No blog de livros do “Guardian”, Nicholas Clee fala de sua preocupação (em inglês) com o futuro das redes de livrarias convencionais, como Waterstone’s e Borders, que têm fechado lojas aos montes por serem incapazes de concorrer com o preço baixo e a escala massificada dos supermercados de livros – supermercados com aspas, como Amazon, ou sem, como Tesco.
O tema é um dos mais batidos na imprensa literária, mas não faz muito sentido culpar os escribas se a realidade continua a reeditá-lo. Clee até que tenta inovar, atribuindo aos pequenos livreiros de bairro, os chamados independentes, uma vantagem competitiva sobre as redes convencionais – vantagem advinda do charme da seleção idiossincrática de títulos e do contato direto com o cliente. (Infelizmente, o mesmo artigo diz que os independentes estarão extintos em 15 anos, o que parece contrariar o argumento anterior, mas deixa pra lá.)
Eu leio essas coisas e também me preocupo, claro. Não há nada como uma boa livraria real, de preferência com um expresso espumante num canto e um vendedor daqueles que leram tudo o que deve ser lido e ainda têm um GPS mental para encontrar volumes empoeirados em prateleiras improváveis. Mas a leitura do artigo do “Guardian” é interrompida pela campainha.
É o porteiro. Vem entregar uma grande caixa de papelão: a encomenda da Amazon, despachada no dia 23 de fevereiro por cargueiro barato – pressa para quê? –, mas a essa altura aguardada com ansiedade, depois que até já paguei pelos 13 volumes no cartão de crédito, dólar a R$ 2,12. Vou buscar uma faca para abrir a caixa e, dentro dela, o plástico grosso que envolve numa única bolha as duas pilhas de livros. Estou excitado como uma criança com seu ovo de Páscoa.
Esqueço de voltar ao artigo de Nicholas Clee.
142 Comentários
Taí. Antigamente eu tinha o hábito de ir à livraria como quem não quer nada, esperando o livro que eu “precisava no momento” “cair na minha cabeça”. Hoje em dia leio as resenhas, recomendações, e busco o preço mais baixo no buscape.com. Compro online em 4 prestações, ou quando um inédito no BRZ me interessa muito, e me decido a gastar uns cobres extras com postagem… Certo. Na Amazon.com. Daniel Galera divulga os desejos literários dele lá. Comprou o quê, Sérgio? 13? Vai sair de férias?
É uma delícia ir a uma livraria. Perder-se entre suas prateleiras. Mas a eficiência de uma busca por título / preço / condição de pagamento num desses sites de busca é indiscutível. De qualquer forma, eu tento ser equânime. Vou à livraria para pesquisar livros e depois os compro virtualmente, sempre com um preço melhor. Não perco o prazer lúdico de poder tocar o objeto de desejo, folhear suas páginas, sentir o cheiro do papel. Na Internet não dá pra fazer isso.
Ah, é mesmo. Que livros são esses que você recebeu?
Só tenho a dizer uma coisa: viva o capitalismo. Graças à Amazon, tive acesso a livros que nunca conseguiria obter se dependesse apenas das redes nacionais, inclusive das que vendem livros importados (Livraria Cultura, por exemplo). Sempre que busco um livro importando, sempre comparo o preço cobrado aqui no Brasil pela Cultura com o preço praticado pela Amazon. Quase que invariavelmente, a segunda opção é financeiramente melhor.
As livrarias menores têm lá seu charme, mas, convenhamos, salvo algumas mais arrojadas na elaboração do catálogo, a maioria só oferece o arroz e feijão de sempre. São boas apenas para as obviedades.
Sem cartões de crédito internacionais e com o bolso beirando o vazio, me contento com as obviedades.
E em breve, nem precisaremos mais esperar 1 mês. que seja. para sentir o “cheiro dos livros novos” da Amazon (aos saudosistas talvez reste a possibilidade de comprar odores digitais como hoje já compramos toques polifônicos):
“Pick a nice spot for yout library!”
