Às sete horas da noite, chegaram com os trapos encharcados de chuva a uma fazendinha. O temporal pegou-os na estrada e entre os trovões e relâmpagos a mulher dava gritos de dor.
— Vai ser hoje, Faustino, Deus me acuda, vai ser hoje.
O carreiro morava numa casinha de sapé, do outro lado da várzea. A casa do fazendeiro estava fechada, pois o capitão tinha ido para a cidade há dois dias.
— Eu acho que o jeito…
O carreiro apontou a estrebaria. A pequena família se arranjou lá de qualquer jeito junto de uma vaca e um burro.
O “Conto de Natal” do maior cronista brasileiro está muito longe de ser daqueles que aquecem o coração. Mas é bom. Feita essa advertência, clique aqui se quiser ler a história inteira, publicada no site Releituras. Feliz Natal.
6 Comentários
Feliz Natal, Sérgio!
E um Feliz Natal a todos os leitores do Todoprosa.
Natal na companhia de Rubem Braga só pode ser bom.
Desde Andersen (A Menina dos Fósforos), contos de Natal costumam ser muito cruéis…
Um belo conto de Natal sem sinal de crueldade é “Durante a Noute (Conto de Natal)”, de Raul Pompéia. Encontra-se no vol III da edição das”Obras”, feita por Afrânio Coutinho. A linguagem talvez não seja muiito do gosto atual, mas a construção da história, com uma boa exploração de suspense, faz deles uma das melhores coisas que temos sobre este tema.
Feliz Natal também, Sérgio!
Feliz Natal, Sérgio, e obrigada pelas dicas boas que a gente encontra aqui no blog.
Daniel, não conheço o conto e não quero profanar o blog, que é de prosa, mas lembro agora do poema “Natal”, de Jorge de Lima, que é quase cruel de tão triste. Da tristeza em “Morte e vida severina”, cujo final traz uma bruta esperança.
Feliz Natal para todos.
Eu gosto de um conto do John Cheever que saiu em uma coletânea da Cia. das Letras chamada O Mundo das Maçãs. É “O Natal é triste para os pobres”. Irônico, divertido e um pouco cruel também.