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Para quando é o Mac E-Reader, Mr Jobs?

21/01/2008

Steve Jobs, da Apple, no blog de tecnologia do “New York Times”, falando sobre o Amazon Kindle e por que devem esperar sentados os que aguardam para breve o lançamento de um Mac E-Reader:

Não importa se o produto é bom ou ruim, o fato é que as pessoas não lêem mais. Quarenta por cento das pessoas nos Estados Unidos leram um livro ou menos no ano passado. A concepção como um todo está corrompida de saída, porque as pessoas não lêem mais.

Há quem lamente, há quem concorde. Mas há também os que apostam, lembrando que alguns anos atrás Jobs declarou os telefones celulares igualmente fora dos planos da empresa, que a engenhoca está quase pronta.

24 Comentários

  • Pedro David 21/01/2008em12:49

    Siceramente, acho que o Seô Jobs não está blefando dessa vez. São poucos, de fato, os que lêem, e entre os que ainda o fazem, existe uma predileção pelo papel. Para uma empresa de olho em lucros imensos, não parece muito interessante. Estamos falando de gente que brinca com muita grana…Agora, propondo um exercício de imaginação, vocês conseguem imaginar um formato de livro digital que seja melhor do que os que temos usado nos últimos séculos ???

  • Felipe 21/01/2008em13:02

    Realmente, quando li a declaração, achei assustador. “In US people don’t read anymore”! Putz…

  • Tibor Moricz 21/01/2008em13:53

    Esse é um assunto de mão cheia pro CS. Agora ele desembesta… culpa sua Sérgio.

  • C. S. Soares 21/01/2008em13:54

    O artigo de estréia do Pontolit (literatura & tecnologia) se intitulava “Bill Gates: Reading is going to go completely online”.

    A frase é de maio de 2007.

    O “artista” Jobs é ótimo, mas a sua visão de mercado nunca foi comparável a de Gates.

    Fico com o prognóstico do “aposentado” Gates (leiam “As mirabolantes idéias de Bill”, em PontoLit, com direito às 8 capas que a Time Magazine deu a Gates nos últimos 25 anos).

    O e-reader revolucionário vai chegar. O mais importante será o impacto de tal gadget sobre a literatura. Ted Nelson, por exemplo, em seu projeto Xanadu, nos fala de Transliteratura.

    Sabemos que um e-reader que não expanda nossa experiência como leitores, que sirva apenas para leitura pura e simples de textos antes impressos, estará em um estágio comparável ao dos “mais-pesados-que-o-ar” (que tentavam voar batendo suas asas) tão bem retratados no memorável “Those magnificient men in their flying machines”.

    Os livros, do ponto de vista físico, como já disse “o argentino”, não me interessam. Interessa-me a experiência totalmente nova, em termos de criação e interação, com os conteúdos hipermídia. Do contrário, fico com os livros de papel mesmo.

  • C. S. Soares 21/01/2008em13:55

    Tibor: presente! 🙂

  • C. S. Soares 21/01/2008em13:59

    Para concluir: não existe nada de novo nessa história. Foucault, Derrida, Blanchot e outros já falam dessa “revolução” há tempos. A tecnologia ajuda, mas não pensa por nós.

  • C. S. Soares 21/01/2008em14:37

    Faça você mesmo
    Folha de S. Paulo – 19/01/2008 – por Mônica Bergamo

    A Bienal do Livro deste ano, que acontece em agosto, terá um “Livro de Todos”. A obra será lançada na internet, meses antes do evento, com o primeiro capítulo assinado por um escritor conhecido. Segundo Mônica Bergamo, os internautas deverão escrever o restante da história e o livro pronto vai ser vendido durante a Bienal…”

  • C. S. Soares 21/01/2008em14:39

    Deixo claro que a experiência totalmente nova, em termos de criação e interação , a que me referir, certamente, não é essa…

