Fique tranquilo: não são tão frequentes assim as palavras que têm sua grafia alterada pelo novo acordo da língua portuguesa, que estreia oficialmente na virada do ano. Se a ideia o deixa paranoico, temendo uma sequência de erros que acabe em quiproquó, recomenda-se aguentar firme. Um parágrafo como este, com seus oito exemplos de alteração em poucas linhas, seria um acidente raro se não fosse deliberado.
Dos exemplos acima, a maioria tem a ver com a morte do trema. Abolido em Portugal desde 1946, esse sinal diacrítico tem seus simpatizantes, mas representa o menor dos problemas que aguardam os brasileiros nessa fase de transição ortográfica. Isso porque se trata de uma regra cristalina e, sobretudo, sem exceção: cinquenta, linguiça, delinquente, equidade, sequestrador… Basta abolir os dois pontinhos horizontais de tudo (menos, claro, de vocábulos estrangeiros, que estão sujeitos a outras regras) que não há como errar. Vale lembrar que a pronúncia dessas palavras permanece a que sempre foi. A reforma é ortográfica, ou seja, limita-se à forma de escrever.
Os demais exemplos do parágrafo de abertura se referem a outra mudança de impacto, no sentido de afetar um grande número de palavras, mas também de fácil assimilação por sua clareza. Em termos técnicos, estamos falando da queda do acento dos ditongos abertos ei e oi em palavras paroxítonas. Trata-se da regra que cria as grafias heroico, geleia, tipoia, patuleia – como sempre, mantendo-se a pronúncia. Essa mudança só é mais traiçoeira que a do trema por não afetar palavras oxítonas, isto é, cuja sílaba tônica seja a última. Os heróis e seus troféus permanecem acentuados.
A poda de acentos vai mais longe. Os circunflexos desaparecem de vocábulos como enjoo, voo, veem (do verbo ver) e leem (do verbo ler). Somem também os acentos que diferenciavam, por exemplo, pára (do verbo parar) de para (preposição) e pêlo (substantivo) de pelo (contração prepositiva). Isso cria a possibilidade de construir frases curiosas: “Ele para para comprar pão” ou “A água escorria pelos pelos do animal”. Nada que o contexto não esclareça.
O verdadeiro problema, no caso do extermínio dos acentos diferenciais, está nas exceções que comporta. Os circunflexos continuam vivos para distinguir pode de pôde, pôr (verbo) de por (preposição), tem (singular) de têm (plural). Quanto ao que discrimina fôrma de forma, passa a ser facultativo. E antes de dizer que isso parece confuso, convém dar uma espiada no capítulo do hífen.
As regras absurdamente tortuosas que regiam o uso do famigerado tracinho, a maioria com suas exceções, eram um dos pilares a sustentar o velho chavão de que “o português é uma língua muito difícil”. Nesse caso era mesmo, a tal ponto que até profissionais experientes tinham que recorrer ao dicionário com frequência. A má notícia é que, apesar dos esforços – tímidos – de simplificação, o hífen continua sendo um pesadelo. Sim, o pára-quedas agora é paraquedas e a auto-escola, autoescola. Em compensação, o microondas virou micro-ondas e o antiinflamatório, anti-inflamatório.
É pena, mas o mesmo acordo ortográfico que acabou com a hipocrisia de fingir que não existiam em nossa língua as letras k, w e y capitulou diante do hífen. Melhor conservar sempre à mão um bom dicionário. Pelo menos até a próxima reforma.
Publicado na “Revista da Semana”.
26 Comentários
Olá Sergio,
Sniff… Vai-se o trema. Vai-se nossa derradeira marca de parecença com algumas línguas chiques como o francês, o alemão, o sueco. É verdade que o turco também é cheio de tremas, mas isso já é uma outra história.
Enfim, é o progresso! Ninguém segura este (esse?) país!
Feliz ano-novo a você!
Caro Sérgio,
Este acordo ortográfico tem motivações extritamente políticas (geopolíticas, para ser mais preciso). Penso que abrirá portas para a circulação de obras literárias nos países lusófonos. O que voce pensa a respeito?
Também achei o hífen o ponto fraco do acordo.
Podiam ter feito uma limpa geral.
O espanhol vive bem sem ele.
Mas já é um começo.
