Descubro no blog de livros do Guardian esta capa para uma nova edição de “O morro dos ventos uivantes”, de Emily Brontë, inspirada – para usar um termo gentil – na estouradíssima série de livros de vampiros para adolescentes de Stephenie Meyer, “Crepúsculo”.
E para não deixar ninguém em dúvida, um aviso em letras brancas sobre um disco vermelho logo na capa explica que se trata do “livro preferido de Bella e Edward”, heróis da série.
São os ventos uivantes do marketing, paciência. Por enquanto, não tem graça. Mas imagino que seja de rolar de rir daqui a uns tantos anos, quando (suponho ou torço?) os livros de Meyer estarão completamente esquecidos e o de Brontë, não.
25 Comentários
Sérgio, li num blog desses, não sei se no Guardian ou na New Yorker, que um sujeito lançou um livro com um DAN BROWN enorme, escrito na capa. Era algo como “O tipo de livro que DAN BROWN gostaria de ler”. O nome do autor, mesmo, quase não aparecia. Picaretagem não tem limite. Bjs
Acho que vou comprar caninos postiços.
Isabel, a história não é bem essa. Tratou-se de uma espécie de “promoção” inventada pelo editor: http://ow.ly/kFKd
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Sobre a questão do marketing, sinceramente, não sei de que planeta vocês vieram… Livro é produto e produto é um dos “4Ps” de marketing.
Seguindo a teoria de que uma capa (o que é uma capa?) seja inútil e até prejudicial à “Boa Literatura” (ora, diariamente somos borbadeados de informaões bem piores), os livros deveriam ser publicados da folha de rosto em diante? Hetzel era um “picareta”?
Literatura é referência. Por Tim Burton, minha filha chegou (por ela mesmo, sem ninguém precisar lhe impor nada) à tradução de Machado de Assis para “O Corvo”.
De Bella a Catherine Earnshaw. De zumbis a Austen. De Borges ao “Sator Resartus”. De Paulo Coelho a Gustav Weil. E assim a roda da vida continua seu movimento “espiralado”…
Ok, C.S. Soares, Sabemos que marketing é marketing e seu objetivo final é mesmo vender, qualquer que seja a m…
Mas Sergio e Isabel têm razão. Não é preciso apelar tanto, concorda? Porque, no final das contas, o resultado é uma repetição interminável de capas sem a menor criatividade.
A questão é como atrair leitores jovens para obras de melhor qualidade usando como artifício referencias ao que mais vende em termos de “título literário” hoje em dia? Vamos achar então soluções mais criativas para se fazer isso. Taí um desafio para os marketeiros.
abraços a todos.
os editores de livros são bobos: para chegar aos grandes autores, basta colocar pistas em outras mídias. cheguei a iain banks, por exemplo, através de uma música da banda irlandesa the divine comedy. outros autores me foram apresentados pelos quadrinhos do neil gaiman, e mesmo os gibis da marvel trazem referências a escritores como milton, por exemplo.
Soares,
Em homenagem aos bravos guerreiros do marketing, solto aqui dois pês sonoros: Puta que Pariu!
Em bom português, aquele à antiga, quando as palavras significavam aquilo que diziam, chamaria a esse fenômeno fraude, engodo, logro, estelionato.
E não falo isso porque acredite que a boa literatura está sendo prejudicada. Falo isso porque me sinto indignado com o maltrato que estão dando à má literatura, a maior vítima dos aprendizes de Goebels, os publicitários. Imagine o leitor típico da má literatura, aquele que gosta dessas coisas indigestas em que vampiros se misturam às onipresentes referências pops: o sujeito, todo paramentado à moda gótica, voraz devorador da série “Crepúsculo”, vai à livraria e, desavisadamente, adquire um exemplar do Morro dos Ventes Uivantes. Chega em casa, tranca-se no quarto, abre a embalagem com as mãos trêmulas, a respiração suspensa, e eis que se depara com períodos bem construídos, com vocabulário rico, com observações sagazes e, suprema infâmia, com um personagem aparentemente sinistro, Heathcliff, cujos caninos não são protuberantes nem costumam rasgar o pescoço das donzelas. O indíviduo vai se sentir lesado, ludibriado e vai parar de ler a má literatura, que será substituída por jogos violentos do videogame.