  • Tibor Moricz 21/01/2008em14:54

    Eu falei… eu falei…

  • C. S. Soares 21/01/2008em15:25

    Vc tem razão Tibor, qnd rola esse tema, só eu falo. Calo-me. 5 anos no futuro, qnd tds estivermos com o discurso sincronizado, eu volto. 🙂 P/ fechar minha participação (já liguei o meu De Lorean DMC-12): acontece por estes dias a conferência Digital, Life, Design 2008, em Munique. Entre diversos outros assuntos interessantes, serão discutidas novas abordagens artisticas (incluindo na literatura) amparadas por mídias digitais. Fui.

  • Tibor Moricz 21/01/2008em15:39

    Que é isso, CS. Desliga o De Lorean (a não ser que vá buscar um almanaque esportivo..hehehe). Suas informãções são sempre interessantes.

  • C. S. Soares 21/01/2008em16:17

    Tibor: Gosto muito de estar por aqui, mas vamos ter que entrar em recesso mesmo por causa dos novos projetos (inclusive literários).

    Mas, antes, já que o tema pede, deixo para vcs um brinquedinho: http://www.touchgraph.com/TGAmazonBrowser.html

    (No PontoLit, cavoucando, acharão um artigo sobre ele).

    Forte abraço ao Sérgio, Tibor e demais!

  • Tibor Moricz 21/01/2008em16:42

    Voltando ao tópico… livros. Papel. Celulose. Tinta sobre papel. Preto no branco. O resto não me interessa.

  • C. S. Soares 21/01/2008em17:17

    Até vc Tibor? Muniz Sodré lhe chamaria de reacionário (vide O Globo InfoEtc de 14/01)… (o De Lorean, ainda bem, continua ligado e com combustível) 🙂

    O que menos interessa é a cara (ou o formato) dessa interface gráfica para a Knowledge Base de Livros e autores da Amazon.

    A questão (abrangente) aqui é gestão de conhecimento. A interligação entre os meta dados. Cortázar chama Borges chama Rulfo chama…

    Que ferramenta espetacular de sugestão de leituras (em TI chamamos Data Mining, ou mineração de dados)…

    Experimente outros argumentos (nome de autores, por exemplo)

    Agora, fui mesmo 🙂

    (*) Nos próximos dias, “Síndrome de Cérbero” no PontoLit 🙂

  • Tibor Moricz 21/01/2008em18:11

    Disse que ia embora, acabou fondo…

  • Saint-Clair Stockler 21/01/2008em21:29

    Eu não tenho nada contra o que o C.S. Soares fala aí: uma experiência multimídia de leitura (sim, estou ciente, a expressão é uma contradição em termos). Imaginemos um escritor – o termo não mais se aplicaria -, isto é, um artista que crie uma história que tenha imagens, sons, cheiros, etc. Ia ser muito legal. A primeira experiência a esse respeito (sem os cheiros) foi feita por uma escritora francesa, que escreveu um romance – há uns 5 anos, se não me falha a memória; pode ser até há mais tempo – num site (na época não havia blogs), com hiperlinks, fotos, etc. Era muito interessante. A história, como os mais perceptivos já devem ter imaginado, não era linear. Dependia dos saltos entre os hiperlinks. Depois, se minha memória continua me ajudando, o “livro” ganhou uma versão em papel, tradicional.

    O Nelson de Oliveira, em pretéritas eras, andou experimentando algo parecido na Web.

    Acontece que as pessoas são muito limitadas: há muita coisa que pode ser feita nessa área, agora (e não esperando Gates & Jobs), já, é só ter um pouco de criatividade. Por exemplo: um “romance” em cd-rom, com sons, imagens, hiperlinks… Uma espécie de Rayuela multimídia. Tenho há tempos vontade de fazer algo assim. A “base” da coisa seria um escritor, mas teria de haver uma equipe: designers e webdesigners, músicos, atores… Enfim: um verdadeiro projeto multimídia.

