Baús de escritores devem ser esquecidos no sótão, pegando poeira? Bom, depende do escritor. Esta notícia do “Austrian Times” (via blog de livros da “New Yorker”) tem tudo para deixar muitos leitores em alvoroço: será lançado ano que vem um manuscrito inédito do celebradíssimo austríaco (nascido na Holanda) Thomas Bernhard.
Escrito em 1980, nove anos antes da morte do autor, com o título de Meine Preise – “Meus prêmios” em tradução literal –, trata-se de um “texto em prosa” do autor de “Extinção”, “O náufrago” e “Origem”, todos lançados aqui pela Companhia das Letras. A nebulosa indicação de gênero dada pelo jornal não diminui a festa nas províncias bernhardistas.
Não custa aproveitar a deixa para lembrar que, também no ano que vem, em setembro, o Brasil vai participar do lançamento mundial de The original of Laura, inédito de Vladimir Nabokov cuja publicação seu filho levou uma vida para autorizar, como já foi comentado aqui.
A casa será a Alfaguara, novo endereço da obra de Nabokov em nosso país.
9 Comentários
Falemos de Nabokov. É uma grande notícia, Sérgio. Além do The Original of Laura, novos títulos do mestre “enxadrista” no Brasil, realmente, é algo que deve ser saudado. Parabéns à Alfaguara.
A priori, segundo Dmitri Nabokov seriam 138 index cards (não 125 como noticia o Estadão).
Uma curiosidade: é possível que o método de escrita de Nabokov, em index cards, seja muito semelhante ao descrito minuciosamente por Kimbote, em relação a Shade criando “Pale Fire” (Fogo Pálido).
Por fim, outra curiosidade (lembrando que ontem, 12/11, celebramos 102 anos do primeiro vôo homologado): Nabokov era fascinado por Santos Dumont…
O Bernhard é legalizinho, mas em termos de austríacos prefiro Elfriede Jelinek.
Saint, você só fala merda.
Legalzinho sou eu, Bernhard é o maior escritor do final do século passado. E Nabokov o maior antes dele.
Qualquer sombra de textos deles me interessam.
Obrigado pela informação, Sérgio.
Te devemos mais essa!
Puxa…um dia vou conseguir ler um livro do Bernhard, juro que vou. Tentei duas vezes e o tédio que me acometeu quase me derrubou. Mas vou continar tentando…
Olha, Tibor, você me obrigou:
o Bernardt é um pedantezinho insuportável! Não sinto a menor sinceridade nele, nem o mais ínfimo átomo. Pra mim aquilo tudo é pose. É bem o contrário do que sinto quando leio a Jelineke. A Jelineke realmente DETESTA as pessoas, tem horror, asco, nojo. Isso transpira de cada palavra dela, de cada frase. É o mesmo horror – mas ainda mais potencializado – que transparece no Lobo Antunes. Por que o Lobo Antunes já disse “Eu gosto desta terra. Nós somos feios, pequenos, estúpidos, mas eu gosto disto”. Esse tipo de coisa jamais – JAMAIS – sairia da boca da Jelineke! Ave Jelineke, minha irmã gêmea espiritual!
Sérgio e demais: acabo de receber a confirmação de Dmitri Nabokov: 138 index cards. Abs, Claudio
Pura frescura na madrugada: existe um padrão nas edições de Nabokov pela Companhia das Letras que só notei por causa desse post: o número de pontos que aparece (m) na lombada de cada livro corresponde ao ordinal de seu respectivo lançamento pela editora: A defesa Lujin é o 10o (tem dez pontinhos), Ada ou ardor é o 9o (tem nove pontinhos), Pnin é o 3o (tem três) etc.
Thomas é o maior !.