Se aumentar a circulação de livros como disse o J. Rubens, já será um grande avanço.
Abss!
Podiam ter assassinado o hífen de vez!!!!
Concordo com vc. e gostaria ainda que a crase tb. fosse para o espaço. Mas em síntese acredito que veio para melhor
Pensar em reformas na língua portuguesa, mas ainda deixar vestígios desnecessários seria dizer que queremos mas não queremos a tão esperada reforma.
O ideal seria que se eliminasse de vez o acento agudo de todos os ditongos abertos independente da posição ocupada, se paroxítona ou oxítona, pois conservando isso cria-se como sempre regra e exceção…
Quanto ao hífen então nem se fala. Já que se resolveu tirá-lo, por que colocar onde não tinha.
a bem da verdade oq ue será que pretendem comn essa reforma, hein?
Em vez de mudar a ortografia da língua portuguesa, não seria mais fácil e justo ensinar nas escolas públicas o nosso idioma?
Nunca soube usar o hífen direito. Extingui-lo seria uma boa idéia…rs
Já que é para fazer a reforma a ortográfica porque também não excluíram a crase,a vírgula,a regra dos porquês,o verbo transitivo o intransitivo e etc?
Não seria mais fácil?
Sou totalmente a favor de uma reforma ortográfica para unificar a língua dos países de língua portuguesa, mas ABSOLUTAMENTE NÃO desta, que nada veio a facilitar, sequer a mudar alguma coisa para os brasileiros. Quem não era bom em ortografia vai continuar assim; quem era, acabou de receber uma bela confusão.
Já estou me enrolando, até do trema sentirei falta, embora a língua (ih, tem acento?) como a vida, careça de evolução contínua. O q achei curioso foi a coincidencia (com ou sem?) dos temas: http://www.noga.blog.br/2008/12/mudou-literatura-ou.htm
No mais, no que eu estiver errada, confesso: não tive o menor saco para ler o acordo.
Acho esse acordo lamentável é seria uma piada se não estivesse mexendo em coisa tão séria.
Basta citar o exemplo do hífen (não vou além, senão vou começar a esbravejar e falar palavrões). Acho que é uma troca safada e ridícula de seis por meia dúzia.
Cada vez me convenço mais de que esse Acordo Ortográfico feito nas coxas é pra atender aos interesses de grupos como o Leya, de Portugal, que está doido pra vender livros no Brasil sem precisar fazer mudanças ortográficas nas edições brasileiras em relação às portuguesas/africanas.
E esse Acordo ainda levou quase duas décadas pra “vingar”!?!!
Estou curiosíssimo pra ver o samba do gramático doido que vai virar a escrita do português aqui no Brasil… Ou você acha que o povo brasileiro vai conseguir acompanhar as mudanças? Só quem estiver sendo alfabetizado agora e uma meia dúzia de gatos pincados tipo o Sérgio. O resto de nós, putz… Cala-te boca, Saint-Clair!
(Sorry, desculpem os erros aí em cima, mas é que tô usando um teclado pequeno demais pra minha mão…)
Deveriam e acabar com o Português o lingüinha complicada cheio de adjetivos, substantivos advérbios, gerúndios e outros
Ou popularizar já que 90% das pessoas falam:
Subi lá em cima, Assobio, Loira, Menas, Vi ela(ele), Literalmente, Á nível de, etc……………….
Ai vc se forma, vai procurar emprego e o anuncio diz: Só recrutamos candidatos com Inglês e Espanhol fluente.
Depois dizem que é a terceira língua mais falada. Onde? Só se for aos Cafundós do Judas.
O mundo esta pouco se lixando para o nosso Português. Haja vista. Os produtos importados, muitos deles vem com o manual em português separado feito em Word.
Outro exemplo e entrar no Baixaki do IG, a maioria dos Software, jogos e programas não são em Português.
Aviso.Quem quiser ter nos próximos anos uma carreira brilhante, vai ter que aprender Mandarim é .
caique,
Não tenha dúvidas, deu para perceber todo o seu desprezo para com o português.
Eu ainda gosto dele. Tropeçar de vez em quando faz parte.
Achei que a regra facilitou um pouco. Quanto aos que custaram – mas aprenderam – a ortografia antiga, vai dar trabalho a adaptação.