Isabel,
Dê uma olhada na capa desta edição do Hamlet:
http://www.livrariacultura.com.br/scripts/cultura/resenha/resenha.asp?nitem=98812&sid=17113523611820441973131246&k5=2FC4DF2&uid=
Ingenuamente, pensava que essa famosa peça fosse obra de um célebre dramaturgo inglês; graças à capa, descobri, para regozijo da minh’alma brazuca, que a Hamlet é tupiniquim. Como diria Galvão Bueno, éééééé….ééé do Braaassillllll.
Rafael, essa capa é mesmo de matar.
Parece até que o Bardo é apenas um personagem de Millor. E aí vão os dois P’s que faltavam: Picaretagem sem Pudor.
Lembro que, há muitos, muitos anos, topei com uma edição de bolso, dessas bem baratas mesmo, de ‘Às Avessas,’ do Huysmans. Na contracapa dizia, em letras garrafais: “O LIVRO FAVORITO DE DORIAN GRAY”. Mas acho que não funcionou para alavancar vendas, até hoje pouquíssima gente conhece esse ótimo livro.
Para mim, falando de marketing literário de modo geral, há um problema que vai além da escolha da capa. Um problema que atinge mais títulos novos, de autores pouco conhecidos. Falo com propriedade pois vivi a questão na pele. E o fato simples, porém aterrorizante, é o seguinte: publicitários não têm tempo de ler os livros para os quais criam capas e estratégias de venda.
O resultado, muitas vezes, é uma campanha esquizofrênica, que acaba vendendo um produto na caixa de outro. Ja tive, por exemplo, um mesmo livro catalogado por diferentes livrarias como: romance policial, literatura estrangeira, música, e comunicação.
Soares, eu não sabia que se tratava de uma promoção. Mesmo assim, continuo achando que fazer uma capa onde o nome de um escritor de sucesso aparece bem maior que o do autor do livro é, no mínimo, enganação. O engraçado é que a capa do Kernick deu origem a um concurso, num blog que eu nem conhecia, para ver quem fazia a melhor capa enganosa de livro: http://www.smartbitchestrashybooks.com/index.php/weblog/comments/the-simon-kernick-is-awesome-photoshop-contest-results/
Rafael, olha que curioso: eu nem teria olhado pra esse Hamlet, porque não sou muito fã do Millor. Caso de tiro que teria saído pela culatra. 🙂
E, Tomás, eu já vi a autobiografia da Danuza Leão, na Fnac, entre os mais vendidos de “ficção”. Weird.
Esse espírito contemporâneo que sopra não roda moinho mas destelha cabeça.
Sérgio
você já deve ter visto os últimos lançamentos sobre a obra de Jane Austen: Mr. Darcy Vampire, Sense and Sensibility and Sea monsters, Pride and Prejudice and Zombies etc.
E claro, muita gente achando que adoraremos Miss/Mrs(?) Meyer por apreciarmos Miss Austen.
Sérgio
você já viu os últimos lançamentos sobre a obra de Jane Austen? Mr. Darcy Vampire, Sense and Sensibility and Sea monsters, Pride and Prejudice and Zombies etc.
E claro, muita gente achando que adoraremos Miss/Mrs(?) Meyer por apreciarmos Miss Austen.
O problema de quem lê essas coisa não é ler essas coisas, mas só e somente só ler isso e ada mais nunca mais…
Tal qual os leitores dos bruxinhos, dos magos, dos duendes, dos elfos e vampiros. O cara só lê isso.
Sem esquecer, claro, os livros de conspirações, sociedades secretas de temas polêmicos e de cunho religioso que atolam todas as listas de mais lidos e mais vendidos.
Ah, também não pode faltar os livros de bichos de estimação como gatos, cães, corujas, coelhos, papagaios, lontras e ornintorrincos.
