A “Bravo!” deste mês se dedica à caça de um novo “romance de geração” na literatura brasileira. Em texto assinado por André Nigri, a revista pergunta quem seria o Marcelo Rubens Paiva dos novos tempos. E responde com alguns suspeitos carimbados: Daniel Galera, João Paulo Cuenca…
Em seu blog, Marcelo Moutinho diz estranhar a analogia por um motivo, digamos, numérico. De fato, “Feliz ano velho”, de Paiva, vendeu em todo o país feito Nerds em escola particular de classe média alta, condição incontornável, embora não suficiente, para que um livro ganhe o rótulo midiático “de geração”. E os novos escritores citados – como, aliás, os ficcionistas brasileiros em geral – são lidos por uma seita.
Eu estranho por outra razão: sendo “Feliz ano velho” um livro autobiográfico, achei que estivesse muito claro que o Marcelo Rubens Paiva da nova geração é a Bruna Surfistinha.
56 Comentários
O que eu acho engraçado é pensarem que o Brasil precisa de um novo Marcelo Rubens Paiva. Bons tempos em que se procurava um novo Machado, um novo Guimarães..
Mas concordo com você: vou de Surfistinha.
A Bruna é da geração de 2006 (ou 5?..faz tanto tempo..)
abraços!
Que maldade, Sérgio. Comparar o Marcelo Rubens Paiva(que li) e Bruna Surfistinha(que não li, mas leram por mim) não seria demasiado cruel, além de injusto?
Outra: que papo brabo é esse de vendeu feito Nerds em escola particular de classe média alta?
O preconceito se insinuou n’algum pesadelo de uma noite mal dormida, caro?
Abraço,
Clara
Boa sacada.
e que decepção estarmos buscando um marcelo rubens paiva.
Clara, não vejo crueldade nem injustiça: no máximo, podemos concluir que os tempos pioraram um pouco para o memorialismo. Quanto ao preconceito, gostaria de entender onde você o detectou em minha frase. Nos Nerds? Em quem os compra nas escolas caras ou em quem não tem dinheiro para comprá-los? Se eu trocar para “água mineral no deserto”, fechamos negócio? Um abraço.
água mineral?!
Também nunca li ou lerei a surfistinha, e disseram (aqui mesmo, na época do Nominimo) que este livro do MRPaiva foi reescrito por Caio Fernando de Abreu. Talvez sejam rumores infundados, ou maliciosos. No lo sé. Mas concordo com a Clara que a diferença entre os dois (nos temas e no oportunismo da ex-garota de programa) é gritante. E a Bravo, gente, o que signifca a Bravo? Espécie de Daslu das letras? De qualquer forma, o “romance de geração” se surgir, só o reconheceremos daqui a uns dez anos.
Se houver.
Saudações praianas
Eu já li o “Feliz ano velho”. Não é bom, não. Na verdade, é um dos piores que já li. Também já li crônicas – fracas – dele. Engraçado que vi uma peça de teatro do Paiva que achei interessante.
Sérgio, sei lá, talvez o nosso entendimento do que seja um “nerd” seja diferente. No meu entendimento um “nerd” é um jovem intelgente, mas esquisitão, pouco sociável e mais voltado para estudos, principalmente(mas não exclusivamente) voltados á programação, computadores.
Qual é o seu “nerd”?
O que você entendeu é nerd, Clara, e deixaria minha frase sem sentido nenhum. Eu me referia a Nerds, inicial maiúscula, uma balinha importada e cara, que por alguma razão está vendendo mais que livro da moda em certos círculos abonados.
“Que maldade, Sérgio. Comparar o Marcelo Rubens Paiva(que li) e Bruna Surfistinha(que não li, mas leram por mim) não seria demasiado cruel, além de injusto?”
A questão é: injusto com qual dos dois?
O Daniel Galera ainda vai surpreender muita gente com livros de excelente qualidade.
De fato, deixaria, Sérgio, por isso achei tudo meio estranho. E eu não tinha a mais leve suspeita de que Nerds se referia á uma bala importada. Aliás, atualmente quando ouço falar em bala, está longe de ser aquela coisa inocente e glicosada da infãncia. Que coisa!
Jonas, injusto com o Marcelo Rubens Paiva. Existem escritores melhores, concordo, mas não dá para compará-lo com Bruna Surfistinha, nem na escrita nem como fenômeno de midia.