Não entendo qual o motivo por não terem feito uma reforma geral de vez, quando utilizamos alguns “aderessos” da nossa língua, acabo imaginando qual o sentido de tais ítens, ainda não encontrei a resposta.
Se esse acordo trará melhorias ou não, realmente não sei. Mas nunca me incomodei de ler livros com a ortografia de Portugal ou Moçambique. Aliás, gosto muito de um romance de Saramago ou Mia Couto, por exemplo, da forma como são publicados aqui no Brasil, com a grafia original. Não acho necessário, portanto, um acordo ortográfico para se disseminar a leitura de autores portugueses no Brasil e vice-versa.
Ah… e sentirei muita falta do trema.
De qualquer forma, divertirei-me em usar tanto “fenômeno” quanto “fenómeno”.
Sérgio, pergunta prática: entre as primeiras (e mini) versões já atualizadas do Houaiss e do Aurélio, com qual você fica? Até que saia o Volp (e vai saber quando sai…), vamos ficar reféns de um deles, não? Abraço, Isabel (viúva sentimental do trema)
A incoerência e inutilidade deste acordo ortográfico, a que se chegou provavelmente seguindo as teorias lingüísticas expostas por Mendes Fradique em sua “Grammatica Portugueza pelo Methodo Confuso,” podem ser vistas num pequeno volume intitulado “Novo Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa” (supervisão de Jair Lot Vieira, São Paulo: Edipro, 2008]. À pag. 27, onde começa a transcrição do “novo acordo,” aparece uma nota de pé de página que diz o seguinte: “O texto do Acordo Ortográfico dos Países de Língua Portuguesa de 1990 é de natureza técnica, redigido em português de Portugal, considerando predominantemente cientistas da linguagem e profissionais da Língua Portuguesa em geral, porém não menos compreensível para leigos e/ou interessados na Língua.” Um livro brasileiro com o texto do “acordo”” em português de Portugal? Onde anda a famosa unificação? [NB – Quando Artur da Távola era senador e responsável pela área de Educação, o Congresso publicou um texto deste “acordo”, seguido de mapas dos países em que se fala o português. Tenho o folheto e vejo que os nomes dos países africanos aparecem com ORTOGRAFIA INGLESA [Mozambique, etc.]. A preocupação desta gente com o português era tão grande que nem sequer procuraram um mapa nacional, mas copiaram logo o primeiro atlas americano à mão…]
Acho curiosa a reação quase histérica de algumas pessoas diante do tão falado acordo. Parece até que não o leram; o que, aliás, não seria de estranhar, pois é um documento muito longo, cansativo, uma vez que não é uma lista de mudanças, mas sim o conjunto total de regras de ortografia. Mas quem aqui se lembra de como se escrevia o português no Brasil antes de 1971 (ano da última mudança oficial antes dessa que nascerá com os foguetes do Ano Novo)? Ninguém. Outro dia devolvi um texto contra o acordo, que me haviam remetido, empregando nele todas as regras pré-1971 e assinalando-as de vermelho. Ficou parecendo a torcida do América (se é que ela ainda existe).
Nosso caro Pedro Curiango, por exemplo, critica o acordo tendo-o lido numa edição vagabunda. Por que não leu o texto oficial, disponível de graça no sítio do MEC? Lá não se encontra nenhum dos erros que ele apontou. E afirma que o acordo é incoerente. Mas ele não é, as mudanças nele acertadas seguem a coerência da gramática da língua (aqui entendida como o mecanismo natural da mesma, não aquele livro que aprendemos a odiar no colégio). É o caso, por exemplo, da supressão de alguns acentos em palavras paroxítonas. Como a acentuação predominante no português é a paroxítona, manda a coerência que tal acentuação não se marque graficamente, marquem-se as outras. Por fim, afirma que o acordo é inútil – bem, aí é questão de opinião.
Nosso caro e sempre hiperbólico Saint-Clair desafia quem acredita que o acordo tenha a mínima possibilidade de vingar no Brasil. Ora, por que não? As mudanças de 1971 vingaram muito bem. Eu que o desafio a lembrar: como eram as regras de acentuação antes de 1971?
Quanto ao hífen, fizeram alguns ajustes, ainda uma vez visando a coerência. Continuou difícil? Continuou. Mas não complicou mais do que já era complicado.
