O prêmio Nobel de literatura para o romancista turco Orhan Pamuk só é surpreendente porque não foi surpresa alguma. Pamuk, de 54 anos, era o favorito este ano e vinha aparecendo entre os principais candidatos há algumas edições do prêmio, mas o Nobel, que gosta de uma surpresa, raramente premia favoritos.
Embora o presidente da Academia Sueca tenha negado o caráter político da premiação (leia a notícia do “New York Times”, em inglês, mediante cadastro), é difícil desvinculá-la da recente controvérsia que cercou o nome de Pamuk, submetido a um processo (já encerrado) na Turquia por crime de opinião, após afirmar em entrevista que o país massacrou 1 milhão de armênios na Primeira Guerra Mundial – veja nota da época no Todoprosa aqui.
Pamuk devolve o prêmio, digamos assim, a um país majoritariamente muçulmano, depois que o egípcio Naguib Mahfouz morreu em agosto deste ano. Como a de Mahfouz, pode-se ver sua literatura como uma rica fusão cultural entre Ocidente e Oriente.
O autor turco é conhecido dos leitores brasileiros. Esteve no país ano passado, como convidado da Festa Literária Internacional de Parati, e tem seu romance “Neve” chegando às livrarias nos próximos dias – sim, a Companhia das Letras também o considerava favorito. A mesma editora lançou em 2004 “Meu nome é Vermelho”. Seu primeiro livro de projeção internacional, “O castelo branco”, saiu aqui pela Record em 1993.
10 Comentários
É justo.
Nunca li – agora, vai ficar ainda mais difícil. Os livros dele vão ficar caríssimos.
Sergio,
Ia indicar o “abre” de “Meu Nome é Vermelho” para seus “Começos inesquecíveis”. Mas agora perdeu a graça. Continua valendo a indicação do começo de “O Sorriso Etrusco”, de Jose Luis Sampedro.
Não sei se Pamuk vale um Nobel, mas o livro é bem bom.
Saint-Clair,
Onde vc mora? Sou do Rio. Se vc quiser a gente compra em conjunto. Sério. Se alguém mais quiser…
Não é político?
Já ofereceram Nobel até para presidiário em vésperas de execução.
Atualmente a boa-fé é algo raro.
Ningúém nem nada dá ponto sem nó. Nada é ao acaso.
Ao menos é por uma boa causa.
Eu acredito que a premiação de Pamuk tenha sido uma decisão política da comissão do Nobel. Suas qualidades literárias podem ser inegáveis, mas a minha aposta é que tanto a imprensa como o público se dedicarão mais a discutir as polêmicas que o escritor suscita. E essas polêmicas são das boas…
Ele assinou aquele manifesto imbecil do Tárik Ali?
Clelio, Pamuk e Tariq Ali estiveram na Flip em anos diferentes.
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