Vejam só o que (beleza?) é a tecnologia: http://www.learningcenter.sony.us/assets/itpd/reader/
mas, ainda assim, não deixo de ir às livrarias na esperança de descobrir, ao acaso, aquele livro inesquecível (ao menos para mim)…
As minhas aspirações como leitor não são tão elevadas como as do Rafael. Na verdade até mantenho uma distância segura (mesmo que as vezes ela se estreite) da dita literatura com L. Como se fosse uma imposição lê-la e não um gosto genuíno.
E depois que inventaram o (ótimo) sebo virtual, a escolha ainda ficou mais difícil!
Olha só:
http://www.estantevirtual.com.br
Tem o acervo informatizado de mais de 400 sebos espalhados pelo Brasil. O bairro está ligado ao mundo.
Caro Sérgio,
também adoro uma livraria, só não tenho a fleugma do Tibor – se eu gostar de um livro na livraria, não resito e compro na hora -. Mas esse prazer que você está sentindo, eu senti há duas semanas, quando chegou a minha caixinha (bem mais modesta) da Tematika.com.ar, que vende os livros da El Ateneo e da Yenny argentinas, com o meu volume do “tijolo” “Borges” do Bioy Casares, que ao contrário do que parece é de leitura muito fácil e agradável.
Caros Comentadores Desta Contenda Literária – Não convém discutirmos assunto tão reles, enquanto nossa atenção é distraída estão perpetrando sob nossos olhos o fim da gratuidade – pelo menos li isto no Blog Paralelos – e gostaria de arregimentá-los para prestigiar esta nova discussão – é uma peninha!Quem passar lá perceberá que o autor está discutindo sozinho. Um abraço caloroso a todos e beijocas
Ilda, o fim da gratuidade do quê?
Ir a uma livraria só pra olhar livros é ótimo. Fazer o mesmo pela Amazon também. Faltam, claro, os prazeres do tato e do olfato na livraria virtual. Mas é uma maravilha folhear o que dá pra folhear, ler as listas de recomendações, ver o que outras pessoas compraram e ir se deixando levar a esmo a outros livros completamente diferentes do inicial.
Passe livre é esmola com o chapéu alheio. O Governo, além de arrancar uma fábula de dinheiro da sociedade civil, quer obrigá-la a assumir as obrigações que são dele, Governo.
Concordo, no entanto, que o dinheiro de que o Governo “abre mão” com a lei Rouanet seria melhor empregado no subsídio da passagem de ônibus para os pobres e idodos. Um passe é infinitamente mais útil que um ingresso de filmes como “Amarelo Manga”, inter alia.
Claudio, se pegar mesmo, não é uma maravilha? Pena que ainda é meio caro, por 350 dólares compra-se um bocado de livro. Mas não seria ótimo acabar com a chatice que é ler online? Mesmo oferecendo vários ebooks no meu site confesso, acho um saco. Fora que o gadget vai, finalmente, revolucionar o mercado online de livros, bye-bye ditadura de editor.
Não vejo charme nenhum em redes de livrarias do tipo Saraiva Mega Store e Siciliano. Geralmente (há exceções raríssimas) os vendedores são uns imbecis, que devem ter lido seu último livro no primário. Nunca acham o que eu peço (“Ah, o livro consta no cadastro mas não se encontra na estante”), e eu mesmo tenho que sair procurando. Esses vendedores não amam a leitura e muito menos os livros. Normalmente são antipáticos, desatentos e desinteressados. A Saraiva Mega Store da Tijuca agora tem um outro problema: os funcionários vivem discutindo aos berros os problemas internos da loja, não se resignam mais a falar em voz baixa uns com os outros. Parece que estão numa festa! E os negões seguranças (por que só preto serve pra ser segurança?) não arredam o pé de perto de mim… Será que acham que vou roubar “Em busca do tempo perdido” em cinco volumosos volumes?
Também não gosto de livrarias “charmosas e engajadas” do tipo da Livraria da Travessa, onde só dá gente caruda fazendo pose de Grandes Leitores Fodões mas são tão babacas quanto qualquer babaca que paga 800 reais num tênis. Quanto a esse tipo pretensioso de livraria, onde “o vendedor sabe muito de literatura e é capaz de travar com o comprador um papo interessante sobre praticamente qualquer obra”, a coisa não me atrai: eu sei mais do que todos eles sobre.
