A notícia saiu hoje no blog do “Prosa & Verso” e tem algo de enigma: como é possível que o e-reader nacional Mix Leitor D, produzido em Recife, já conte (segundo Murilo Marinho, diretor da empresa que o fabrica) com 150 mil encomendas antes mesmo de ser lançado, se o mercado do livro digital, sobretudo no Brasil, ainda é um pântano de incertezas? Catálogo, por enquanto uma grande interrogação, não é. Preço muito menos. Por R$ 1.100 na versão com 3G, o aparelho não leva vantagem competitiva sobre um rival poderoso como o Kindle – cujo design, aliás, copia.
É preciso ler até o fim as linhas – e sobretudo as entrelinhas – de Miguel Conde para começar a decifrar o mistério:
Bom, talvez os responsáveis por essas encomendas todas pudessem explicar melhor por que se entusiasmaram tanto com o aparelho. Marinho diz no entanto que não pode revelar quem fez as encomendas, mas afirma que “a parte governamental é uma área forte”. Não só escolas, mas também “órgãos do governo” se interessaram, diz.
Uma única editora está no projeto desde o início. O Mix Leitor D é desenvolvido por meio de uma sociedade entre a Mix Tecnologia e a Carpe Diem, uma editora com poucos títulos em seu catálogo. Segundo os registros de ISBN da Biblioteca Nacional, só editou até hoje cinco livros. Mas seu proprietário, Antônio Campos, é bem conhecido em Pernambuco. Ele organiza a Festa Literária Internacional de Porto de Galinhas (Fliporto), integra a Academia Pernambucana de Letras, e é irmão do governador do estado, Eduardo Campos.
22 Comentários
Sei não Sérgio! Isto está me parecendo o” Reino da Dinamarca”.
Sei não Sérgio…….Nesta história há algo do “Reino da Dinamarca”
E o meu computador continua tirando uma na minha cara.
e o meu computador continua tirando uma na minha cara
Eis a arte de trocar as meias, sem tirar os sapatos.
“a parte governamental é uma área forte”. Não só escolas, mas também “órgãos do governo” se interessaram… e ainda o metido do “irmão do governador do estado, Eduardo Campos.” Não é preciso dizer mais nada!
Mais um dim dim nosso vai pro ralo….
(em tempo: escolas interessadas por uma droga dessas!)
Cála-te boca! Não vou falar mais nada pra não me estressar …
Realmente é “um fenômeno”. é um #$@&8# verde- amarelo!
Lendo até o fim com atenção, a gente consegue descobrir pra onde vai nosso rico dinheirinho. Politicagem da grossa com nosso dinhero. êta entusiasmo!
Comecei a fazer os calculos do montante a ser gasto nesse “fenômeno” e desistí! É muita grana ……… Tem gente que vai usar palétó, sobretudo, capa de chuva, cuecas duplas, pares de meias até o joelho …. ….. etc….
Outra coisa: Prá que comprar um de R$ 800,00 se você pode comprar um de R$ 1.100,00 (de qualidade duvidosa).
Pra quê faclitar se você pode complicar?
Só no Brasil mesmo!
o que tenho visto desde que o Kindle se firmou como o mais viável do mercado em termos de objeto, de catálogo, de preço, de divulgação e de tudo o mais, é nada mais que um celeiro de enganos e mentiras.
sei lá, deve ser inveja.
Hum… pra que um aparelho tão cara para uma atividade praticade por tão poucas pessoas neste país?
Ah, os meandros da malandragem brasileira me encantam tanto…
Pô Cely seu cumpuntador é dá pesada! E nada contra brasileiros fabricarem livros digitais e outros brasileiros apoiarem!!!!
Pru que ce tá fazendo galhofa di eu????
E aposto que o software foi desenvolvido na empresa do grande empresário e mega CIO Lulinha.
Existe no Brasil uma chamada “Lei da Inovação”. Ela permite que pesquisadores de instituições públicas trabalhem em parceria com empresas para alavancar a Inovação Tecnológica no Brasil.
Ou seja, este pesquisador (Doutor), pode deixar a universidade, ir trabalhar em conjunto com uma empresa privada, em um projeto que é financiado pelo governo, para desenvolver uma “tecnologia inovadora”.
O estado entra – em nome da inovação nacional – financiando de ponta a ponta, desde a formação do pesquisador, passando pelo fomento às empresas, até o final da cadeia com o pagamento da nota fiscal do que foi produzido por encomenda. Ou seja, é uma espécie de inovação social clube.
É um tema emergente que ninguém está prestando muita atenção, pois a massa “intelectual” gosta de discutir o futuro da educação e ética na mídia – sabe como é.
No caso específico deste tipo de tecnologia, se investirem também em um sistema para venda de livros fechado – e de brinde ainda criarem concursos públicos para escritores – o governo do Brasil será uma espécie de Apple estatal do planeta bizarro.
Boa, Sérgio. Tinha parado a leitura do post no meio e achado ..
Boa, Sérgio. Tinha parado a leitura do post no meio e achado BEM estranho…
Kindle a R$ 500,00
Siiim!!
http://www.gizmodo.com.br/conteudo/made-brazil-kindle-preco-decente-no-brasil-com-processo-judicial-claro
livros que viram filmes que viram livros que viram videoclipe que viram… « Urbanices
livros que viram filmes que viram livros que viram videoclipes que viram…
Eu quero um….
Eu ia comprar um kindle (eu leio muito, e um e-reader me facilita muito a vida).
Decidi gastar um pouco menos para comprar um produto similar, porém brasileiro.
E não acho que seja gastar dinheiro do povo a toa não…
De fato, poderia-se gastar este dinheiro em escolas, etc, etc
Mas também não é tão inútio quanto realizar uma copa de futebol ou olimpíadas aqui no Brasil (Aí sim veremos o que é roubar dinheiro público).
Dos males, o melhor.