Vinicius, achei intrigante seu comentário. Me parece, pelo contrário, que pouquíssima gente se surpreenderia com um “livro de excelente qualidade” vindo do Galera.
Bom, Sérgio, para ser bem honesto, esperar que o Galera seja o novo Marcelo Rubens Paiva é subestimá-lo. O Daniel Galera não vai ser o novo Marcelo Rubens Paiva, o horizonte estético dele me parece muito mais amplo e instigante.
Quanto a isso estamos de acordo, Vinicius. E acho que a torcida do Flamengo também.
Eu acho que até o Galera deve ter estranhado o foco da matéria. Não a parte da geração, que faz o sentido, mas a do “novo Marcelo Rubens Paiva”.
Faz sentido, i mean.
Acho que não, Sérgio. Tenho que discordar de você nesse ponto. Fazemos parte de uma cultura derrotista que não espera muito dessa geração, e o próprio artigo da Bravo escolheu apostar num foco ‘mais do mesmo’ onde o próprio Daniel Galera não cabe muito bem. Ao invés de forçar a imaginação e tentar encontrar uma nova forma de encarar essa literatura jovem, escolheu por empacotar tudo e gerar uma linhagem e uma continuidade estética, que é o caminho mais fácil. É uma forma de encarar as coisas, e o mundo, pelo mercado, pela tendência, pelo que de produto há numa escrita. Isso não é apostar num fator de mudança; vejo mais como uma forma de sacralizar o aspecto de continuidade. Como produto, como uma tentativa de vender livros, é uma boa sacada que pode até ter frutos; mas creio que infantiliza a proposta estética do Galera que é, justamente, madura. Não sei se fui claro; eu mesmo não consigo me entender, de vez em quando. Mas não acho que seja tão majoritária assim a ‘torcida’; essa resenha é um sinal de uma possível tendência de baixar as espectativas. Eu tenho uma resenha da Bracher, que saiu no Estadão (15 jul. 2007), que começa assim:
“Uma das marcas mais instigantes da literatura brasileira recente é a crescente diluição do horizonte político. Entre os mais jovens, o ressurgimento do fantástico (Bettega Barbosa, Verônica Stigger, Daniel Pelizzari), a construção de um existencialismo urbano contemplativo (Daniel Galera, Marcelo Moutinho) ou visceral e agressivo (João Paulo Cuenca, Ana Paula Maia), as narrativas de pensamento (Carola Saavedra), todos esses novos narradores, entre muitos, têm em comum uma feliz e salutar expansão da gramática narrativa. Estão construindo, cada um de sua maneira e independente do valor estético obtido, a literatura do futuro – desamarrada do esquematismo político, é uma literatura que tenta trazer e traz sangue novo à arena já algo viciada e cansada da literatura nacional. O que é o Brasil após tantas ditaduras e violência e opressão não é questão a pesar nas costas dessa geração porque essa geração irá enfrentar a política em outros planos, no corpo e na fantasia e no afeto, e sem necessidade de combater mitologias nacionais e emblemas centralizadores, sejam a sombra de Getúlio Vargas ou de qualquer outro militar. São abertos ao novo porque o Brasil está aberto ao novo; e podem estar cimentando hoje, ainda que por equívocos, os acertos de amanhã.”
É uma resenha para cima, que aposta na força de mudança. Não estou, como crítico, buscando um novo qualquer coisa; o novo existe dentro da novidade, a força do novo é a novidade, não é a repetição. O artigo da Bravo, no fundo, não acredita nessa força. É assim que li o artigo. E como crítico jovem, tão jovem quanto esses autores, minha aposta é no valor dessa geração. Não é no saudosismo; e nem é na busca de fiapos gloriosos do passado na prosa dos novos romances e contos. É tentar entender o que se faz nos termos do que está sendo feito. Esse é o papel da crítica. Ou pelo menos esse é o lugar de crítico que eu construi e de onde leio os livros. Buscar um novo Marcelo Rubens Paiva é um forte sinal de uma cultura derrotista que está querendo empacotar uma nova geração de vozes muito antes da hora.
(Amanhã sai o Nobel… Já pensou o João Ubaldo Ribeiro?)