Além do mais as livrarias virtuais (sou assíduo comprador no Submarino que, ok., não vende só livros mas na minha opinião é a melhor livraria que existe) têm todos os livros que eu já cansei de procurar nas livrarias reais e não acho. Exemplo recente: liguei pra praticamente todas as grandes livrarias do Rio em busca do romance “Lanark” e não achei. Fui achá-lo na Submarino e ainda pude parcelar em duas vezes.
Dizem que o dono da Amazon está doido pra entrar no Brasil (um dos problemas é que o domínio amazon.com.br já pertence a uma pequena empresa do Sul do país e a Amazon está brigando com essa empresa), e eu faço votos para que entre, porque sempre ouço as pessoas elogiarem os serviços deles.
Acho que só tenho a ganhar com um embate entre a Submarino/Americanas (as duas são agora uma só empresa) e a Amazon. Meu bolso vai ficar agradecido.
Nossos bolsos ficarão agradecidos…
Tudo verdade, Saint-Clair.
Aliás, os que mais lamentam os prognósticos de extinção das livrarias são aqueles que mais sentem a necessidade visceral de um ambiente em que possam fazer pose e exibir-se. Quem verdadeiramente gosta de literatura, não precisa tomar parte no teatro das vaidades. Quem gosta de literatura, quer apenas obter um bom livro, não importa de onde.
Vendedores idiotas: na Cultura do Conjunto Nacional, pedi um livro do Paul KlEE, e o energúmeno-vendedor-descolado me “corrigiu” dizendo que o certo era KlI (com pronúncia em inglês)…
Noga: acho que o desconforto da leitura nesses gadgets tende a minimizar nos próximos anos. E creio que a disseminação desses recursos devem influenciar tb na escrita. Concordo com vc em relação às editoras. Na verdade é uma revolução que vem chegando. Já chegou com força no mercado fonográfico. Chegará ao literário. E o livro se tornará mais “multimídia” e interativo, acredito.
A perspectiva se estarmos vivendo o final de uma Era me assusta…
… como se estivéssemos prestes a perder algo muito importante.
Lá em cima leiam “de estarmos…”
Tibor,
Todas as eras estão destinadas a se acabarem. Com a nossa, não seria diferente. Perde-se e ganha-se, eis a lei da vida. Um dia, a era do pergaminho acabou. A era de Gutemberg também irá terminar.
E sempre perdemos algo importante. É uma pena.
Tem que acabar e acabrão mesmo. E com ela a divulgação de cultura. Para as virtuais o que importa é o faturamento. Em vez de ficarem aqui regurgitando elucubrações pseudo-sociológicas, ou, como disse o tal de Saint-Clair, fazendo pose de Grandes Leitores Fodões abram uma livraria. Como entendedores de tudo, como são, encararão a baixa carga tributária. Encararão duas folhas de pagamentos (salários e os encargos). E nem se citem as tarifas bancárias de remessas para o exterior. Aturarão imbecis que ficam passando a capa do livro no leitor ótico, em vez do código de barras, e com cara de bundões dizendo “Não sei praque essas máquinas” (ficam bem na foto com os amigos mostrando-se “indignados”).
Enquanto isso criem milhares de empregos no exterior. Depois voltem para suas happy hours mostrando-se, entre um chopps e outro, “preocupados com o desemprego e falta de cultura do povo brasileiro”. Ficarão bem na foto e passarão como “entelegentes” …
E o meu pai, coitado, comuna das antigas, foi a uma livraria e pediu o Saramago. O vendedor falou: “sal amargo? tem uma farmácia no outro lado da rua”. Deve ter sido aluno do bolsa universidade ou quotista do Tarso. Nem cmunista merece tanta ignorância…
Sim, mas se ganha também. O velho dá lugar ao novo; o velho se vai com seus defeitos, o novo vem com suas qualidades. O livro eletrônico dará a muitos o acesso a obras que antes eram inacessíveis. Isto para mim é motivo de comemoração!
