O editor de livros do “New York Times”, Sam Tanenhaus, fez uma enquete (acesso mediante cadastro gratuito) com centenas de escritores, editores e críticos americanos para descobrir “a melhor obra americana de ficção publicada nos últimos 25 anos”. Ganhou Beloved (“Amada”), de Toni Morrison. Publicado no Brasil ainda nos anos 80 pela Nova Cultural, com tradução de Sarah Kay Massaro, hoje este que costuma ser considerado o melhor livro da primeira escritora negra a ganhar o Nobel virou raridade por aqui. Em seguida, na lista do NYT, vieram “Submundo”, de Don DeLillo (Companhia das Letras) e Blood Meridian, de Cormac McCarthy.
11 Comentários
Por que será que os americanos a-do-ram essas enquetes melhor isso, melhor aquilo? É uma bobagem sem fim, injusta na maioria das vezes por tratar desiguais como iguais. Enfim, não é esse meu interesse agora. Sérgio, a ignorante aqui não conhece o que você escreveu – não fique chateado, eu leio muito mais o que não quero do que o que quero. Me diga o título dos seus livros para eu ler, por favor.
Não só os americanos, Shirlei. Aqui, poucos meses atrás, o Correio Brasiliense e o Estado de Minas fizeram uma enquete sobre os maiores romances brasileiros dos últimos 15 ou 20 anos. Se não me falha a memória, foi um título do Milton Hatoum que ficou em primeiro. Em relação a essa lista do NYT, não há grandes surpresas, ela aposta nos mesmo nomes consagrados de sempre. Só fugiu um pouco do óbvio por não ser encabeçada por um livro do Philip Roth ou do John Updike. Se o Paulo Francis ainda estivesse vivo, certamente denunciaria um complô politicamente correto, que deu o 1º lugar a Toni Morrison só porque ela é mulher e negra…
“o melhor livro da primeira escritora a ganhar o Nobel” +++
O comentarista esqueceu uma palavra nesta frase: N E G R A. Antes dela muitas mulheres já ganharam o Nobel, inclusive nos EUA.
Negra, é claro, Pedro – obrigado pela atenção. Entre as mulheres escritoras que ganharam o Nobel há até (pouca gente sabe) uma vizinha sul-americana, a poeta chilena Gabriela Mistral.
Olá, Sérgio,
estou acompanhando com muito interesse essa ótima idéia de eum blog liter´rio (ou blog de/sobre literatura, numa revista importante, como é a Nominimo.
Vc deve querer referir-se ao Editor da seção, ou suplemento New York Time Book Review, do NYT, não é?
Eu pensei , desculpe que a NYT já teria uma Editora e por via de conseqüência um Editor.
O que vc achou? eu acho que realmente não traz nada que nos surpreenda. Ao contrário, até desencanta um pouco.
O livro da Toni Morrison foi filmado num projeto que levava o apoio da Oprah Winphrey (sp??) e fracassou. Fragorosamente. O que, por certo não tem que ver necessariamente com a qualidade do livro, mas …
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De todo modo, eu queria mesmo é lhe dar os Parabéns.
Que este blog tenha muitos leitores e muito assunto, que aliás é o que não falta.
este ano temos Guimaraes Rosa, morte de Borges, 20 anos, e tanta coisa, que com seu talento vai mostrar melhor para nós.
Gostei muito da matéria sobre a Ana Maria Gonçalves.
Um abraço
Obrigado, Meg. Espero continuar a ver você sempre por aqui.
Dos assuntos que você levanta:
– O cara é editor do NYT Book Review, sim. “Editor de livros do jornal tal”, me dou conta agora, é um jargão de redação que fica ambíguo, tem razão. Desculpe.
– A eleição da Toni Morrison não me diz nada pessoalmente, e desconfio até de uma certa forçação politicamente correta. Mas desconfio só, porque confesso que nunca li.
Um abraço.
Sérgio, o livro do McCarthy, assim como o “Beloved” da Morrison, também ganhou edição brasileira que tornou-se raridade. Com o título de “Meridiano Sangrento”, saiu pela Nova Fronteira. Sobre a lista do NYT, senti falta de pelo menos dois autores: Paul Auster e Jeffrey Eugenides. Mas enfim, listas são invariavelmente injustas e incompletas e surgem com o intuito tácito de polemizar, não?
Em tempo: excelente a idéia de um blog com prefácio. 🙂 Um abraço!
Alexandre, caro, preciosa informação essa da “tradução perdida” de Cormac McCarthy. Quanto às ausências injustas, tendo a concordar mais com a de Auster do que com a de Eugenides (esse pode esperar mais 25 anos, é novo ainda), mas listas são listas são listas, não? Aliás, acho que daqui a pouco vamos nos tocar de que essa mania de listas é apenas a fase anal da crítica cultural, está para o pensamento como a embaixadinha está para o futebol.
Abração.
Evidente que as listas são bem interessantes se não levadas ao pé da letra e tratadas como ótimos guias para leitura. Costumo utilizar listas como guias para empréstimos em Bibliotecas. Quantas bibliotecas não poderiam explorar mais estas listas para estimular o empréstimos de obras relevantes que muitas vezes existem no acervo e ficam pegando poeira por desconhecimento?
O livro de Toni Morrison é muito bom. Fala de racismo, de culpa, de perdas, de reconstrução, com um toque sobrenatural. Pode ler sem medo…
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