Também não entendo a necessidade de procurar um Marcelo Rubens Paiva de hoje. Primeiro, porque vendagem e fama não são sinônimos de qualidade. Depois, porque o único livro “bom” (para o contexto da época) dele é mesmo Feliz Ano Velho. Não o reli depois do começo dos 1990, mas tenho a impressão de que trata-se de um livro bem datado. E será verdade essa história que o Caio Fernando reescreveu o original?
Por que espinhafrar a Bruna?
Ela representa exatamente a nossa época.
Faz parte de um time, o dos “espertos”. Bush, Collor, Renan, Monica Veloso, duplas sertanejas comerciais, Paulo Coelho, o mundo está afundando na mediocridade. Palmas nossas àqueles que se dão bem….
Sérgio, só para concluir a questão Nerd, negócio fechado com água mineral no deserto. Boa! Abraço.
Vinicius, acho bem equivocado o trecho que você citou, mas tudo bem, talvez esteja fora de contexto, e não custa mesmo manter um certo otimismo. Que o MRP é um mau parâmetro, não há dúvida nenhuma, e acho que minha nota deixa isso claro. Um abraço.
Ler bruna surfistinha? Nem sob tortura.
Prefiro parar de ler…
Em minha modestíssima opinião, o Marcelo Rubens Paiva da atual geração é o Marcelo Mirisola…
Não é rumor, não: todo mundo sabe que o Caio Fernando Abreu foi quem deu a “cara final” ao livro do Marcelo Rubens Paiva. Eu mesmo, antigamente, era capaz de apontar frases (e trechos inteiros) que reconhecia como sendo do estilo do Caio.
Além disso, conheço pessoas que conviveram com o Caio e que me confirmaram a história. Pessoas que não teriam razão pra inventar uma mentira dessas.
Aliás, isso foi – e é; repito: e é – muito comum. Um amigo meu da Letras da Uerj (que se acha “escritor raté“, mas não é) ganhou um tempo atrás 4000 reais de uma dessas editoras que são braço de um megaconglomerado internacional baseado na Europa pra reescrever o romance de um certo autor que eles iam publicar. Meu amigo contou que o “autor” não dizia coisa com coisa: o que afirmava no primeiro capítulo, desmentia ou contradizia no que contava no quintom fora outras barbaridades do gênero. “Foi um belo dinheiro, mas eu suei muito pra ganhar”, me confessou o amigo. Só fica surpreendido quem não tem o mínimo contato com os meios editoriais. E não é “exclusividade” do Brasil, não. É assim aqui, nos EUA, na Oropa, e por aí vai…
Ah, sim, antes que alguém faça uma leitura equivocada das minhas palavras: acho o Mirisola INFINITAMENTE superior ao Rubens Paiva. Eu gosto da escrita do Mirisola, mas acho a do Rubens Paiva banal, às vezes ingênua e na maior parte do tempo sofrível.
Boa essa, Saint.
Li Feliz Ano Velho quando saiu, gostei na época. Funcionava. Não creio que funcione mais, e não releria para comprovar essa impressão. Sei que Blecaute, o romance que veio em seguida, também li, e me pareceu um enorme erro. Não chegava a ser um romance, era muito pior que o primeiro. Aí confesso que perdi o interesse em Paiva, não li mais. Correndo o risco, portanto, de ser um pouco arbitrário, me parece que Galera já é maior, embora tenha vendido muito menos. A lógica da literatura e a lógica comercial não coincidem sempre, embora possam por vezes ser convergentes. A Educação Sentimental do Flaubert, um romance perfeito que Kafka adorava, vendeu poucas centenas de exemplares em seus primeiros tempos. Até hoje é lido por poucos.
Como diz Machado citando Stendhal (com ironia, óbvio), se tiver cem leitores, tá valendo.
Não quero entrar no mérito de o Galera ser ou não a voz dessa geração. Mas uma coisa eu acho certa: até no fato de ele ter vendido muito menos que o MRP, ele faz mais sentido dentro dos tempos atuais. A juventude do começo dos anos 80 tinha alguns ideais e um engajamento literário maior. Se dependermos da maioria das pessoas entre, digamos, 18 e 30 anos hoje em dia, não é de se admirar que o Galera venda muito menos.
A história de um garotão que foi tomar banho de lagoa e ficou paraplégico era também a de um cara cujo pai foi um dos desaparecidos no regime militar que acabava.
Dois ganchos bons demais, principalmente numa época em que os exilados e perseguidos políticos estavam voltando, militando e se candidatando.