E para não ser injusto, temos os infalíveis livros do oriente médio, das meninas que roubam alguma coisa, os de temática jurídica e toda aquela fauna de baboseiras inspiradas em grandes filósofos.
Enfim, se as pessoas que compram e lêem essas coisas se dessem ao trabalho de ler outros livros de outros autores seria ótimo.
Tão certo quanto o fato do meu comentário não ter se concentrado apenas à questão da “capa” (criativa ou não), mas também na necessidade de se apresentar os clássicos às novas gerações, é que eu não compro livro pela capa. Vocês compram? Creio (na verdade tenho a esperança) que não.
Bem, então passemos para outro aspecto do problema: como essas capas são definidas e projetadas? Nem sempre é problema (apenas) do departamento de Marketing, mas de uma orientação geral das editoras (não por serem “pouco criativas” ou terem “vis objetivos”). Muitas vezes é desorientação mesmo.
Certa vez li o comentário de um autor australiano questionando a capa de seu livro no Brasil (lançado por uma das maiores editoras do país): ele dizia mais ou menos assim:
“Ué?! Não entendi… O que aquela capa tem a ver com minha história?”
O próprio capista veio se justificar:
“Bem, eu criei a capa daquela forma pois me disponibilizaram apenas o primeiro capítulo do livro”.
Então, precisamos ser mais críticos e também compreensivos.
A grande maioria aqui [basta acompanhar pelos comentários] não deixa de de comprar (de certa forma) as “capas copiadas” em outros níveis de abstração. Vejamos: citarão os mesmos autores, os mesmos livros, de sempre. Criatividade tão profícua quanto a do capista da reedição da Brönte. Mas não levem a mal essa observação. Eu também incorro no erro e não poucas vezes. Estou tentando melhorar.
Ao caso que Rafael nos relata, em defesa dos amantes da “má literatura” (a expressão é sua) eu digo: ora, aprendam a comprar o livro pelo conteúdo do que vai entre a capa e a quarta-capa.
E sobre o Hamlet “tupiniquim”, Rafael, que você criticou, saiba que (é a minha opinião) vale e muito à pena enfatizar que a tradução é do Millor (tanto quanto informar a autoria de Shakespeare, que até hoje, vale lembrar, nem sequer sabemos quem foi, ou se existiu como W. Shakespeare).
Isabel: você comprou (como compramos a biografia do Shakespeare) a matéria pela “capa”: o livro do Kernick era distribuído de graça a quem reservasse o “The Lost Symbol” do Dan Brown (que será lançado também como ebook em 15/Set).
Raquel: os livros inspirados em Austen são projetos da Quirk Books. Falei sobre eles recentemente no Pontolit. O conceito por traz do projeto é o de mashup. Aliás, o Pride and Prejudice & Zombies além de ter emcabeçado a lista de mais vendidos da Amazon UK já teve seus direitos vendidos para ser filmado.
E por falar em adaptações de obras literárias, queria aproveito o ensejo para avisar a Sérgio e demais que a partir de hoje o Pontolit (www.pontolit.com.br) publica o “Diário Secreto de um Roteirista”, de Doc Comparato (sairá em breve na nova edição de Da Criação ao Roteiro). O diário traz suas notas e observações do dia a dia de trabalho com Gabriel García Márquez na criação da minissérie internacional “Me alugo para sonhar”.
Soares,
Vamos pensar um pouco. Você está dizendo que as pessoas devem aprender a comprar livros pelo conteúdo e não pela capa. Ao mesmo tempo, enaltece a nobre missão dos publicitários, cujo trabalho é atrair o público pela capa. Se as pessoas não considerassem a capa (embalagem) nas suas escolhas, o trabalho dos publicitários seria vão e sem sentido. Parece-me, no entanto, que a maioria (o público deste blog compõe, em geral, a minoria) rende-se aos atrativos de uma capa bem elaborada, muita vezes determinante do processo de escolha. Por isso, é que as editoras gastam dinheiro na confecção das capas. As editoras sabem que há um número significativo de compradores que se influenciam pelo aspecto visual do livro. Daí que não é desarrazoado imaginar que muitos são ludibriados por esse tipo de expediente, principalmente quando a capa sugere um conteúdo postiço, diferente do conteúdo verdadeiro.
