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Leia o clipe, veja o livro

14/06/2007

Outro dia falamos do assunto aqui, a propósito do divertido “trailer cinematográfico” do livro “A guerra dos bastardos”, de Ana Paula Maia (Língua Geral), uma das poucas iniciativas do gênero no Brasil. No site BookVideos.tv, ligado à editora Simon & Schuster, o barato é um pouco diferente, mais interessado em glamourizar autores e seduzir o leitor com uma espiada nos “bastidores da criação”. Qualquer que seja o conteúdo, porém, a forma parece ir além do mero modismo. Para começar, a produção é barata. E a veiculação é mais ainda, pois a internet fornece um ambiente em que as peças mais bem recebidas se espalham, por assim dizer, sozinhas. Não duvido que editoras e autores se vejam, em breve, obrigados a pegar a onda do videoclipe como peça promocional de livros.

20 Comentários

  • Urubu Frederico 15/06/2007em01:53

    Isso vai ser realmente engraçado. Os escritorzinhos furrecas brasileiros escancarando os “bastidores da criação”…

  • Noga Lubicz Sklar 15/06/2007em06:48

    já estou preparando o meu, hehe… dois garotos brilhantes da PUC estão fazendo, e pelo que vi, está lindo. nas telas neste fim de semana.

  • Saint-Clair Stockler 15/06/2007em07:30

    Se puder filmar pelado, eu topo.

  • Bemveja 15/06/2007em07:43

    Mais um retrocesso do mercado literário. Eu me pergunto se Thomas Pynchon ou J.D.Salinger estariam dispostos a gravar um filminho desses para descrever seus respectivos processos criativos.
    A Amazon tem uma iniciativa mais interessante, que é franquear espaço a alguns autores para que eles possam falar de seus lançamentos e responder perguntas de leitores.

  • O Reacionário 15/06/2007em08:43

    Interessam-me deveras contrasensos, vozes discordantes. Pena é que, por aqui, um pretenso profeta do Evangelho da Divergência seja um mero verborrágico travestido de blasé eloqüente (e agora segue a tática de deixá-lo em monólogo). E sigo tal qual Céline, em busca da peqena música.

  • Cezar Santos 15/06/2007em10:13

    Isso é mídia, é auê, é marketing…
    Literatura é outra coisa.

  • Sérgio Rodrigues 15/06/2007em10:59

    Mas isso não é evidente, Cezar? Mídia. Marketing. Comercialização. Venda. Indústria editorial. Ou em algum momento eu dei a entender algo diferente?

  • Bruno Correia 15/06/2007em11:33

    Viram o vídeo? Kitch não! Ai meu John Waters, ai minha santa Divine. Anti-propaganda, o que devia ser um simpático trailer denunciou uma falta de cuidado (e cultura) de seja lá quem foi o maldito que o produziu. Infelizmente, a Ana Paula perdeu um leitor.

  • Saint-Clair Stockler 15/06/2007em12:02

    Uai, se até o Cormac McCarthy foi na Oprah, por que não fazer filminhos pros lançamentos literários? Um livro, infelizmente, ainda não brota nas árvores e não cai, que nem maná, do céu (do céu, atualmente, nem cocô de pombo). Ou muito me engano, ou desde os primórdios da Imprensa o livro é um objeto que pode (e deve) ser comercializado, ou seja, tem dinheiro envolvido. Dizendo de outra forma: um livro é, tanto quanto qualquer outra coisa vendável, um produto, portanto qualquer lance de marketing é em princípio bom para promovê-lo. Só aqui no Brasil que pra ser bom você tem de ser um fracasso de vendas. Se vende muito, é uma merda. Veja a pobre da Lya Luft, o já clássico exemplo tunipiquim. Enquanto estava lá, quietinha, fazendo traduções do alemão e escrevendo sem chamar muita atenção novelinhas sobre pequenas famílias claustrofóbicas de origem alemã, estava tudo bem. Foi só tentar escrever uma coisinha ligeiramente diferente, prum público mais amplo, e já tascaram o rótulo: AUTO-AJUDA. Que coisa, não?

  • ai, ai, ai... 15/06/2007em12:08

    Lya é uma tradutora fominha, ranzinza…nas traduções dela, se houver algum trecho em outro língua (mesmo que ela domina), a sacripanta não traduz…diz que não recebeu pra fazer a tradução em OUTRA lingua que não a do livro contratado…que mulher mais fominha…

  • Fabrício 15/06/2007em12:25

    Existe um site brasileiro que faz clipes de livros. http://www.canaldolivro.com.br/

  • Mozzambani 15/06/2007em13:32

    Por falar em mídia…

    Criei atrabés do ORKUT do meu novo livro (a ser lançado em Julho) uma comunidade formada apenas por perfis (orkut) de livros!

    Quem quiser dar uma olhadinha, agradeço qualquer divulgação!

    O linque é:
    http://www.orkut.com/Community.aspx?cmm=33779520

  • Claudio Soares 15/06/2007em13:44

    E não esqueçam o expanded books que tb é bem interessante.

