio Jabuti na categoria “comentarista de blog”.
eu e outros amigos, todos fãs de vonnegut, estamos arrasados.
é certo, sim, se sentir triste hoje. existe muito pouca gente a quem sou tão grato. pouquíssima gente entre os que conheço foi capaz de me proporcionar tantos bons momentos. sou grato a ele.
o que mais tenho a dizer está aqui: http://www.insanus.org/gabinetedentario/
Schultz..
Tu disseste aquilo mesmo ao Rubem Fonseca?
Cara, tu é “mutcho loco”…rsssss…. tô até imaginando cara do Rubão pensando: “Cada um que me aparece!”
Disse mais, Cezar. A minha filha tinha um hamster que foi batizado de “Rubem”, em homenagem a ele. A foto dela, com o hamster, foi mandada a ele. Eu disse “se pode haver um Paulo Coelho, porque não um Rubem Hamster”? Ele agradeceu. Dediquei uns dois livros meus, a ele. Tenho dois dele autografados, com dedicatória. O primeiro é “Confraria dos Espadas”. O segundo é uma edição portuguesa de “Diário de um Fescenino”, que ele me mandou. Devo ser um dos poucos, no Brasil, que tem livros autografados por ele, pois o Rubem jamais fez uma sessão de autógrafos. Aquele sim, se morrer, vou chorar.
Era só o que faltava, uns comentaristas do Fiúza (com idade mental média de 10 anos) migrarem para cá e virem emporcalhar este blog aqui também. Logo na morte do meu ídolo de infância. Que falta de respeito do cazzo. Que babaquice este lance de não deletar estes suínos. Que m*.
Ricardo: Sobre o Jabuti, são os seus “óleos”, meu filho. São os seus “óleos”.
Eu também vou, Schultz, também vou…
Mesmo porque cada novo livro do Rubão, pra mim, é um momento de deleite… O cara escreve cada vez menos compromissado com crítica. Tá meio descurado com a linguagem, mas a imaginação continua a mil…
Obs. O Kurt era um figuraça… bom escritor e, pelo que consta, um sujeito nem ai para a mundanidade literária, o que pra mim é a mais nobre característica do verdadeiro escritor.
O Matadouro é um livraço… Mas, como dizia o (finado) meu pai: todos vocês vão morrer um dia. Ontem foi o dia do Kurt…
É “esses suínos”, Luciano. Ao colocar “estes” você “se incluiu-se”, manja?
Todos vão morrer. Sábios os nossos finados (o meu e o seu) pais, Cezar. Esses caras (os nossos pais) aparecem na vida e na lembrança da gente quando menos se espera. Seja lá onde estejam, hoje.
Sérgio, caramba também digo eu. No domingo último mandei ao ar mais uma edição do meu jornal on-line. E arrisquei duas palavrinhas sobre Kurt Vonnegut:
http://www.sergipe.com.br/balaiodenoticias/artigo.htm
Foi-se o último moicano. Abs.
Marcia, legal a dica do site. O epitáfio é o próprio “epitafado”. Há vários videos de entrevistas e palestras de KV no You Tube. Abs.
sérgio, que também é rodrigues, me desculpe pela indelicadeza de pôr um link em um comentário. a boa educação manda pedir antes.
um abraço.
alexandre rodrigues
Alexandre, por mim tá desculpado. Ficou bacana a sua homenagem a KV. Abs.
Uma pequena informação: a revista “McSweeneys” tem uma excelente entrevista, em inglês, com Vonnegut: http://www.mcsweeneys.net/
O título: “As melhores piadas são perigosas”.
Sumário do “literary output” de Kurt Vonnegut pelo “The Salon.com Reader’s Guide to Contemporary Authors”:
http://www.salon.com/books/feature/2007/04/12/eggers_on_vonnegut/
Taí Sérgio, quem sabe não seja uma boa idéia: por que o nomínimo e o Todoprosa não criam um projeto semelhante a esse do “The Salon.com Reader’s Guide to Contemporary Authors” para escritores brasileiros?
Tá limpo, Alexandre. É um bom link.
Cláudio: talvez algo parecido possa ser pensado, sim.
Obrigado a todos os que estão trazendo links sobre Kurt Vonnegut. Obra coletiva é isso aí.
Abraços.
Entrevista exclusiva bombástica do ex-repórter da TV Globo, Rodrigo Vianna: demitido após se recusar a assinar um abaixo-assinado defendendo a cobertura eleitoral da emissora, fala com exclusividade ao Fazendo Media e ao blog “Desabafo País” confirma que, de fato, existe interferência política no Jornal Nacional. No final do ano passado, Rodrigo denunciou as distorções praticadas pela TV Globo para prejudicar a campanha de Lula e favorecer Geraldo Alckmin. Mas não aconteceu apenas durante as últimas eleições. Nesta entrevista, Rodrigo conta dois outros episódios em que foi vítima de censura e se pergunta: “Será que a Globo fez uma opção parecida com a da Igreja Católica de Ratzinger: ficar mais coesa, mas também menor e mais reacionária?” Acesse o DESABAFO PAÍS: http://desabafopais.blogspot.com .Um abraço, Daniel.
