A família acaba de anunciar que o escritor americano Michael Crichton, autor de best-sellers como “Jurassic Park” e “O enigma de Andrômeda”, morreu ontem de câncer, aos 66 anos.
Leia aqui (em inglês, mediante cadastro) a notícia no site do “New York Times”.
Crichton foi fartamente traduzido no Brasil, com livros lançados por diversas editoras, mas sobretudo pela Rocco.
Nos últimos anos, sua carreira estava em declínio. Seu último livro, Next, lançado em 2006, foi mais comentado na imprensa americana por um detalhe nada lisonjeiro: incluía um covarde acerto de contas do autor com um jornalista que o criticara, e que aparece transformado em um personagem pedófilo. Na época, comentei o caso aqui no blog, concluindo: “Tudo indica que Crichton pirou”.
Next saiu ano passado pela Rocco com o título de “Next: o futuro (bem) próximo”.
24 Comentários
Nunca fui fã de Crichton, mas lamento a sua morte. Autor de FC é uma praga, um morre e dez tomam o seu lugar…rs
Não concordo que a carreira de Crichton estivesse em declínio, Sérgio. É difícil manter-se sempre na “crista da onda”, mas, ora, estamos falando do criador de ER…
Crichton foi um dos grandes autores da FC moderna (não Tibor?). Morreu cedo.
O que me chamava a atenção em seus romances (algo da tradição de Wells, Vernes e outros grandes autores) era a extensa pesquisa bibliográfica para a escritura de seus romances. Isso, na nossa sociedade da informação, é importante e, penso, eleva o gênero romance a interessantes patamares.
Seus romances não eram apenas criativos, mas fortemente embasados (vide as planilhas ao final de “Estado do Medo”, que lhe rendeu uma convocação para depoimento ao Senate Committee on Environment and Public Works).
Quando inaugura o Pontolit, Claudio? Anseio visitá-lo.
Já estamos no ar, Tibor (basta clicar o link no meu nome e pular a animação flash).
Ainda em “beta”, mas no ar, ajustando-se ao espírito da web e – se Sérgio me permite o pequeno anúncio – aguardando as colaborações de todos que queiram participar da discussão sobre a influência da tecnologia sobre os processos de leitura e escrita.
Hoje, temos lá artigos de Rodrigo Velloso (Google Books), Cezar Taurion (IBM), Antonio Carlos Secchin (ABL), Luciano Trigo e da Babi Dewett (McFly Addiction), entre outros.
Amanhã, entra no ar, uma colaboração do Jeremy Dibble, do interessante site LibraryThing. E na próxima semana, um artigo especial, com diversos links interessantes, sobre o .epub (formato de arquivo padrão para eBooks).
Em breve, acredito, teremos por lá também uma esperada colaboração do Sérgio Rodrigues (o convite já foi feito, não é Sérgio?) 🙂
Forte abraço!
O Fábio Fernandes vai colaborar também? Deu certo?
Sim, Tibor, em breve teremos o Fábio por lá também 🙂
Que ótimo. Então vamos pontolitar.
Parabéns pela estréia, Claudio. Sim, o convite não foi esquecido, um dia eu apareço para dar um pitaco por lá.
Caramba. E eu todo feliz com meu DVD novo do Jurassic Park. Tem entrevista com ele até.
Uma pena.
Faz anos que não atravessa meu caminho um livro de Michael Crichton, o que é até curioso, considerando que foi meu autor preferido na infância e adolescência. Li dele até os primeiros livros, em paperback, escritos sob pseudônimos. Se hoje gosto de literatura, foi em grande parte graças a livros como Sphere, Eaters of the Dead, The Andromeda Strain, The Great Train Robbery…
Nunca li nada dele.
Eu já li apenas três livros dele (Armadilha Aérea, Linha do Tempo e Presa), e adorei. A riqueza dos detalhes me impressionou.
A editora Best-Seller, nos anos 1980 e 1990, foi pioneira em traduzir no Brasil a maioria dos autores norte-americanos e europeus que até então ninguém conhecia por aqui [e hoje conhece, porque passaram para outras editoras e são lançados como “novidade”. A editora BS foi malvista no mercado exatamente porque sua proposta era lançar best-sellers de bons autores estrangeiros e nacionais. A ira contra a palavra “best-seller” era grande… mas isso é outra discussão]. Crichton foi um deles, exatamente com o Jurassic Park, que aqui se chamou O parque dos dinossauros. Se não me engano, havia um livro anterior traduzido aqui, Congo, mas que já naquela época só se achava em sebos. É uma história deliciosa, deu filme mais tarde, principalmente por conta da chimpanzé Amy que conseguia se comunicar por um sistema de escrita simples [tudo comprovado mais tarde na vida real, mas na época em que C. escreveu parecia mesmo delírio de ficção científica.].
