O conto “Os últimos dias de Muhammad Atta”, do inglês Martin Amis, que acompanha ficcionalmente – do ponto de vista do próprio Atta – as últimas horas de um dos terroristas mortos no atentado ao World Trade Center, foi publicado ontem pela revista do jornal “Observer”, de Londres, e pode ser lido aqui (em inglês, acesso livre).
A história não é inédita: em abril deste ano saiu na “New Yorker”, mas, por razões contratuais, não deu as caras na versão online da revista. Se o conto é bom? No máximo interessante – e olha que eu gosto de Amis. Mas não dá para negar seu valor, digamos, histórico: de todas as abordagens ficcionais do 11 de setembro que começam a pipocar, esta é a que ousou chegar mais perto do centro do horror.
7 Comentários
Não tenho o texto à mão, mas creio que o título do conto no “The New Yorker” era “O Último Dia de Muhammad Atta”, no singular. Aliás, citei-o aqui numa intervenção tempos atrás, e creio que seu significado principal está realmente na “singularidade” do título que dá ao “último dia” de Atta um sentido de eternidade. Atta odeia a vida, mas neste seu “último dia” ela se eterniza.
September 11th – we are all americans.
Atta e o simbolo desta religiao retrograda e opressora. Never forgive never forget.
Curiango, o título na New Yorker foi “The last days…” mesmo.
Religião retrógrada e opressora? Sei…
Sérgio: Realmente você tem razão. Parece que me confundi porque a primeira frase do conto fala apenas no singular:
“On 11 September 2001, he opened his eyes at 4am, in Portland, Maine; and Muhammad Atta’s last day began.”
É, o que faz o sectarismo.
Fé irracional, idem.
Ainda bem que os fanáticos, por hora, desconhecem o BR e sua razoável convivência tolerante com a diversidade. Que os muedins permaneçam em suas mesquitas.
Demorei três livros pra me convencer do que estava bem claro: Martin Amis é um escritor medíocre com grandes “sacações”.
Devia escrever pra TV ou cinema, então.
A referida matéria foi traduzida e publicada na piauí_02, de novembro de 2006