O Sérgio Rodrigues fala das “exceções “ que o extermínio dos acentos diferenciais comporta. Só que ele está enganado. O “pôr” verbo é acentuado porque as monossílabas tônicas são, por regra geral, acentuadas, exista ou não um equivalente átono – logo não é acento diferencial. “Têm” e “tem”, verbo “ter”, apresentam exatamente a mesma pronúncia, logo não se pode falar em acento diferencial. O acento da forma plural é apenas um sinal assinalador de crase, exatamente como aquele acento grave que inferniza a vida de muita gente boa. Crase que não ocorreu, por exemplo, nas citadas formas: deem, leem , veem, creem. Então, mais uma vez estamos criticando o acordo sem examiná-lo com atenção.
A exceção, realmente, é o “pôde”, que já existia e continua existindo (não me perguntem por quê). Quanto ao “fôrma”, será facultativo apenas para os portugueses, pois no Brasil ele já não existe desde 1971 (a única exceção que a reforma brasileira admitia era o maldito “pôde”).
Se quiserem saber minha opinião sobre o assunto, acho que todos os acentos, e os hífens de quebra, deveriam ser extintos; mas minha opinião não tem qualquer importância para a realidade da língua. O que não cabe é criticar o acordo só por criticar, às vezes sem mesmo ter um bom conhecimento do mesmo. Cito a atitude de alguém que entende muito (muito mesmo) mais de língua portuguesa do que eu: o Saramago. Suas primeiras declarações foram contra o acordo, como sempre diante de uma impressão inicial de que os brasileiros levariam vantagem (assim como nós achamos que os portugueses levarão vantagem). Passado o tempo, ele deve ter lido atentamente o texto final do acordo, pois passou a apoiá-lo. E lembrem-se de que ele era aquele que não admitia que seus livros fossem editados no Brasil com a grafia brasileira. Só que o gajo é inteligente, pá, ele não teme reformular uma opinião.
Feliz Ano Novo para todos (apesar do acordo 🙂 ).
Caro Daltro: compartilho de sua certeza de que o acordo, bom ou mau, prevalecerá no fim, por maior que seja a gritaria (muitas vezes, concordo, pouco informada, praticamente instintiva). Daí a ver nele um poço de coerência vai uma enorme distância. Você chama a gramática de “natural”, o que ela de fato é, mas não em sua vertente normativa, que é a que vem ao caso aqui. Sabe-se há mais de meio século que a gramática normativa é tão natural e “científica” quanto um bom tratado de boas maneiras. Irrelevante não é, de modo algum. Mas o que tem de arbitrariedade e acochambração é notável. Poderíamos ter avançado muito mais nessa reforma, no sentido de eliminar exceções e filigranas que são inimigas do falante comum, e portanto da educação, sem trair o espírito da língua. Não tenha dúvida disso. Não avançamos por uma mistura de conservadorismo, vocação bacharelesca, desconfianças mútuas, enfim, atraso mesmo.
O tema é tão pouco cristalino que você, depois de ler o texto do acordo com tanta atenção, se equivoca em alguns aspectos básicos. Nega que seja diferencial o acento de “pôr”, que seria acentuado apenas por ser um monossílabo tônico. Então me diga, “ter” é átono? E “dor”, por que não leva acento? Ocorre que as gramáticas normativas tratam mesmo o acento de pôr como diferencial. Você diz também que a pronúncia de têm e tem é a mesma, quando a primeira palavra é comumente pronunciada como “teem” – pelo menos na língua culta. E acaba sendo obrigado a reconhecer a arbitrariedade do pôde (mas veja que ela é funcional; seria bem grande o potencial de mal-entendido se esse acento caísse).
Quer mais uma prova de que a matéria está longe de ser tão cartesiana quanto você acredita? Leia as declarações de Evanildo Bechara no Globo de hoje (ontem, a esta altura). O homem que vai liderar a empreitada do novo VOLP diz lá que está determinado a manter o hífen de para-lama simplesmente porque o texto do acordo cita apenas “paraquedas etc”. Piada? Antes fosse. Como tais ajustes terão que ser bilaterais, resta torcer para que os acadêmicos portugueses nos salvem desse tipo de literalismo obtuso.
Enfim, mesmo decepcionante, o acordo está aí e vingará, quanto a isso você está certíssimo. E mais: acho que é um avanço.
