Estava demorando: sai em inglês um seriíssimo manual de estilo para quem quer se aprimorar na comunicação com um mundo em que qualquer mensagem além de 140 caracteres parece tão longa quanto um livro de Jonathan Franzen. “Microestilo: a arte de escrever pequeno” é de autoria de um publicitário, o que faz todo o sentido. Especialista em branding, Christopher Johnson acredita que as técnicas de condensação usadas por profissionais de comunicação na criação de marcas, slogans, títulos e frases de efeito podem ser úteis ao cidadão comum. Mas o que este sujeito estaria interessado em vender online? A si mesmo, claro.
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Depois do bom programa de apoio à tradução da Biblioteca Nacional, mais um indício de que o Brasil está finalmente acordando em seu berço esplêndido para a importância de exportar literatura: os vencedores do Prêmio São Paulo de Literatura – Rubens Figueiredo por “O passageiro do fim do dia” e, na categoria estreante, Marcelo Ferroni por “Manuel prático da guerrilha” – podem correr o mundo em viagens de divulgação bancadas pelo Itamaraty. No “Estadão” de hoje.
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Corajoso para publicar o que muitos sussurram pelos cantos, o jornalista e escritor paulista Ronaldo Bressane descasca o novo livro de contos do mestre cansado Rubem Fonseca, “Axilas e outras histórias indecorosas”, em forma de carta aberta. O livro, diz ele, “é mais do mesmo que vem sendo feito na última década, o pó do teu pior”.
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Consolo para quem viu aquela tiragem magra encalhar quase toda? Quanto maiores as vendas de um escritor, menos sexo ele faz, garante uma pesquisa americana da Universidade de Massachussetts. Paulo Coelho, que por tal lógica deveria estar casto há anos, deu uma zoada.
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Para encerrar, o comediante Jim Meskimen recita o monólogo de Clarence em “Ricardo III”, de Shakespeare, imitando um monte de gente, de George W. Bush a Woody Allen. Sensacional.
httpv://www.youtube.com/watch?v=j8PGBnNmPgk
5 Comentários
Sérgio, sensacional mesmo! Adorei o De Niro!
Sérgio:
Que decepção.Até você,um nitido democrata ,separando as pessoas em ”pessoas comuns’ e pessoas incomuns……
Por favor,você que gosta e sabe definir conceitos,objetos,pessoas e outras coisas,defina o que é uma pessoa comum.
Por exemplo,um politico famoso e ladrão é uma pessoa incomum?Um jogador de futebol,analfabeto ,porém milionário e assediado é comum ou incomum?Um leitor de VEJA e de sua coluna é comum ou incomum?
Da minha parte ,acho de uma arrogância extrema alguém dizer que isto ou aquilo pode ser util ou inútil para ”as pessoas comuns”.
Osvaldo, não é nada disso: “pessoas comuns”, no caso, quer dizer apenas “leigos, não profissionais do ramo”. Não há nisso nenhum juízo de valor. Um abraço.
Em Tempo:
EU ERA UM FÃ DA SUA COLUNA.Mas acho que v. perdeu um leitor ou melhor,um admirador.Mas que importância tem a opinião de alguém para uma pessoa INCOMUM,como parece que você se acha?
Você não deveria ter se ofendido. Vou tentar explicar de novo: se eu estivesse falando de um livro de física para leigos, pessoas comuns seriam todos os não-físicos. Se fossem dicas culinárias de um chef famoso, pessoas comuns seriam todos os não-chefs. Etc. Muito pior do que perder um leitor é perder um leitor pelos motivos errados.
Caro Sergio:
Obrigado pela resposta.Eu sabia que um democrata e liberal como você se mostra não poderia agir diferente.Creio que interpretei um tanto mal o que você escreveu.Mas é que um dia destes o Banco do Brasil também lançou um cartão de crédito para a gente ”pessoas comuns”.Isto realmente me deixa muito indignado,pois são justamente as pessoas ”comuns ” que bancam o país,que trabalham e que pagam impostos e que teem que assistir os cotistas tirarem vagas dos seus filhos e tem que assistir os ”coitadinhos da escola publica terem mais chances que seus filhos na hora de um vestibular.Enfim,somos comuns por não termos cargos,mas bancamos toda farra dos incomuns.Mas eu entendi a sua argumentação.Desculpe o desabafo.
Um abraço .
Osvaldo.
Tenho grande interesse em conhecer este livro de Jonathan Franzen, espero que seja lançado em português sem demora.