Eu li o livro e, dentro daquela conjuntura, gostei e recomendei. Mas vi que não havia fôlego para outros vôos.
Muita gente pensou assim, e acertou. E se o livro foi realmente copidescado pelo Caio Abreu, isso não é nada edificante para ele.
Sérgio
o próprio Flaubert considerava o L’éducation sentimentale seu livro mais difícil. Não surpreende que poucos o tenham lido. É assim na França também. Os franceses podem ser leitores de muitas obras, mas não são leitores muito profundos. Se a obra exige um pouco mais de esforço, eles abandonam o livro. Eles ficam espantadíssimo quando me ouvem dizer que adoro Proust: “Ah, não. Muito difícil. Frases longuíiiiissimas, torneadas, cheias de inversões. Não gosto, não tenho paciência, difícil de ler”.
Sérgio, sinceramente, acho que na literatura brasileira o único romance que merece o rótulo de “romance de geração” é “O encontro marcado”, do Sabino. Todos os outros autores citados neste post sequer escreveram romances, no máximo novelas…
O problema não é o Marcelo, o problema é a Bravo! Bons tempos aqueles que publicavam ensaios de Sérgio Augusto! Hoje, dou uma folheada na banca mesmo e já fico satisfeito.
Doris Lessing! A Academia Sueca é divinamente louca e imprevisível!
Questão sincera: “romance de geração” ainda é um conceito que faz sentido, no Brasil ou no exterior? Além de “On the road” e “Apanhador no campo de centeio”, não consigo pensar em mais nada.
Acabou de sair o nobel de literatura:
Doris Lessing, a mais velha ganhadora do prêmio, aos 84. Deixo aqui sugestão para
que visitem um site que fiquei sabendo através do site da Carla Rodrigues: http://www.folhaderosto.com Muito interessante em forma e conteúdo. Quanto a Marcelo Rubens Paiva e Bruna Surifistinha, deixo a resposta de Alberto Moravia ao ser perguntado se já havia lido Freud: ‘Não, e penso que Shakespeare também não’. Abraço a todos.
O comentário é ácido, mas a analogia me parece perfeita: um romance “memorial” bem na linha das lembranças dos tempos de “escort-girl” da surfistinha.
Boa, Sérgio!!
Genial a escolha da Lessing para o Nobel, vai colocar o gênero sci-fi debaixo dos holofotes, dessa vez com um quê de credibilidade.
Romance brasileiro bom precisa mesmo estar atrelado à idade, posição geográfica ou influências sofridas pelo autor? Me parece mais coerente simplesmente buscar um bom autor ou bom livro, sem dar muita importância para o meio onde ele vive.
A única lembrança que tenho de Marcelo Rubens Paiva vem de uma palestra dele a que assisti há muitos anos. O assunto, graças aos céus, apagou-se completamente da minha memória; recordo-me, no entanto, do início da sua exposição, que foi mais ou menos assim:
“Esta noite sonhei que estava de pau duro”.
Aquele homem, sentado numa cadeira-de-rodas, pretendia chocar a platéia com a descrição de uma ereção que só era possível no reino dos sonhos. Tal foi, evidentemente, o propósito que o animava a principiar o discurso com essa prosaica observação.
De mim para mim, pensei: é frase feita, o sonho nunca existiu ou, se existiu, decerto não foi na noite pregressa. O discurso, claro estava, foi ensaiado.
A platéia, à qual dirigia essas edificantes palavras, era composta de alunos do segundo grau de uma escola, os quais se preparavam para o vestibular. O professor de língua portuguesa, salvo engano, fora o organizador da palestra, na qual certamente entrevia o horizonte de um fecundo encontro que permitiria aos alunos um contato mais vivo com a literatura. Pobre docente com suas ilusões pueris…
Pensando bem, Marcelo Rubens Paiva é mesmo o retrato fiel de uma geração: da geração que pensa que a ousadia e o desassombro moram nos países baixos.
Caramba, tô felicíssimo com o Nobel da Doris Lessing! Pra lá de merecido (tanto que achava que ela já tinha ganho). Outro dia transcrevi parte do prefácio de um dos seus livros no meu blog:
http://opiario.livejournal.com/506637.html
Quanto à Bruna Surfistinha, posso dizer que, pelo menos, ela tem a desculpa de não estar pretendendo fazer literatura.
Sérgio, mudando de assunto completamente: o que você achou da Doris Lessing no Nobel?