Quando vou a livrarias, não tenho a pretensão de encontrar vendedores eruditos, um Borges perdido nos labirintos da mega store. Com a qualidade da educação brasileira, é de dar louvor aos céus o simples fato de o vendedor saber ler.
O livro digital tende a ter outros benefícios: imaginem um livro com extras? Eu procurei usar o blog do meu livro para isso. Mas, o ideal seria algo que permitisse ligar o livro às suas influências, por exemplo. Vivemos a era da informação. E isso não tem volta.
Pois é Rafael, certas vezes sequer nas editoras o pessoal entende o que está produzindo e vendendo. Tem um caso engraçadíssimo de um escritor australiano que questionava em seu blog o título (e capa) dados ao seu livro em sua edição brasileira. A resposta da editora no blog foi tragicômica.
Pô, Sérgio, dá uma palhinha dos livros que você escolheu, quem sabe dá uma idéia…
Melhor Sérgio: crie sua lista na Amazon. Ou no LibraryThing. 🙂
O que me perturba é viver esse momento de transição. Estou apegado demais nas formas convencionais de leitura (já que é esse o assunto, mas poderíamos ampliá-lo para outros), para aceitar com naturalidade o advento dos livros digitais. Posso estar sendo um antiquado babaca, mas a livraria, o livro… É… Catzo, como autografar ou fazer uma dedicatória num deles?
Perdemos o contato humano…
Tibor, não precisa perder sua noite de sono. O livro de papel não terminará tão cedo. Eu, que sou advogado, vivo cercado de papéis por todo o lado e não tenho a mínima esperança de me livrar deles. Quem entra neste inferno deve abandonar toda a esperança. Lasciate ogni speranza voi ch’entrate.
E quem disse que estou perdendo minha noite de sono?… 🙂
Modo de dizer, Tibor, modo de dizer…
Clara (e Noga e Tibor, que perguntaram lá em cima): já que vocês insistem, comprei umas novidades meio óbvias – e outras já nem tão novas assim – como o último do Martin Amis, o último do Haruki Murakami, o On Beauty da Zadie Smith, o Infinite Jest do David Foster Wallace – enfim, uma atualização meio básica. Além de umas velharias destinadas a preencher lacunas de formação capenga, como o Tristam Shandy de Sterne – chega de repetir como um papagaio que Machado foi influenciado por ele, quero conferir por conta própria. Mas a minha parte preferida do lote são as edições de obras completas, como as de Raymond Chandler (sinto um prazer perverso em ver um autor de pulp fiction em edição chique de Alta Literatura, como o grande escritor que é) e o Shakespeare integral em um só volume da Pelican. Enfim, brinquedinhos assim. Quanto ao LibraryThing, quem sabe um dia.
Abraços.
Ganhou uma grana extra, foi?
Uma montanha de papel. Que bom olhar para a prateleira e ver lá um-a-um dos livros adquiridos, ao invés de encontrá-la totalmente vazia e apenas um merdinha de um aparelhinho digital contendo todos eles e mais um monte. Não há nada que substitua esse prazer…
Ah, obrigada! Aliás, para você não ficar com a impressão que sou muito crítica(puro narcisismo meu, porque acho que você não dá a mínima, no que faz muito bem!), li recentemente “Neve”, do Pamuk, que adorei, e comecei a ler “Desonra”, do Coetzee, por influência sua. Você disse que é obra-prima, corri atrás e estou gostando muito.