  • Saint-Clair Stockler 21/01/2008em21:35

    A respeito de e-book readers:

    Ainda estou esperando um que seja A)bom e B) barato. Acabo de fazer uma contagem e estou com 676 romances em e-book aqui no meu computador. Uma biblioteca! Desses, já li dois. Por que tão poucos? É chato à beça ficar sentado na frente de um computador horas a fio lendo um livro de 700 páginas… Ia ser ótimo poder levar um e-book reader pra cama…

  • Saint-Clair Stockler 21/01/2008em21:36

    C. S. Soares:

    Pra te deixar feliz: entre os 676 e-books no meu computador há um do Paulo Coelho. O último, mas ainda não li 😉

  • Daniel Brazil 22/01/2008em11:53

    O teatro vivia essa crise de ruptura dos limites nos anos 60. Foram criadas peças interativas, os espectadores entraram no cenário, foram molhados, cuspidos e beijados, andaram a pé por longos corredores, subiram escadas, desceram em túneis inacabados, pisaram em lixões fétidos. Isto tudo aconteceu em São Paulo, de onde escrevo.
    Mas, o teatro tradicional foi substituido? As pessoas abandonaram o prazer de assistir um texto num tablado, numa arena ou num palco italiano?
    Claro que não. Uma tradição de 3 mil anos tem um charme insuperável. Artistas que trabalham com laser e neón não deixam de ter prazer ao revisitar os clássicos pendurados em paredes austeras.
    Desconfio de que a invenção de Gutemberg já conquistou este espaço eterno em nosso inconsciente coletivo, ou em nosso consciente estético.
    Prazeres não são substituídos.

  • Tibor Moricz 22/01/2008em13:35

    O CS vai pegar o De Lorean e vai viajar para 50 anos no futuro. 2058. Encontrará ainda os livros empilhados nas livrarias, apesar do uso generalizado dessas engenhocas de leitura virtual. Como disse o Daniel, certos prazeres não são substituídos. Nem o serão num futuro distante.

  • henrique araújo 22/01/2008em14:14

    nenhum…

    pra falar a verdade, queria o email do sérgio. alguém pode me passar?

