Os personagens são quase inteiramente desconhecidos por aqui, mas a história é tão boa que vale assim mesmo.
Uma recente biografia do poeta inglês Sir John Betjeman – poeta “oficial” do Reino Unido de 1972 até morrer, em 1984 – trouxe como uma de suas maiores curiosidades uma derramadíssima carta de amor até então inédita endereçada por Betjeman a uma amante.
O biógrafo, AN Wilson, acaba de reconhecer que o texto é falso e que alguém lhe armou uma cilada. A prova é incontestável: um jornalista descobriu que as iniciais maiúsculas de cada frase da suposta carta de amor formam a sentença “AN Wilson is a shit” (AN Wilson é um merda).
Esse ambiente literário sabe ser inóspito às vezes.
6 Comentários
Hahaha, que malvado.
Às vezes????
Pois é, Marcelo. Relendo, eu também me surpreendi com esse “às vezes”. Acho que escrevi num momento de generosidade.
Acho mais inédito ainda eleger um poeta, poeta oficial. Isto deve acabar com a poesia do cara. Até vejo o candidato sentado na Câmara dos Lordes, chega um cara com um carimbão e PAM! Mete-lhe uma carimbada nas costas. -Agora vc é o Poeta Oficial. Então ande daí e vá reconhecer a firma no cartório da esquina. Estes ingleses são meio neuróticos.
Eu acho engraçada a história toda. Coitado do biógrafo, que poderia ter checado melhor a origem da tal carta, mas a invenção é genial. Adoro esse tipo de criatividade literária enganadora, como aquele caso dos dois estudantes que escreveram teses e livros sobre um poeta que não existiu, foi inventado por eles. Não me lembro direito da história, fica como sugestão para o Sérgio comentar aqui.
Que tal exportarmos Paulo Betti para a Inglaterra? Ele poderia levar na bagagem Wagner Tiso.