Isabel: não vi os dicionários, mas, se valer o nome de família, o Houaiss tende a dar goleada no Aurélio. Mas eu prefiro esperar os acadêmicos dos dois lados do Atlântico se entenderem primeiro sobre os casos omissos antes de empatar dinheiro em qualquer um deles.
José Rubens: sim, a motivação básica por trás de tudo é política. O que não tem nada de errado, a meu ver. Sobre esse aspecto da questão eu falei um tanto longamente algum tempo atrás, aqui:
http://colunistas.ig.com.br/sergiorodrigues/2008/05/16/o-acordo-ortografico-e-bom-para-o-brasil/
Caique: “Deveriam e acabar com o Português o lingüinha complicada cheio de adjetivos, substantivos advérbios, gerúndios e outros”. Cara, se o problema é esse, não vai sobrar nenhuma língua para contar a história.
Abraços a todos.
Caro João Daltro: “Nosso caro Pedro Curiango, por exemplo, critica o acordo tendo-o lido numa edição vagabunda.””
++ Li-o também, como digo na minha intervenção, na edição mais oficial de todas, a que foi publicada pelo Congresso Nacional. SE CITEI A NOTA DE PÉ DE PÁGINA da “vagabunda” foi apenas para mostrar como se está recebendo o acordo, pelo menos aqui no Brasil… É lógico que o acordo será aceito… e continuará a mesma confusão e analfabetismo geral. Melhor seria que o governo deixasse de lado tudo que diz respeito à língua. Neste caso, seria bom seguirmos o exemplo dos EUA que nem sequer determinam uma língua nacional.
Quando será que as regras de hífen levarão em conta as necessidades da comunicação do povo em geral?
Regras para tornar tudo mais complicado, bem ao gosto de um elitismo lingüístico insuportável.
Caro Sérgio Rodrigues, desculpe se me expressei mal quando falei de seus exemplos, pois pelo visto não me fiz entender. O que quis dizer sobre o “pôr”, resumindo: não se pode acusá-lo de exceção a uma regra (mudança, o que for) que trata de paroxítonas; é coerente diante da regra geral (e aqui, coisa puramente normativa) de se acentuarem graficamente os monossílabos quando necessário. Quanto à pronúncia “teem” (dois “e”) do plural do verbo, sinto muito, mas ela jamais foi culta, pelo contrário, é mais um exemplo de “supercorreção” da linguagem popular, como pronunciar um “a” mais longo no tipo mais comum de crase assinalada (a + a, ou a + a…), ou pronunciar o “s” no dígrafo “sc”.
Também não quis dizer que o acordo seja um monumento de lógica cartesiana, apenas reclamei de quem o chama de incoerente, coisa que ele não é. À exceção dos hífens, barafunda que ele, repito, não piorou, em tudo mais ele apenas simplificou, o que é sempre bem-vindo. A língua não é lógica, nem precisa ser. Qualquer tentativa de fixar a escrita tem a vida contada, mudanças virão inexoravelmente, mais cedo ou mais tarde.
Claro que quem se der ao trabalho de ler e reler o acordo, e tiver bagagem linguística suficiente para entender todas as suas minudências (não é o meu caso), vai descobrir um bando de furos. Ou pelo menos de densas nebulosidades, espero que sem raios e trovões. Deixo a tarefa de enfrentá-las aos que têm (opa, ele de novo) competência, como o Bechara.
De repente me deu a sensação de que todos aqui estamos falando a mesma coisa… e buscando argumentos como se estivéssemos discordando fundamentalmente. É bem engraçado. Nunca mais vou rir quando me disserem que os medievais se engalfinhavam pelo sexo dos anjos. Claro, hoje sabemos que os anjos são mulheres, etc., etc. (Vocês viram, eu ponho vírgula antes do etc. Vamos começar uma nova “briga”.)
TREMAM.
achei ótimo seu comentário nota dez só queria uma explicação por favor eu posso dizer que o trema realmente acabou ou eu posso dizer com exceção de alguns nomes estrangeiros se me fosse perguntado em uma prova eu teria que falar que esta instinto(está certa essa palavra )por favor poderia de auxiliar nessa dúvida ,desculpe-me meus erros de gramática ok estou tentando estudar,muito obrigada por seu carinho ,muitos abraços.