Caros Comentadores Desta Contenda Literária – Não convém discutirmos assunto tão reles, enquanto nossa atenção é distraída estão perpetrando sob nossos olhos o fim da gratuidade de ônibus para idosos, deficientes e estudantes – pelo menos li isto no Blog Paralelos – e gostaria de arregimentá-los para prestigiar esta nova discussão – é uma peninha!Quem passar lá perceberá que o autor está discutindo sozinho. Um abraço caloroso a todos e beijocas (Esclarecendo Saint Clair)
Sou fã da Amazon. Já comprei muita coisa lá. E fica, muitas vezes, mais em conta que comprar o livro traduzido. Gosto muito, por exemplo, dos livros da Library of America, certamente é dessa edição do Chandler que Sérgio está falando. Comprei Nabokov e Faulkner pela Amazon, e fica muito em conta. Acredito que as pequenas livrarias vão começar a ter mais dificuldades em se manter. Um dos prazeres da livraria é conversar com os outros leitores, mas ninguém tem tempo para conversar hoje em dia! Mas sou fã de livraria virtuais e é realmente emocionante receber um daqueles pacotes enormes com livros empilhados…
tem sim Tibor: falta de espaço. 🙂
Jogue fora os livros velhos ou os doe, Cláudio. Pra mim, por exemplo. Aceito doações. Minhas prateleiras são enormes.
ademã.
Sérgio,
O Tristam Shandy é divertidíssimo, idiossincrático e imprevissível. E exerceu sim muita influência sobre Machado de Assis. Quando li Sterne, ele me pareceu alguém que estivesse imitando Machado de Assis. Sem as rabugens de pessimismo, é claro. O engraçado é que Sterne usa recursos estilísticos que alguns pensam que os escritores do século XX é que os teriam inventado: o uso e abuso da digressão, páginas pontilhadas de reticências, o fluxo de consciência. É um livro supreendente em muitos aspectos.
Sérgio: alguns “extras” para a sua leitura do Tristam: http://books.google.com/books?id=QKoOBXQZAMoC
Sim, Tibor. Claro. Vou começar lhe enviando alguns do Vianco.:-)
E aquela página toda preta? Um recurso bem vanguarda do início do século XX.
Sim, um recurso de vanguarda do século XX usado no século XVIII. Quem se impressiona com as vanguardas são aqueles que desconhecem a variedade de recursos já empregados pela tradição literária.
Cara Ilda Maria de Castro, não existe “gratuidade”, a conta (no caso, a passagem) é paga pelo trabalhador mais humilde, que é quem anda de ônibus. E veja bem, os filhos dos trabalhadores vão pros seus colégios caindo aos pedaços a pé, portanto, quem se beneficia da “gratuidade” são os filhos da classe média. Esta é uma maneira perversa de “distribuição de renda”: do mais fodido para o menos afortunado. È preciso criar um meio mais justo de subsidiar o transporte escolar. E quanto aos velhinhos, eles não deviam sair por aí sacolejando em ônibus interestaduais fedorentos, às custas também dos trabalhadores menos favorecidos, a gratuidade devia ser nos aviões, assim a viagem seria mais confortável e segura, e a conta seria paga pelos usuários deste blog e outros afortunados que freqüentam aeroportos, não rodoviárias.
Sérgio,
Tem a tradução do Tristam Shandy, o filho da interrupção, pelo José Paulo Paes.
Você deve saber. Já sei, quis ler o original.
Tá certo.
Felizmente quando a era Gutemberg acabar eu estarei morta.
Se não eu corto os pulsos.
Sem sublinhar com o lápís, lápis de cera amarelo ou o que estiver pela frente?
Só best-seller ou escritor ruim.
Rafael e Bernardo, o que são aqueles desenhos do capitulo XL, livro VI?
Em abril na ABL (http://www.academia.org.br)
2º Ciclo de Conferências: “110 anos de Literatura Brasileira I”
Coordenação: Domício Proença Filho
3/4 – Marisa Lajolo: “O romance e a construção do imaginário brasileiro”
10/4 – Ivan Junqueira: “Tendências da poesia brasileira”
17/4 – Marco Lucchesi: “Tendências do conto brasileiro”
24/4 – Leticia Malard: “Percursos da crítica brasileira”
Em maio:
3º Ciclo de Conferências: “110 Anos de Literatura Brasileira II”
Coordenação: Domício Proença Filho
8/5 – José Castello: “A crônica: um gênero brasileiro?”