Imagine uma edição do Madame Bovary ostentando uma mulher semi-nua, em posição obscena, com as pernas abertas, exibindo, em cores vivas, sua vergonha (expressão tirada da famosa Carta do Achamento, do Caminha). Decerto, muitos garotos onanistas se sentirão mortalmente traídos quando, trancados no banheiro, descobrirem que o livro contém, em vez da sacanagem desbragada, a prosa límpida e precisa de Flaubert.
Quanto ao Millôr, que dizer? É óbvio que, numa obra traduzida, a qualidade do trabalho do tradutor é muito importante, tanto quando a qualidade do autor da obra traduzida. Mas Shakespeare (nem vou entrar no mérito desta falsa questão sobre a autoria das obras shakespeareanas) é Shakespeare, o autor inglês que, queiram ou não, influenciou enormentemente a literatura ocidental, e Millôr, queiram ou não, é esse velhinho simpático, amante de trocadilhos e banalidades, que escreve razoavelmente bem, que fez traduções engenhosas, mas que não é nem será Shakespeare.
Pra falar a verdade, e digo o que vou dizer, como designer e como leitor: Livro deveria ter papel simples e capa igualmente simples.
Motivo? Preço.
Com toda essa frescura que fazem hoje em dia com livros não é de se espantar com preços estupidamente extorsivos.
Vide os livros da Companhia de Bolso, exatamente o mesmo texto dos livros que saíram em edição normal, só que em papel e capa mais simples e preço igualmente mais simples.
Tenho uns tantos exemplares, pois os livros da Cia. das Letras têm preços que faria muita put4 corar de vergonha diante de tanta safadeza.
Rafael,
O que quero enfatizar, é que cada um faz a sua parte. Não é porque queremos que seja o mundo seja mais justo que ele relamente o será. Infelizmente.
Os publicitários tem a sua importância como tem os escritores, os advogados e até os analistas de sistemas, acredite.
Se no supermercado são usadas diversas técnicas de venda porque as livrarias (e editoras) não as usariam? Preste atenção nos “bolos-de-noiva” ou nas mesas, estantes, gôndolas onde, nas livrarias, os livros estão expostos. Que livros estão expostos? Por que aqueles livros estão expostos?
A obra, depois que sai da mão do escritor e vai para a editora, vira produto e passa a ser regido pelas leis do mercado, não tenhamos dúvida disso.
Leitores mais esclarecidos (como a gente, por exemplo) não cairia nesse tipo de armadilha? Olha, eu mesmo não garantiria isso 100%.
Achei engraçado seu exemplo de Madame Bovary. Penso se “garotos onanistas” franceses de meados do século XIX se sentiram traídos. Provavelmente não. São épocas diferentes claro, o que era sacanagem naquela época talvez não seja hoje e vice-versa ou seja, acompanhemos os noticiários e chegaremos à conclusão de que relativizaram a sacanagem – e sequer poderemos culpar Einstein disso. Mas voltando a Bovary, lembro que mesmo a prosa límpida e precisa de Flaubert, naquela época foi considerada imoral.
Em relação o realce do nome de Millor na capa da edição de Hamlet da LP&M continuo considerando de bom tom. Shakespeare, concordo com você, influenciou o ocidente. É tradição, claro, mas gostaria que buscassemos novos modelos. Era disso que eu falava quando me referi que também “compramos pela capa”.
Houve uma época que só se lia o que a igreja deixava. Depois, passamos a ler o que os editores decidiam. Agora, pelo amor de Deus, escolhamos nós mesmos o que desejamos ler. “Live and let live!” Sem preconceitos.
