Não sei, mas acho que posso ter encontrado um jeito simples de aumentar os índices de leitura da população brasileira (clique na imagem para ter melhor resolução).
A inspiração veio dessa seleção de piores capas de títulos famosos da literatura – sexistas, sensacionalistas, caras de pau, sem noção, comicamente literais ou todas as alternativas anteriores – feita pela Flavorwire. Atenção ao primeiríssimo lugar ocupado por uma capa da Record para “O iluminado”, já comentada aqui.
A temporada de capas cretinas começa agora: se você tiver um Paint (ou programa melhor) na mão e uma ideia na cabeça, o Todoprosa está de portas abertas à sua criatividade pelo email sobrepalavras@todoprosa.com.br. Apenas arquivos em jpg, por favor.
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Agora falando sério, é um primor de abrangência e lucidez o artigo “Literatura brasileira no exterior: problema das editores?”, de Felipe Lindoso, publicado em seu blog, aqui. Quem se interessa de forma profissional ou diletante pelo assunto tem muito a ganhar encarando a longa extensão do texto. Uma amostra:
…seja através das editoras – ou, principalmente, dos agentes literários – as negociações internacionais usam, no maior limite do possível, a predominância do inglês nessa etapa atual da República Mundial das Letras precisamente para valorizar seus autores.
As editoras brasileiras são, como as de outros países, os alvos disso. Por essa razão e pelo fato do português ser uma língua de menor expressão nessa constelação, os editores brasileiros participam do mercado literário internacional principalmente como compradores, não como vendedores.
Nesse contexto, querer que sejam os editores os que façam a promoção da literatura brasileira no exterior é tão somente uma manifestação de wishful thinking. Não funciona.
7 Comentários
Capas medonhas mesmo. Alguns livros de Clarice, não lembro da editora, tb tem capas horrorosas. Vou ler o artigo do Lindoso, espero. abraço, clara
Nenhuma editora consegue superar o mau gosto das capas dos livros da Martin Claret. Verifiquem! Dá até vergonha tê-los na estante, quando chega alguma visita!
As capas de livros brasileiros geralmente possuem cores gritantes e composições de gosto duvidoso, que contrastam com a sobriedade das capas de livros europeus.
Basta comprar alguns livros brasileiros e o leitor terá todas as cores do arco-íris na sua estante.
O que também constatamos é que alguns bons livros, e muitas vezes de sucesso no exterior, deixam de entrar na lista de mais vendidos do mercado brasileiro por motivo das editoras escolherem capas “mortas”. Em nossa época, a “embalagem” bonita e atrativa é essencial.
Esses leitores espertos e suas capas cretinas | Todoprosa - VEJA.com
Complemento a este post: http://flavorwire.com/378513/20-embarrassingly-bad-book-covers-for-classic-novels/
Essas capas selecionadas nesse site flaworwire.com são realmente ridículas. A capa brasileira de “O Iluminado” da Record(aquela com a foto da moça que parece embalagem de tintura de cabelo) chega a não ser tão risível diante das outas. Outro exercício seria tentar imaginar o que Mark Twain diria daquela capa de Huckleberry Finn.
Clássicos com capas cretinas, agora em versão ‘pulp’ | Todoprosa - VEJA.com