15/5 – Laura Sandroni: “A literatura infanto-juvenil no Brasil”
22/5 – João Roberto Faria: “O teatro na cena cultural brasileira – 1897/1950”
29/5 – Bárbara Heliodora: “O teatro na cena cultural brasileira – 1950/2007”
A edição da Arden para o Shakespeare é aparentemente a melhor, inclusive é a que o Harold Bloom recomenda.
Sempre quis comprar livros pela Amazon.com mas nunca tive coragem. Acabo comprando pela Cultura, que nem sempre tem tudo que eu quero (embora seja excelente).
Alguém pode me dizer qual é o caminho das pedras? O frete, por exemplo, não encarece a compra?
Nunca comprei livros pela Amazon, infelizmente, não posso te explicar.
Meu momento bundão pedante:
Prefiro as obras completas de grandes autores publicadas pela Bibliothèque de la Pléiade. Papel bíblia, capa dura. En français, bien sûr.
Pronto, pronto, já passou: vou voltar à minha feijoada em lata Swift, minha farinha de milho e meu suco de caju dos mais baratos.
Paulo (outro Paulo): se você quiser comprar Shakespeare em diversos volumes, a edição da Arden goza de excelente reputação. Na versão em um volume só, que era o que eu buscava, não.
Tá certo, Saint-Clair: da próxima vez compro Shakespeare, Sterne e Chandler em francês.
Luiz André: o frete encarece sim, mas não a ponto de inviabilizar a coisa. Recomendo entrar lá, escolher, mandar calcular. Se algo lhe parecer errado, não faltam oportunidades de desistir com um clique e sair de mãos abanando.
Como parece sugerir o exaltado Carioca logo ali acima, confesso que tenho tentado me esforçar e praticar alguma ação pró-ativa. Respiro fundo, encho meus pulmões de civilidade, nostalgia e idealismo, digo não à comodidade e à praticidade (essas duas chagas dos tempos pós-modernos) e corro às livrarias de rua tentar procurar os títulos que desejo.
Invariavelmente, porém, não encontro o que procuro. E olha que o que tenho buscado não é nada sofisticado nem ultra-contemporâneo, nada de Zadie Smiths ou Foster Wallaces. Coisas clássicas mesmo, daquelas que, como o Sérgio diz, serviriam para tampar certas lacunas de formação. E que nem mesmo estas as benditas livrarias conseguem me oferecer.
Mesmo flexibilizando meu idealismo e cedendo à opção das redes de grife e das mega-stores, a decepção continua firme. Começo deste ano fui à FNAC da Paulista trocar um vale-presente de amigo-secreto. Procurei McEwan e nada. Pulei pro Saul Bellow, nada também. Necas de Phillip Roth. Nem mesmo Capote eles tinham. Achei um único (único!!) exemplar desta nova edição do Proust, e agarrei nele sem pestanejar. Dureza. Não o Proust, que é ótimo, mas a livraria, claro.
Veja bem, não chego nem a mencionar a concorrência de preço e as facilidades de pagamento. Minha decepção emperra o processo de compra já na fase preliminar da busca pelo título. Por mais vontade que eu tenha (e ela é sincera, juro) de privilegiar as livrarias “concretas”, o que a experiência tem me dito é que, se você já tem um título em mente, é simplesmente uma perda de tempo, paciência, gasolina e estacionamento, abrir mão das livrarias on-line.
Eu amo estar numa livraria. Como parece ser o caso de muitos aqui, amo caminhar sem destino por entre as prateleiras, amo observar os outros frequentadores e suas caretas estranhas de leitores fodões, amo fuçar em novas edições e aproveitar para ler prefácios e extras diferentes. Amo banca de jornal, que dirá uma livraria. E, por isso mesmo, me sinto sinceramente decepcionado de, incontáveis vezes, simplesmente não conseguir retribuir esse amor comprando um livro nas ditas-cujas. Principalmente porque fico com o sentimento de que esses lugares não vão longe sendo simplesmente um espaço turístico para espécimes cada vez mais exóticas. Espero estar errado, espero muito que o business plan deles continue fazendo que os cappucinos banquem as estantes. Mas não sei.
