A avassaladora moda anglo-americana dos livros infantis escritos por celebridades – Madonna, Paul McCartney, Kylie Minogue, Gloria Stefan, Julie Andrews, Jamie Lee Curtis e Whoopi Goldberg são algumas delas – inspira um artigo preocupado (acesso livre, em inglês) de Ed Pilkington no “Guardian”:
Se minha teoria estiver correta, é assustador porque sugere que as celebridades acreditam na publicidade em torno de suas habilidades. Pior, indica uma profundidade de obsessão pública com os famosos que é ainda mais extrema do que costumamos imaginar. Uma coisa é querer saber qual celebridade está dormindo com qual (…). Mas querer ouvir as mais íntimas histórias que uma celebridade conta para seus filhos na hora de dormir, independentemente de seu valor, beira o bizarro.
8 Comentários
Talvez seja uma forma de marketing, assim, uma espécie de “formação” de futuros consumidores da marca MacCartney, Madonna, etc.
abrs,
Vamos torcer para que a moda não pegue no Brasil. Dá pra imaginar Carla Peres, Ronaldinho e Faustão escrevendo literatura infantil, o que seria o começo do fim do mundo. Já nos basta a Xuxa imbecilizando as crianças desde cedo.
Mas acho que de certa forma, se bizarro ou não, o que esse fenômeno indica é uma visão deturpada de que literatura infantil é algo de importância menor, no qual qualquer um pode se aventurar. Não é.
Escrever para crianças é uma das tarefas mais difíceis. E exatamente neste momento estamos querendo mostrar a importancia dos livros para crianças. E que passem da categoria do diminutivo (livrinho, historinha…) e ganhe o verdadero título: LITERATURA INFANTIL. Esses artistas podem escrever livros para crianças, a minha dúvida é: tem qualidade literária ou é mero marketing editorial apenas destinado as cifras milionárias?Eis a questão e a discursão deve continuar.
Luciana savaget
Concordo com a Luciana. Muitos dos citados quanto ao Brasil, entre outros, já gravaram as manjadas histórias infantis em CDs, que são vendidos usando os nomes dos famosos da hora. Tudo é marketing, negócio, menos Literatura. O pior é que esse público vai consumir depois livros piores, ou odiar a Literatura.
Eu consigo imaginar a Piovani se aventurando nesse território.
Bom, já se sabe que os livros escritos por Madonna na verdade NÃO são escritos por Madonna. São escritos por um cara (o nome me escapa agora) que, inclusive, andou ameaçando processá-la. Mas deve ter ganho uma nota preta (de novo) e fechou o bico, uma vez que já está pra sair outro daqueles livrinhos sobre as Rosas Inglesas. Li o primeiro e até achei bonitinho, mas não acreditei nem por um segundo que tinha sido a Madonna a escrevê-lo. Deixei de acreditar em Papai Noel com 7 anos, hehehe.
Eu acho isso tudo ótimo e…pouco ainda. O ideal será quando cada livro desses vier acompanhado de um frasco contendo uma DST (doença sexualmente transmissível) do autor(a), para tornar mais íntima a interação com o leitor(a).
Barbaridade!