Lamentei a morte dele, fui muito fã de seus livros.
É a única certeza que nós temos, vivemos e um dia… Lamento o falecimento do autor Michael Crichton e que a família tenha muita força.
por acaso nao teria uma foto dele
é osso!!!
Eu adoro ler Michael Crichton…ninguém citou Disclosure…não sei o título em português porque li o livro em inglês mesmo…maravilhoso…quem não se apaixonaria por Tom Sanders…?…pena que Michael Crichton tenha ido tão cedo…mentes capazes de produzir coisas tão interessantes deveriam ficar por aqui mais tempo…é uma lástima…
Uma verdadeira mente brilhante!
lamento sua morte.
Há muitos anos eu li Jurassic Park e um outro livro dele sobre uma doença epidêmica, não lembro o nome. Lembro de, na época, ter gostado de JP, mas com o passar do tempo eu meio que guardei o Michael Crichton na gaveta dos autores-feitos-para-Hollywood, onde Dan Brown é hoje o rei. Outro da categoria é aquele que escreveu “Aeroporto”, “Hospital”, não lembro o nome do sujeito. Ou seja: autores que fazem uma extensa pesquisa sobre o funcionamento de um aeroporto, da Opus Dei, da genética, whatever, e isso passa por erudição. É divertido, mas não vejo outra qualidade. (Hoje acho que estou mesmo do contra: sobre o comentário da Liz M., tenho a impressão de que a Best Seller foi – é – malvista principalmente porque não primava exatamente pela qualidade da edição e porque, nos últimos suspiros, começou a publicar obras plagiadas.) Abraços
Isabel, vc não está confundindo o caso da Nova Cultural e traduções plagiadas com a editora Best Seller, que apesar do mesmo dono, era outra empresa? Insisto que o preconceito era contra a proposta, tudo que saía pela Best Seller fazia os críticos torcerem o nariz, como se tudo fosse lixo. No entanto, foi a BS que lançou no Brasil gente como Lobo Antunes, Paul Auster e Coetzee. Não tenho nenhum interesse em defender esta ou aquela empresa, sou apenas uma leitora [e editora nas horas não-vagas], mas de vez em quando fico irritada com “lançamentos” estrondosos que eu sei que são apenas relançamentos.
É isso aí, Liz. Confundi mesmo, desculpe. A do plágio é a Nova Cultural, e não a Best Seller. Mas eu testemunhei uma época (certamente não a mesma à qual você se refere) em que a BS tinha uma equipe bem ruinzinha e em que não existia preocupação nenhuma com a qualidade gráfica dos livros lançados. Fico muito triste quando vejo esse descaso – e foi o que aconteceu… Um abraço, Isabel
Best-seller hoje é do grupo Record, não?
Mandei um original (Néon Azul) meu para eles, só por desencargo.
Sem respostas, for sure.
Eu não li o Crichton como gostaria, mas o David tem tudo dele lá em casa, o que me fez acompanhar uma parte dos lançamentos recentes. Mas a recordação mais bacana que tenho é da época do Parque dos Dinossauros. Na época eu fazia curso técnico de biotecnologia no ORT. Nos sentimos todos criadores de dinossauros por um tempo. Foi bem legal. Biotecnologia por si só já é muito interessante, com um empurrãozinho de Hollywood fica melhor ainda 🙂
Abs!
Grande perda para o mundo da literatura!
Hoje sou pesquisador, graças aos trabalhos de Crichton, não porque tenha me influenciado, mas porque seus livros manteram em mim a “chama” da paleontologia acesa, e acabei optando por ela como profissão. Seus livros também ensinam que nunca se deve aceitar o óbvio sem refletir a respeito, o que falta na maior parte dos cientistas…
Luto oficial decretado…
pegando o bonde andando sobre best-seller e nova cultural: na verdade a best-seller, quando era da c.l.c., também editou coisas publicadas pela nova cultural, como a república de platão (da coleção os pensadores), com tradução atribuída ao “pietro nassetti” lá deles, que é o tal enrico corvisieri.
este enrico corvisieri, nome que consta em vários e vários plágios da nova cultural, também reaparece em orgulho e preconceito da best-seller (em edição que foi mantida na record, ao lado da tradução do lúcio cardoso, que sai pelo selo da civilização, tb da record). não me dei ao trabalho de tentar descobrir se esse orgulho e preconceito da bs é plágio, e quem seria o infeliz espoliado. mas, em vista do currículo tradutório do tal corvisieri na nova cultural, prefiro sair correndo.
em todo caso, o ponto é que a bs reeditava algumas coisas da nc, usando um nome de tradutor visivelmente fictício.