    grato…

  • Atordoado 22/01/2008em16:40

    Esta frase “As pessoas não lêem mais” eu escuto desde não sei quando. Tenho 64 anos.
    A obrigação do gosto pela leitura. Como se fosse a única forma de cultura aceitável. Parece Bush querendo implantar democracia por meio de guerra e invasões, esquecendo de olhar para o próprio quintal antidemocrático (35 milhões de homeless já é um bom início de conversa), ou a própria imperfeição da democracia Grega, que Diógenes nos sirva de testemunha.
    Como se a cultura da periferia, existe se alguém estiver disposto a frequentar e ficar exposto ao calor e ao estilo de roupa esfarrapda, só fosse compreensível pelos sociólogos ou a indígena fosse restrita aos antropólogos, Lévi-Strauss que nos sirva de testemunha.
    Ensinar o “gosto pela leitura”: que triste tarefa. Há crianças e adolescentes que gostam de ler sem que ninguém ensine. Muitos passam a detestar a leitura devido a estes ensinos nas escolas. Defeito do ensino, claro. É problemático sim o ensino e está muito ruim tanto para a literatura quanto para as outras matérias – sim, literatura é um objeto de estudo e há inclusive um faculdade destinada a ela. E tem até gente quem escolha estas faculdades para estudarem Literatura. Até poesia se estuda nestas faculdades. Quase não se reivindica o ensino do “gosto pela poesia”; “gosto pela música erudita”; “gosto pelas artes cênicas. Uma falha imensa!
    Quem gosta de música, cinema, quadros, literatura faz parte daqueles que compactuam de algo que os isola e do que de orgulham. O público em geral apenas reconhece que se trata de algo que lhes é interdito e que lhes falta um certo “dom” que não possuem.
    A sala de concerto, o cinema, o museu, uma “certa” leitura só é acessível aos que têm este conhecimento extra.
    Os que não possuem este “extra” ficam de fora e os que possuem circulam pelos teatros, cinemas… na hora em que quiserem. Geralmente são amigos de quem é da “tchurma”; conseguem trabalho com os da “tchurma”; vão à praia, bares, festas e outros acontecimentos com quem é da “tchurma”
    Tem sido assim ao longo da história. Na Idade Média: 100 para o clero e 0 para o resto; no Renascimento se iniciou o clube dos que produzem e o clube dos que consomem (fruem é melhor). E tem sido assim guardadas as enormes diferenças.
    Uma livraria tem inúmeras seções com livros de toda a natureza. Tem até a prateleira de ficção dividida alfabeticamente de acordo com o nome do autor.
    Esta é a seção para a qual se dirigem os que tem o tal “dom” da leitura.
    Há os que prefiram a seção de medicina, economia, informática, história, livros sobre cidades turísticas com roteiros, história em quadrinhos, marketing, administração, pedagogia, esoterismo, negócios, física, química, matemática, ciências jurídicas, engenharia, psicologia, teologia, expressão corporal, humor, línguas, educação física, filosofia, jardinagem, política, ciências políticas, saúde e fitness, moda, etiqueta, parece infinito e ainda se tem a subdivisão dentro das áreas.
    Há os que prefiram colecionar DVDs ou CDs ao invés dos livros de teoria literária e ficção.
    Aí é outra história.
    Três coleções que são melhor apreciadas se há ar-condicionado quando o calor ultrapassa o limite do suportável.
    Mas com a ressalva de que se o CD for um bom forró é bom escutar no churrasco; dependendo do livro o melhor é compartilhar com um amigo e ler na praia já os DVDs: alguns requerem a galera para assistir de verdade.
    “A língua é fascista.” Dizia Barthes. E completava: “O fascismo não calar, é fazer falar.”
    Gostar de literatura não é uma questão moral, muito menos pedagógica. É uma questão de escolha. Sejamos democráticos.Democráticos inclusive quanto a escolha de quais os livros cada um elege como “o mais importante título”. A pergunta “qual levaria para a ilha deserta?” é muito mais relevante. Para a literatura nacional o mais importante título interessa aos historiadores de visão evolucionista, hegeliana e quetais. A história de um livro tem uma vida própria que independe da intenção do autor e é sincronizada a cada época. Basta abstrair os livros de história literária e reparar no elenco que forma a paidéia de cada geração. Não se desmerece os outros autores. Eles apenas não são tão lidos em determinados épocas e voltam em outras. É a velha noção de episteme e não de “ingredientes” – alguém descobriu a fórmula? – que estão na literariedade de determinado autor.
    Este tipo de pesquisa é feito em todo o planeta.
    Ingleses não vão à museus, não lêem tais e tais autores; americanos não lêem o que deve ser lido – dependendo de critério Y, franceses não vão mais aos cinemas como costumavam e por aí vai.
    Saber formular “a pergunta” ainda é um grande problema.
    “Gosto pela leitura”?, Flaubert já teria posto em seu “Dicionário de idéias feitas.”
    Eu queria saber a resposta para>
    “Em que período se leu mais?”
    Século 19 quando saíam os folhetins? Mas tinha muita gente analfabeta. Era a elite quem lia.

  • Atordoado 22/01/2008em16:44

    “E tem até gente quem escolha estas faculdades para estudarem”
    Leia-se:
    “E tem até quem escolha estas faculdades para estudar…”

  • Saint-Clair Stockler 23/01/2008em16:39

    Todo mundo quer um e-mail do Sérgio… O Sérgio deve ser ÓTIMO de cama.

    Tomaí, néin:

    sergio@todoprosa.com.br