O blog Booklicious tem, toda quarta, uma seção chamada Bookcase Wednesday, dedicada a estantes criativas, belas, inspiradoras, bizarras ou apenas, no sentido mais amplo possível, interessantes. Está certo que, como ocorre frequentemente com designs ousados, é comum a forma se sobrepor à função. Mesmo assim, recomendo visitas regulares a todo mundo que, amando livros, aprendeu a amar também o lugar onde eles moram. Esta estante minimalista aí ao lado, por exemplo, eu não me incomodaria nem um pouco de ter em casa.
*
Livros perdidos. O primeiro romance de Arthur Conan Doyle, criador do detetive Sherlock Holmes, chega às livrarias quase 130 anos depois de extraviar no correio. Coincidentemente, o site da Smithsonian faz uma lista de dez livros perdidos – de Homero, Shakespeare, Melville etc. – que provavelmente nunca terão a mesma sorte.
*
“É a lei pérfida mas fatal do corte, que – como toda droga – põe em primeiro plano um de seus efeitos, o efeito imediato, ‘bom’, e faz com que passe despercebido o outro, o efeito tempo, que previsivelmente nunca traz senão deterioração, tristeza, decadência.” Esse trecho do romance “História do cabelo”, de Alan Pauls (Cosac Naify), comentado aqui por seu editor, o não-careca Emilio Fraia, despertou meu interesse pela história de um homem obcecado por seu cabelo. Aquele tipo de interesse compreensivo e zen de quem há muito se libertou dessas angústias.
*
Este relato (em inglês) da escritora americana Ann Napolitano sobre sua visita à casa de Flannery O’Connor, depois de ter tido a ousadia de transformar a famosa autora sulista em personagem de ficção, é uma pequena maravilha de sensibilidade, argúcia intelectual, autoironia e amor à arte.
*
Hoje é dia de Brasil x Argentina? É, mas isso é secundário. Hoje é dia de ver e ouvir o escritor e crítico argentino Ricardo Piglia no Instituto Moreira Salles do Rio de Janeiro. Ainda há ingressos disponíveis.
Nenhum Comentário
Os comentários estão fechados.