Abs.
Romance de geração? “O dia Mastroianni”, o novo de João Paulo Cuenca, para os calafrios de Jatobá.
Se quem escreveu o livro do Rubens Paiva foi o Caio, quem escreveu o do Cuenca? Tenho suspeitas.
Falou-se em Caio Fernando Abreu..
Acho que o Morangos Mofados, mais ou menos da mesma época, é que pode ser um romance de geração…
Além disso, ano passado comemorou-se 50 anos do lançamento de “Encontro Marcado” de Fernando Sabino, que define-se bem como romance de geração.
Se Morangos mofados fosse romance…
Olavo, não achei nada. Nunca li Doris Lessing. E você, o que achou? Abraço.
Romance de Geração? Araã! do Evandro Affonso Ferreira. Tudo bem, um romance da geracao da terceira idade, mas não deixa de ser um novo escritor de geracao. Muito divertido. Tchacabum!
Ja li dois livros do Galera. Gostei muito, coisa que nao ocorreu com o Paiva na epoca em que li. Acho que tem potencial, se tiver fôlego. Se fizer direitinho como o Carlos Nascimento Silva – que nem se encaixa nessa discussao mas no argumento – que a cada livro surpreende, e não ficar preso ao rótulo babaca de escritor de geracao, vai muito longe.
O livro Doce veneno… ao qual voces se referem é o do Jorge Tarquini…. nao é? Pois partindo do principio que o Tarquini incorpora uma garota de programa do tipo Lucia McCartney, verosimil e mimética, é um livro de auto-ajuda muito bem escrito (sem trocadilho por favor pois sou viuvo e e ja passei dos 75 anos), mesmo que nao seja literatura.
Abraco.
Doris Lessing é uma justíssima escolha.
A maior escritora viva do Reino Unido, embora tenha nascido no Irã (na época, Persia) e crescido no Zimbabue (na época Rodésia), e estava na fila já há muito tempo. ‘The Memoirs of a Survivor’ virou filme, estrelado por Julie Christie. Muito bom também é The Fifth Child, um estória de dar medo. O primeiro dela, que li, é um de contos, da época em que ela vivia no Zimbabue, sobre o cotidiano dos fazendeiros ingleses que ocupavam o país.
Não lembro o título infelizmente. Na primeira entrevista que ela deu após o prêmio, falou que o nobel é a cereja que faltava no bolo.
Putz…o Roth continua na fila… para desespero dos apostadores…
Acho engraçadíssimo brasileirim ficar todo empombado quando Roth não leva o Nobel….
Ou quando um desconhecido (pra ele) turco leva.
O cara não se toca que os velhinhos da academia vivem noutra sintonia, que o menos lido deles já leu trocentos vezes mais que o mais lido daqui….rsssss…..
Enfim…
O sujeito que escreveu, meses atrás, que vivemos numa banheira de carangueijos em que os que ousam erguer um pouco a carapaça acima dos demais é puxado sumariamente para baixo, estava certo.
Deixem as pessoas seguirem sua carreira em paz.
Nelsinho,
morangos mofados não é romance…
verdade! hehehehehhe
erro/lapso imperdoável para um fã.
mas é tão fechadinho dentro de uma temática..
acho que revela-se ali o retrato de uma geração.
o conto “os sobreviventes” por exemplo..
não acha?
Abraço.
Literatura não se compara. Lemos e pronto. O que tem valor para cada um de nós, guardamos na memória ou noutro lugar de fácil penetração, digo, de fácil intelecção. Também ninguém é cruel por não gostar do texto de um escritor, é só um ponto de vista. Quanto à surfistinha, ela é gostosinha, sim, tudo é uma questão de leitura, de ângulo, quando a lemos não consumimos literatura propriamente, você tem fome de quê?
Fala sério, comparar Rubens Paiva com surfistinha é apelar. O Rubens Paiva na sua autobiografia não fez um livro tão ruim assim como dizem; o livro é no mínimo legível, nada demais mas também nada de menos. Não foi nenhum martírio lê-lo. O cara até pode não ser um dos melhores escritores, mas pelo menos não vendeu o corpinho e nem fez filme pornô pra depois contar como foi a experiência (!). E ganhar com isso ainda por cima!(por baixo, de lado, de frente…)
Gosto é gosto, mas esculachar o cara é sacanagem.
Sacanagem é com a surfistinha pô…