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Manifesto de Parati defende o Líbano

11/08/2006

Tariq Ali abriu sua palestra hoje na Flip pedindo licença para ler um manifesto, assinado por vários autores reunidos em Parati, pela imediata retirada das tropas israelenses do Líbano. Destaca-se entre os nomes o de Toni Morrison, americana e ganhadora do Prêmio Nobel.

A seguir, a íntegra do documento:

Nós, autores abaixo assinados, reunidos em uma festival literário na idílica cidade brasileira de Parati, não podemos deixar de pensar nas vítimas das guerras no Oriente Médio.

A invasão israelense do Líbano é apenas o episódio mais recente de uma série de guerras e ocupações. A destruição deliberada da infra-estrutura social do Líbano e os massacres de Marwahin, Qana e Srifa devem despertar a consciência do mundo.

Na ausência de qualquer apoio por parte da “comunidade internacional” ao povo libanês e àqueles encurralados no gueto de Gaza, conclamamos todos os cidadãos dotados de consciência a levantar a voz contra esses crimes, especialmente nos EUA, onde as redes de televisão censuraram as imagens de vítimas civis.

O plano cínico de utilizar uma força internacional da ONU ou da OTAN para favorecer os objetivos bélicos de Israel não trará qualquer solução. Para que se possa chegar a uma paz duradoura na região, são necessários:

a. A retirada imediata das tropas israelenses do Líbano, como prelúdio para um cessar-fogo incondicional

b. A libertação de todos os prisioneiros palestinos e árabes das prisões israelenses, incluindo os representantes eleitos do povo palestino, assim como a libertação dos três soldados israelenses.

c. O fim da ocupação do Iraque e dos Territórios Palestinos Ocupados.

Escritores brasileiros:

Luiz Antonio de Assis Brasil
Milton Hatoum
André Laurentino
Reinaldo Moraes
Lourenço Mutarelli
Lucimar Mutarelli (professora)
Miguel Sanches Neto
Júlio Silveira (editor)

Escritores internacionais:

Tariq Ali (Paquistão)
Radwa Ashour (Egito)
Mourid Barghouti (Palestina)
Alonso Cueto (Peru)
Toni Morrison (EUA)
Ali Smith (Grã-Bretanha)
David Toscana (México)
Susan Watkins (editora, Grã-Bretanha)
Benjamin Zephaniah (Grã-Bretanha)
Ondjaki (Angola)

17 Comentários

  • Saint-Clair Stockler 11/08/2006em18:32

    Concordo com quase todo o documento, mas acho meio “estranho” (para não dizer “ingênuo”) que se peça “a libertação de todos os prisioneiros palestinos e árabes das prisões israelenses, incluindo os representantes eleitos do povo palestino”. Ora, os palestinos não são integralmente inocentes. No meio daquele povo todo que não tem nada a ver com ela e está morrendo nessa guerra insensata há também criminosos, assassinos e gente que não presta (o mesmo se aplica aos judeus). Alguém ser eleito democraticamente por seu próprio povo não significa que ganhou “inocência e pureza automáticas”. A questão árabe-israelense é complicadíssima e eu, como pessoa comum que sou, fico sempre inseguro de lidar diretamente com ela. Mas não sou ingênuo e, do alto dos meus 33 anos, já aprendi que não há grupo humano 100% “bom” ou 100% “mau”. Judeus e árabes têm, cada um da sua parte, razão – mas também têm sua parcela de responsabilidade pelas insanidades que cometeram, cometem e cometerão. O que não se justifica, repito, é a violência e a crueldade cometida contra inocentes. Árabes ou judeus.

  • Antônio Augusto 11/08/2006em20:43

    Concordo integralmente com o manifesto.
    Caro Saint-Clair, não se trata de “que não há grupo humano 100% ‘bom’ ou 100% ‘mau’ “. A questão central é a indefensável ocupação militar israelense em territórios palestinos. Israel exerce um poder colonizador injustificável, empregado também para prender palestinos e árabes, inclusive os representantes do governo legitimamente eleito da Autoridade Nacional Palestina. Governo que Israel se empenha em destruir.

  • João Paulo 12/08/2006em06:00

    É até engraçado! O mundo vai repensar atentamente sôbre êste manifesto. Quando o pessoal da ONU, de Israel e do Líbano, virem tão distinto documento, assinado por tantos luminares da literatura mundial o cessar-fogo será mais do que certo. Será na hora! -Parem, parem tudo! Òi qui ó! Acabou de chegar. O Manifesto de Parati defendendo o Líbano. Os libaneses estão com a razão mesmo!- Ora, pelo amor de Deus. Os caras tomam umas e já ficam se achando! Deviam pélo menos esperar “cessar o fogo” antes de cometerem estas barbaridades etílicas! Quá, quá, quá. Parati, putz!

