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O baú de David Foster Wallace e outros links

13/04/2012

Três anos e meio após a sua morte, David Foster Wallace (foto) se consolida como o Raul Seixas da literatura americana: os últimos achados em seu baú são um cartão postal que ele escreveu para Don DeLillo e algumas cenas ainda inéditas de The Pale King, romance inacabado publicado postumamente.

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Da mesma geração de DFW e, para todos os efeitos, tão sério quanto ele no modo de encarar a literatura, Jonathan Franzen se distingue pela absoluta ausência de autoironia. Após mais uma entrevista em que martelou seus temas preferidos – a necessidade que o ser humano tem de ler histórias literárias “complexas” como as que ele escreve e a incapacidade escrevê-las quando se tem conta no Twitter ou no Facebook – abriu a porta para que Tim Parks levantasse dúvidas interessantes sobre a tal “necessidade humana de histórias” e lhe dirigisse outras perguntas incômodas neste artigo (em inglês) no blog da “New York Review of Books”:

Naturalmente, é conveniente para um romancista pensar que, pela própria natureza de seu trabalho, está do lado do bem, provendo uma demanda urgente e geral. (…) Mas qual é a natureza dessa demanda? O que aconteceria se ela não fosse atendida? (…) E por que é tão importante não ser interrompido pelo Twitter e pelo Facebook? Serão tais interrupções piores do que uma velha ligação de telefone fixo ou o simples tumulto de amigos e parentes ao redor da sua mesa de trabalho? Recordemos que Jane Austen adorava escrever em espaços domésticos em que estava exposta a interrupções constantes.

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Uma espécie de anti-Franzen em sua adoção alegre e imediata (oba-oba seria maldade) de novidades tecnológicas, a escritora canadense Margaret Atwood é o primeiro nome de peso a aderir a uma estranha novidade no cada vez mais estranho mercado editorial 2.0: um “clube” de audiolivros – criado pela Audible, empresa comprada há poucos anos pela Amazon – em que os escritores ganham um dólar de bônus, além dos direitos autorais, por exemplar que ajudarem a vender nas redes sociais. Um fundo de 20 milhões de dólares foi criado para este fim. “É um movimento pró-autor”, disse Atwood. Saiba mais sobre o esquema nesta reportagem do “Guardian”, em inglês.

4 Comentários

  • Breno Kümmel 13/04/2012em12:05

    É muito espantoso ver o quão estúpido é o Franzen toda vez que ele se dispõe a falar qualquer coisa e lembrar que ele e o gênio DFW eram amigos muito próximos…

  • Arthur 13/04/2012em12:29

    Lá pelas tantas, percebi que o texto citado da New York Review of Books era justamente o que Milton Hatoum citou ao fazer suas palestras/oficinas aqui em Curitiba. Massa o acesso direto à fonte.

  • Milena Nepomuceno 13/04/2012em15:11

    Sérgio, gostaria de lhe enviar informações sobre o Festival de Literatura da Mantiqueira, mas não encontrei nenhum contato. Como posso lhe passar? Obrigada,

    Milena Nepomuceno