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Mix Leitor D, um fenômeno verde-amarelo

17/12/2009

mix leitor dA notícia saiu hoje no blog do “Prosa & Verso” e tem algo de enigma: como é possível que o e-reader nacional Mix Leitor D, produzido em Recife, já conte (segundo Murilo Marinho, diretor da empresa que o fabrica) com 150 mil encomendas antes mesmo de ser lançado, se o mercado do livro digital, sobretudo no Brasil, ainda é um pântano de incertezas? Catálogo, por enquanto uma grande interrogação, não é. Preço muito menos. Por R$ 1.100 na versão com 3G, o aparelho não leva vantagem competitiva sobre um rival poderoso como o Kindle – cujo design, aliás, copia.

É preciso ler até o fim as linhas – e sobretudo as entrelinhas – de Miguel Conde para começar a decifrar o mistério:

Bom, talvez os responsáveis por essas encomendas todas pudessem explicar melhor por que se entusiasmaram tanto com o aparelho. Marinho diz no entanto que não pode revelar quem fez as encomendas, mas afirma que “a parte governamental é uma área forte”. Não só escolas, mas também “órgãos do governo” se interessaram, diz.

Uma única editora está no projeto desde o início. O Mix Leitor D é desenvolvido por meio de uma sociedade entre a Mix Tecnologia e a Carpe Diem, uma editora com poucos títulos em seu catálogo. Segundo os registros de ISBN da Biblioteca Nacional, só editou até hoje cinco livros. Mas seu proprietário, Antônio Campos, é bem conhecido em Pernambuco. Ele organiza a Festa Literária Internacional de Porto de Galinhas (Fliporto), integra a Academia Pernambucana de Letras, e é irmão do governador do estado, Eduardo Campos.

22 Comentários

  • cely 17/12/2009em16:32

    Sei não Sérgio! Isto está me parecendo o” Reino da Dinamarca”.

  • cely 17/12/2009em16:35

    Sei não Sérgio…….Nesta história há algo do “Reino da Dinamarca”

  • cely 17/12/2009em16:45

    E o meu computador continua tirando uma na minha cara.

  • cely 17/12/2009em16:55

    e o meu computador continua tirando uma na minha cara

  • João Sebastião Bastos 17/12/2009em17:11

    Eis a arte de trocar as meias, sem tirar os sapatos.

  • Cyntia Almeida 17/12/2009em17:38

    “a parte governamental é uma área forte”. Não só escolas, mas também “órgãos do governo” se interessaram… e ainda o metido do “irmão do governador do estado, Eduardo Campos.” Não é preciso dizer mais nada!
    Mais um dim dim nosso vai pro ralo….
    (em tempo: escolas interessadas por uma droga dessas!)
    Cála-te boca! Não vou falar mais nada pra não me estressar …

  • José Ruiz 17/12/2009em17:40

    Realmente é “um fenômeno”. é um #$@&8# verde- amarelo!

  • Regina Celia 17/12/2009em17:43

    Lendo até o fim com atenção, a gente consegue descobrir pra onde vai nosso rico dinheirinho. Politicagem da grossa com nosso dinhero. êta entusiasmo!

  • Darcio Luiz 17/12/2009em17:47

    Comecei a fazer os calculos do montante a ser gasto nesse “fenômeno” e desistí! É muita grana ……… Tem gente que vai usar palétó, sobretudo, capa de chuva, cuecas duplas, pares de meias até o joelho …. ….. etc….

  • Darcio Luiz 17/12/2009em17:51

    Outra coisa: Prá que comprar um de R$ 800,00 se você pode comprar um de R$ 1.100,00 (de qualidade duvidosa).
    Pra quê faclitar se você pode complicar?
    Só no Brasil mesmo!

  • Noga Sklar 17/12/2009em18:06

    o que tenho visto desde que o Kindle se firmou como o mais viável do mercado em termos de objeto, de catálogo, de preço, de divulgação e de tudo o mais, é nada mais que um celeiro de enganos e mentiras.
    sei lá, deve ser inveja.

  • Mr. WRITER 17/12/2009em19:01

    Hum… pra que um aparelho tão cara para uma atividade praticade por tão poucas pessoas neste país?

    Ah, os meandros da malandragem brasileira me encantam tanto…

  • Siegfried Fuchs 17/12/2009em20:50

    Pô Cely seu cumpuntador é dá pesada! E nada contra brasileiros fabricarem livros digitais e outros brasileiros apoiarem!!!!

    • cely 18/12/2009em14:13

      Pru que ce tá fazendo galhofa di eu????

  • Daniel 18/12/2009em09:24

    E aposto que o software foi desenvolvido na empresa do grande empresário e mega CIO Lulinha.

  • Seu Inocêncio 18/12/2009em09:40

    Existe no Brasil uma chamada “Lei da Inovação”. Ela permite que pesquisadores de instituições públicas trabalhem em parceria com empresas para alavancar a Inovação Tecnológica no Brasil.

    Ou seja, este pesquisador (Doutor), pode deixar a universidade, ir trabalhar em conjunto com uma empresa privada, em um projeto que é financiado pelo governo, para desenvolver uma “tecnologia inovadora”.

    O estado entra – em nome da inovação nacional – financiando de ponta a ponta, desde a formação do pesquisador, passando pelo fomento às empresas, até o final da cadeia com o pagamento da nota fiscal do que foi produzido por encomenda. Ou seja, é uma espécie de inovação social clube.

    É um tema emergente que ninguém está prestando muita atenção, pois a massa “intelectual” gosta de discutir o futuro da educação e ética na mídia – sabe como é.

    No caso específico deste tipo de tecnologia, se investirem também em um sistema para venda de livros fechado – e de brinde ainda criarem concursos públicos para escritores – o governo do Brasil será uma espécie de Apple estatal do planeta bizarro.

  • Raquel Cozer 18/12/2009em13:39

    Boa, Sérgio. Tinha parado a leitura do post no meio e achado ..

  • Raquel Cozer 18/12/2009em13:40

    Boa, Sérgio. Tinha parado a leitura do post no meio e achado BEM estranho…

  • Guilherme 17/05/2010em18:27

    Eu quero um….
    Eu ia comprar um kindle (eu leio muito, e um e-reader me facilita muito a vida).
    Decidi gastar um pouco menos para comprar um produto similar, porém brasileiro.
    E não acho que seja gastar dinheiro do povo a toa não…
    De fato, poderia-se gastar este dinheiro em escolas, etc, etc
    Mas também não é tão inútio quanto realizar uma copa de futebol ou olimpíadas aqui no Brasil (Aí sim veremos o que é roubar dinheiro público).
    Dos males, o melhor.