  • Antônio Augusto 12/08/2006em10:36

    “POR QUE ISRAEL NÃO
    TRABALHA PELA PAZ?”

    Artigo, em inglês, da escritora judia Silvia Tennenbaum, refugiada sobrevivente do Holocausto.

    http://www.newsday.com/news/opinion/ny-opten044839272aug04,0,2597237.story

  • sonho bom 12/08/2006em13:41

    Será que ninguém vai conseguir parar com o horror que se comete contra Líbano, Iraque, Palestina? Israel perdeu todo o direito, o discernimento… Parabéns aos notáveis por seu manifesto.

  • Pedro Curiango 12/08/2006em16:22

    Entre os estrangeiros, só há realmente um nome significativo, o de Toni Morrison. Os outros – quem já ouviu falar deles? O melhor mesmo é mandar este manifesto para o Kofi Annan que saberá o que fazer dele, isto é, o mesmo que merece aquele outro manifesto, dias atrás, de uma reunião de poetas na Colômbia que se propõem a tomar armas para defender Fidel Castro do “imperialismo americano”. Nunca a “intelectualidade” de “esquerda” havia nadado em águas tão rasas…

  • Clara 12/08/2006em17:20

    Esse é o documento mais cínico que já li. Pelo jeito, o Hezbollah para esses escritores, é uma entidade ficcional que só tinha fogos de artifício para celebrar o respeito à autonomia do Líbano e seu povo.

  • Pensieri 12/08/2006em18:24

    Hezbollah. Palavra paroxítona que deve ser pronunciada com “a” aberto e não como se tivesse recebido acento agudo. Agora, para ser escrita não precisa nada disto. Não se acanhem, senhores manifestantes. Eia, sus, avante !

  • marco 12/08/2006em19:17

    Sugiro que este documento seja escrito em papel macio.

    ma

  • Rogge 13/08/2006em18:02

    Na verdade, Israel não consegue camuflar o seu desejo de conquista territorial. Pensa que os estados unidos um dia vai permitir que isso aconteça. Até agora o clamor mundial não impede Israel de cometer holocaustos. Mas ninguém se engane: a boa imagem dos judeus do mundo inteiro já está corrompida. A vítima de antes se tornou o algoz de hoje. E isso terá sérias conseqüências futuras.

    Apesar dos trilhões de dólares sugados dos países escravizados por constituições neoliberais. Como a brasileira, por exemplo.

  • Clara 13/08/2006em23:15

    O típico discurso anti-semita, muito mal disfarçado de anti-sionismo. Típico dos adeptos do neopetroautoritaismo.

  • Writing Ghosts 14/08/2006em01:26

    ingênuo, mas de bom coração. grandes intenções. e uma pausa para o almoço.

  • um passante 14/08/2006em15:42

    PUXA, POR QUE NÃO ASSINARAM ANTES?ISRAEL APENAS AGUARDANDO ESSE IMPORTANTE DOCUMENTO PARA DEPOR ARMAS…

  • Noga Lubicz Sklar 15/08/2006em15:34

    Viva a propaganda política! Quanta gente acreditando ser dona da verdade e baseando seu conhecimento em noticiário tendencioso e fotos forjadas… Informação, meus caros… Não se deixem manipular, por favor. Trata-se de uma batalha entre titãs, muito além do que sonha a vossa vã ignorância.

  • O Espezinhador 15/08/2006em16:27

    Bando de idiotas!
    Porrada pra essa gentalha é pouco!

  • jamil 16/08/2006em12:24

    Desculpe-me, mas o manifesto de Parati não defende o Libano.
    Penso que defender o Libano precisaria de um manifesto no mínimo iniciando-se com esses itens abaixo:
    1) Que o Irã não invista dinheiro no terrorismo e não ataque a Israel a partir do Libano e de lugar nenhum.
    2) Que o Irã não recrute e treine jovens libaneses que professem a fé Islamica para morrerem em nome da Republica Islâmica, mas que de a eles bolsas de estudo em faculdades para que sejam celebridades mundias em beneficio do libano e do mundo.
    3) Que a Siria respeite o Libano como Estado independente e não mate os presidentes libaneses (Maronitas)eleitos pelo povo, e não invistam na guerra civil dentro do Libano.
    4) Que a Siria não crie pequenas provincias no território libanês.
    5) Que a Síria e o Irã não criem um Estado Terrorista dentro do Estado Democrático do Libano.
    6) Que a Síria e o Irã, devolvam ao Libano as áreas ocupadas por eles atraves dos seus guerrilheiros terroristas.
    7) Que a Siria e o Irã peçam para que seus guerrilheiros terrorista retornem para Damasco e Teerã o mais depressa possivel.

  • ricardo orsi 16/08/2006em16:50

    Sacaninhas! por que não fazem manifesto contra as FARC, que estão aqui do lado, matando inocentes e infiltrando gente no Brasil com a conivência do governo corrupto e babador da petezada?