Há e não pense que ao comprar os livros da editora X, Y ou Z, às quais você atribua alguma qualidade na escolha de seus publicados, você também não esteja comprando uma “imagem” definida (quem o saberá?) nos escritórios das agências de propaganda…
É sempre assim?
Pessoas lançando mão de um “texto bem escrito”, salpicado de referências literárias para proclamar a “burrice do pequeno povo”?
Tão babacas quanto a matéria.
A imitação da capa era meio desnecessária. Mas não acho ruim apresentar livros ‘antigos’ (não quero entrar no mérito de clássicos) com novas roupagens. Quem é o maior público consumidor? Então o produto tem que ser atraente para ele. Se a editora está sendo malandra? Provavelmente. Mas editora precisa de dinheiro, né não?
Escritor também, vale lembrar.
Não estou discutindo a importância de ninguém e, acredite, essas estratégias de marketing, divertidíssimos sintomas da doença mental que acomete nossos tempos, não me tiram o sono.
Mas gostaria de registrar algo: embora não possa mudar (nem pretendo nem acho desejável e odeio as criaturas sórdidas que se entregam a tal missão) o mundo, não deixarei de nomear as coisas pelos seus nomes, sem eufemismos politicamente corretos. É impossível extirpar da face da Terra os políticos oportunistas e corruptos; ainda assim, continuarei adjetivando-os oportunistas e corruptos. Se eu fosse dono de uma editora, decerto gastaria muito mais dinheiro com meu departamento de vendas e com agências de propaganda do que com direitos autorais: o marketing é que manterá meu negócio viável, mais do que os autores que publicar.
Como, por defeito genético de nascença, tenho a obsessão flaubertiana pela precisão da linguagem, jamais conseguirei reprimir o impulso que sinto de designar como embuste esse tipo de expediente publicitário.
Me lembrou de outro episódio semelhante. Há uns bons anos atrás uma editora cujo nome agora me foge lançou uma versão em dois volumes do “História”, do Heródoto – com uma capa com a imagem de um deserto e um avião – sim, vocês leram certo – um avião no alto da capa.
A chamada de capa dizia: “O Livro de Cabeceira de O Paciente Inglês”.
Já naquela época soavam os sinos do Apocalipse, a gente que não estava ouvindo
Analisemos o caso por outra perspectiva: desde ontem, estou publicando no Pontolit, em capítulos diários, um diário que o roteirista Doc Comparato me enviou sobre sua experiência de criar uma minissérie com o Gabriel García Márquez.
Já no primeiro “capítulo” Doc (muitos de nós acompanhamos sua bela adaptação de “O tempo e o vento”) escreve o comentário que escutou de Gabo: “estudei O tempo e o vento para escrever Cem anos de solidão”.
Nós brasileiros até acharíamos isso bem óbvio, mas não seria um bom merchandising para vender lá fora (para os que infelizmente ainda não a conhecem) a estupenda obra do nosso grande Érico Veríssimo?
Eu até que gostei da capa…
Isso me lembra uma editora – não recordo se americana ou alemã – que lançou uma edição da Bíblia com uma foto que lembrava mais um bestseller de autoria de Sidney Sheldon ou Harold Robbins. A justificativa era a de que com aquela capa eles queriam “fisgar” mais leitores e – argumento que achei genial – a Bíblia tinha tantas intrigas, reviravoltas e sexo quanto o melhor dos bestsellers. Li essa reportagem quando era adolescente e nunca mais me esqueci.
Se 1% das pessoas que gostam de Crepúsculo comprarem esse livro e se interessarem por literatura já valeu a pena.
E se 1% das pessoas que leram Paulo Coelho e bruxos e bruxinhas se interessarem por literatura (o que acredito que seja mais de 1%), já valeu muito a pena a existência desse tipo de literatura. O questionável são as premiações que esses autores recebem, mas isso é assunto pra outro post.
Eu por exemplo comecei lendo contos de fadas, Monteiro Lobato, gibis, Agatha Christie, Conan Doyle, etc, etc …
Será que todas as pessoas que criticam esse tipo de abordagem começaram lendo Nietzche, Freud, etc?