O inglês Nick Hornby é o mais recente nome da literatura a aderir a uma bela tendência internacional que bem poderia servir de inspiração para iniciativas locais: abre hoje em Londres uma oficina literária gratuita para crianças a partir de seis anos, com base no trabalho voluntário de escritores e de quem mais quiser participar e em colaboração com escolas públicas da cidade.
O autor de “Febre de bola” e “Um grande garoto” segue os passos do americano Dave Eggers, que desde 2002 tem ajudado a espalhar pelos Estados Unidos “clubes de escrita” do gênero, tendo sempre como fachada e chamariz uma loja temática de apelo lúdico – de produtos para piratas, super-heróis ou viajantes espaciais. Em Londres, a decoração e os produtos à venda terão como tema o universo das histórias de horror.
O Ministério das Histórias, como Hornby batizou o projeto, anuncia entre seus professores estrelas literárias do calibre de Zadie Smith e Roddy Doyle – que por sua vez encabeça uma empreitada semelhante na Irlanda – e apregoa o objetivo nada modesto de “inspirar uma nação de contadores de histórias”.
Aí alguém pode perguntar, pensando no post de quarta-feira passada aqui no blog: mas já não temos escritores demais neste mundo? O que, me parece, é uma forma aparentemente sensata de não pegar o espírito da coisa.
11 Comentários
Pois é, antes do parágrafo final eu estava justo pensando: “não seria mais legal uma oficina de leitura?”, ou o kit completo de leitura + escrita…
Aí é que está, Xerxenesky. Se o trabalho for feito direito, acho que saem talvez uns poucos escritores dessa brincadeira, mas um monte de bons leitores.
Acredito que a oficina inclua o pacote completo.
Serjão,
Alguém tem que começar. Mete bronca aí e vamos montar estas oficinas, pô.
Tudo bem, que venham as histórias de horror. Mas que estas crianças saibam a verdadeira história delas para que amanhã elas sejam críticas e não vítimas.Não parece nada, mas é através do que lemos que fazemos história.. E tem muita nação com história triste porque as “pessoas” são um HORROR!
Muito bom!
Sou super fã do Hornby e os dois filmes que assisti adaptados de livro dele não deixaram nada a dever, mesmo que muitas vezes não dê certo essa transposição. No caso dele, obviamente ficaram diferentes, mas nos dois casos, livro e filme, deliciosos.
E então sr. Sérgio Todo Prosa, não me deu nenhum retorno dos meus livros… Olha, se não gostou, não se preocupe, não estou em busca de elogios não, queria somente a opinião de quem entende do assunto. 🙂
Putz… sabe aquela sensação de quando você está acalentando uma idéia e de repente, tem gente já a colocando pra rodar ? Não que eu estivesse me perto de viabilizar qualquer projeto do gênero, mas estava já com isso na cabeça nos últimos meses…
Enfim, é que fui me dando conta de que o colégio, aqui o Brasil, está longe de mostrar o quão poderosa, instigante e interessante é a arte de ler e escrever…
Daí você vê: se o garoto não gosta de jogar bola na educação física do colégio, os pais têm a opção de colocá-lo num judô, tênis, natação… Qualquer coisa…
Mas e a literatura ? E a escrita ? Não tem, não tem… tem música, pintura, capoeira…
E uma idéia também que me ocorreu: em vinte anos na escola, nunca me falaram que eu poderia pegar um trecho da minha vida, um pedaço da famosa redação “minhas férias”, e a partir daí criar uma outra história qualquer, passada em qualquer tempo ou lugar… É a idéia mais boba do mundo, mas nem isso os briosos educadores são capazes de instigar… Um dos movimentos mais básicos da criação não tem lugar, é visto quase como um tabu.
E tem mais, Pedro David, estão tirando os pedagogos da Escola porque pedagogo dá mó valor a escrita e interpretação de todas as leituras por causa do que Piaget, Paulo Freire e muitos outros abriram as cabeças.Eram comunistas de querer ver tudo em comum, mas esqueceram que é com Jesus que o comum a todos acontece de verdade. E os esquerdistas relativistas truculentos e mamadeiros também, não deixam mais os pedagogos nas escolas. Só querem biologia e a finada sociologia. Digo finada porque a dona relativista passou mau e morreu…. Verdade. Tenho prova. Só não trago porque aqui não pode colocar link. Mas tenho guardadas as provas. E depois que ela morreu deixou espaço para muitos respirarem e quem sabem nasce uma Sociologia mais honesta e verdadeira, não? Espero. Chega de engano.
E que venham todas as leituras de toda a literatura. Detesto esta coisa de censura. Vamos ler e comparar. Que coisa retrógada esta coisa de “censura”. Deus não “censura” . Ele prefere que as pessoas escolham de verdade seu caminho. Deus não manipula. Deixou escrito tudo na Sua Palavra. Deus não impediu ninguém de ver as verdades. Sejam duras sejam macias. Como saberemos fazer julgamentos se estivermos envolvidos só com um ponto de vista. Mó burrice. Jesus ainda vai dar uma chapuletada neste negócio de censura querendo nascer no Brasil! huahuahau Nem quero ver a cara dos CEN- SU- RA- DO- RES.. Vão ficar com cara de pastel. Isso sim. VÃO PASSAR VERGONHA.
“A Cabeça” e o mistério da McSweeney’s | Todoprosa - VEJA.com