    Gostaria de comentar dois aspectos dessa inevitável convergência.

    O primeiro se relaciona à uma certa e necessária desmistificação do processo criativo o que me parece inevitável em uma época de transição em que tb o livro caminha para ser “networked”. As vozes são mais numerosas do que aquelas que nos chegam através do “filtro” das editoras. No Brasil, não é glamour (bem, tlvz o seja para alguns), é questão de sobrevivência.

    O segundo é que os escritores tb precisamos nos aproximar de nossos leitores. No final de 2006, lancei meu primeiro romance. Realizei 2 bate-papos em lojas Saraiva Mega store aqui no Rio. Fiquei surpreso ao saber que fui o primeiro a realizar um bate papo literário na mega store da Rua do Ouvidor, localizada em pleno centro do Rio de Janeiro, rua de tradição onde já funcionaram a Garnier e José Olympio.

    Mas é claro que existem outros problemas. Por exemplo, simplesmente, não existe espaço na mídia nacional para escritores novos, de editoras pequenas (o meu caso, por exemplo).

    Em uma situação dessas temos duas opções. Desistir ou buscar alternativas para divulgar nosso trabalho. Não me arrependo de fazer parte do segundo grupo.

    Agradeço a minha editora por ter acreditado no meu trabalho e editado o livro. Agora, estamos trabalhando. Fomos para a internet. Estamos no Youtube, Orkut, MySpace, temos blog, até no Second Life, em breve.

    Essa é a nossa época. A mídia pode ser engessada e o mercado lento e preguiçoso. O escritor jamais. Ainda mais quando temos toda uma internet à disposição, cobrindo todos os processos, da criação até a venda. É isso.

  • Noga Lubicz Sklar 15/06/2007em14:01

    Olha, gente. A estratégia de marketing não tem nada, nada a ver com a qualidade literária, é o que eu penso. Uma coisa é a opinião especializada, que sim, tem o maior valor. Outra coisa é fazer o livro chegar ao leitor, e para isso, meus amigos, hoje em dia vale qualquer coisa. Meu livro será lançado na Flip e não me nego a nada. Meu talento literário se exerce no silêncio das minhas quatro paredes, e este ninguém invade nunca. Saiu dali, quero tocar o máximo possível de pessoas, e não vejo como isso diminui a qualidade da minha escrita. Se tiver que dar entrevista eu dou, se tiver que ir ao Jô, na Gabi, na Gimenez (ui), eu vou, e acho é bom. Falar nisso, um respeitado editor e juiz de prêmios me ofereceu uma comunidade, e sim, participo dela: não tenho frescura de nenhuma espécie. Se eu fosse vcs, participava tb: http://www.orkut.com/Community.aspx?cmm=33978493. Não é que eu esteja falando de mim, nada disso, não sou idiota… mas de uma coisa eu tenho certeza: não é a frescura que faz o gênio, mas justamente a falta dela.

  • vinicius jatobá 15/06/2007em16:59

    Nossa, Bemveja, relaxa um pouco… Está muito estressado, assim você vai ter um infarto… Vai ler um ‘novel’, descansar…

  • Bemveja 15/06/2007em17:28

    Vinicius, estou lendo Stephen King (“Cell”) e histórias em quadrinhos, ou seja, estou tranquilíssimo. Minhas críticas são “detached”, nada têm a ver com meu cotidiano etc.

  • Daniel Brazil 16/06/2007em20:52

    Ah, não sofisme, Bemveja! Thomas Pynchon ou J.D.Salinger não dão entrevistas pra órgão nenhum.
    Se você aplaude a postura deles, deve considerar todos os cadernos literários, revistas, Amazon, o escambau, indignos de um verdadeiro escritor.
    Por outro lado, há vários escritores de primeira linha que estão sempre papagueando em todo microfone que aparece pela frente.
    Vaidade não tem a ver com qualidade literária. Não garante, nem condena.

  • Bemveja 18/06/2007em06:38

    Daniel, claro que a escolha do Pynchon e do Salinger foi deliberada, e existem muitos exemplos contemporâneos de escritores que vivem distanciados dos holofotes. A essência é que publicidade não ajuda muito um livro; veja o exemplo recente do “The Historian”. Pode ser algo interessante depois que o autor se estabelece, mas esse afã de buscar a imprensa me parece um tanto quanto suspeito– há quem faça e tenha êxito (Tom Wolfe), agora não sei realmente se é algo que pertença à esfera das letras ou do mercado.

  • Carlos 18/06/2007em10:14

    Já existia o clipe do livro “O código Aleijadinho”, do Leandro (esqueci o sobrenome). Se não me engano, lançado pela Garamond. É só procurar no YouTube.

  • Carlos 18/06/2007em10:14

    Já existia o clipe do livro “O código Aleijadinho”, do Leandro (esqueci o sobrenome). Se não me engano, lançado pela Garamond. É só procurar no YouTube.