Não li nenhum livro do Vonnegut, mas conhecia algo sobre ele. Sei da importância dele na literatura mundial e acho que devemos lamentar a morte de qualquer um da área que faz uso de seu talento para diminuir fronteiras e alargar o convívio. Paz a alma dele. Também estou triste pela morte – que só ontem soube – de meu amigo escritor e jornalista DIORINDO LOPES JÚNIOR, paulista de Bauru, que ocorreui em fevereiro. Ele era contista, premiado, e autor de livros infanto-juvenis. Também acho que o Fonseca morrendo será uma grande falta.
Kurt era um dos caras mais lucidos que ja ouvi falar sobre nosso pais, sobre a vida, e sua propria pessoa. Era afiadissimo e brilhante, tinha um senso de humor finissimo, sharp as a razor, e uma pena que uma mente assim tenha se calado.
Estou com a Márcia. Nem “um minuto de silêncio” seria tão significativo quanto o epitáfio em http://www.vunnegut.com
É de se lamentar a perde de qualquer bom escritor… lógico, não se está falando de qualquer escritor…
Pena, deveria haver uma lei divina que proclama-se o nascimento de, no mínimo, dois escritores bons para cada ótimo que parte deste mundo…
Escreve Billy Pilgrim no “Matadouro Cinco”:
“O fato mais importante que aprendi em Tralfamador foi que, quando uma pessoa morre, ela apenas parece morrer. Ela continua bem viva no passado, portanto é tolice chorar no seu enterro. Todos os momentos, passados, presentes e futuros, sempre existiram e sempre existirão. Os tralfamadorianos podem olhar para todos os momentos diferentes, assim como nós podemos olhar, por exemplo, para uma extensão das Montanhas Rochosas. Eles podem ver como são permanentes todos os momentos e podem olhar para qualquer momento que os interessar. É uma ilusão que temos aqui na Terra, de que um momento se segue ao outro, como contas num fio, e que, uma vez um momento tenha passado, ele se foi para sempre.
“Quando um tralfamadoriano vê um cadáver, tudo o que ele pensa é que a pessoa morta está em más condições naquele momento particular, mas que essa mesma pessoa está muito bem em numerosos outros momentos. Agora, quando me dizem que alguém está morto, simplesmente encolho os ombros e repito o que os tralfamadorianos dizem a respeito de gente morta: ‘Coisas da vida’.”
Ótimo escritor… fará falta. Há vários vídeos com ele no youtube. Vale dar uma conferida.
Gilberto:
Esta história do homem que encontra a morte na feira é um velho apólogo mesopotâmico. A única diferença entre sua versão e a que conheço é o lugar do acontecimento: a “vítima” está em Bagdá mas ao vê-la na feira a morte se espanta porque tem um encontro com ela à tarde em Samarra. John O’Hara – outro grande escritor americano, como Vonnegut – escreveu um “Appointment at Samarra”, sua melhor obra, baseado nesta história. E Guimarães Rosa, na “novella” “Uma Estória de Amor (A Festa de Manuelzão)” dá o nome de Samarra à fazenda na qual tem lugar sua narrativa. Como um tema subentendido na obra é a presença futura da morte, não creio que seja mera coincidência, já que acho difícil que alguém lá no interior de Minas usasse tal nome. E Guimarães Rosa não era escritor de “coincidências”. Hoje em dia basta abrir o jornal para ver o nome de Samarra – a morte anda muito ocupada por lá…
Segundo o Oráculo Google essa fábula oriental “Encontro em Samarra” foi compilada por William Somerset Maugham; vide ‘Obras Primas do Conto Fantástico’,/i> Livraria Martins Editora, 1966.
Essa parábola do homem e da morte já me foi contada umas três vezes com lugares diferentes fazendo a vez das cidades fatais. Ah, sim, já que o Pedro lembrou o livro do John O’Hara, vale mencionar que ele teve edição recente, uns dois anos aqui, pela Ediouro, com o nome de “Encontro em Samarra”.
eu me lembro quando a dois anos atrás eu li o “Matadouro 5” dele. Caramba, é meio tosco isso, mas nunca até lá um livro me causou tanta repulsa quanto admiração ao mesmo tempo. o enredo era horrível, mas grandioso. a escrita deplorável, mas prazerosa. Os personagens ridículos e enojantes, mas com grande caráter ao mesmo tempo. Isso sem falar no estilo, esse sim 100% elogiável
francamente, Vonnegut me fez ficar admirado e refletir bastante só com esse livrinho e agora ele morreu(apesar de que ele viveu bastante e teve um currículo invejável). Uma lâstima!, mas fico tranquilo porque ele fez uma certa diferença para melhor, e eu o agradeço por isso
(nossa, isso foi horrível…um dramalhão desgraçado…rsrsrs)