Eu, que nutro ainda aquele sonho juvenil de virar a mesa e abrir uma livraria, já começo a pensar o quanto isso é literalmente um sonho juvenil, ou melhor, uma aposta de maluco romântico.
Uma pena.
Acaso não seria Tristram, e não Tristam, o pré-nome do gentleman?
a sensação de receber livros é mesmo muito boa. para mim, um viciado/compulsivo, é uma sensação necessária. acabei de fechar um pedido salgadinho numa loja brasileira, com algumas coisas meio que obrigatórias também. e sei que quando o pacote chegar, me verei perdido, folheando todos ao mesmo tempo.
João Marcos,
Tristão, mas isso acontece.
Sérgio: vai ser uma experiência ruim – esses autores, em francês, ficam péssimos (particularmente o Shakespeare). Melhor lê-los em inglês mesmo. Me lembro de que li a autobiografia do Reinaldo Arenas em francês e achei tão estranho. O mesmo aconteceu com “A rainha dos cárceres da Grécia”, do Osman Lins, que eu não achava de jeito nenhum em português. Acho que foi a minha experiência literária mais bizarra: ler um romance brasileiro em tradução francesa. Never more.
Machado de Assis foi um que não deu sorte: as traduções dos seus livros em francês são terríveis! Acho que é por isso que sua obra não tem nenhuma projeção na França.
Valeu, Sérgio, pela força. Vou arriscar no Amazon. Valeu também, Saint-Clair.
Cláudio, agradeço a oferta dos livros do Vianco. Pode mandar. Troco todos no Sebo por livros melhores. Eu tenho uma fórmula bastante satisfatória de jamais entulhar minhas prateleiras. Não tenho mais que 10 livros guardados. Cada vez que compro um, me desfaço de outro. Mínimos, Múltiplos, Comuns do Noll é um que está indo pras mãos do Saint-Clair.
Cláudio,
Minha edição do Tristam Shandy está em casa (agora estou no trabalho). Vou conferir as gravuras e amanhã, se ninguém o fizer antes, digo o que significam.
João Marcos,
O nome correto é mesmo Tristram Shandy. Alguns tradutores costumam a aportuguesá-lo para Tristão. Tristam é errado.
E eu, que, como diria Terêncio, homo sum, escrevi Tristram erradamente em vários comentários meus. Mea culpa.
Concordo com o Tibor em um comentário láaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa em cima…
Tenho um imenso prazer de vasculhar as pateleiras, tocar nos livros, conhecer obras e autores ali mesmo, sentir o cheiro de poeira e mofo, e claro, se estiver em conta, gasto uns contos no livro, ou vai no cartão de crédito mesmo, parcelado infinitaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaas vezes… senão, volto para casa, procuro na net, de preferência com frete grátis e compro… também no cartão, porque dinheiro na mão é uma raridade…
Abraços…
Vocês conhecem a estantevirtual.com.br ?
É um buscapé de sebos…
Claúdio, faz tempo que não pego no livro. Vou conferir as ilustrações quando chegar em casa.
Ninguém fala mais nada?
Tadinho do Tibor… está carente.
Com o matusalém aqui, quer dizer, mausoléu, ninguém fica carente.
teste
É. O Saint-Clair não percebeu a ironia do Sérgio.
O Tibor está é com raiva de o mausoléu ter batido o recorde dele.
É isso, Clarice. Até mudei meu nick.
Fico imaginando o impacto sobre o mercado editorial brasileiro da Amazon (ou de casas como a Livraria Cultura) mais o dólar relativamente barato mais o número crescente de pessoas lendo em inglês.
O preço final de um edição paperback de um romance contemporâneo muitas vezes é o equivalente de uma eventual edição brasileira. Por vezes mais barato.
Pena que isso não seja verdade para muitas das publicações em língua espanhola.
Sérgio,
Curto na livraria real o seguinte: chego na Saraiva, escolho um volume mais fino (de preferência de contos ou poesia, os gêneros à feição para isso), sento na sofazinho e devoro o livro, enquanto minha mulher roda o shopping. Este ano já li seis desse jeito…. Três, mais volumosos, em duas tacadas (marco a página com um cartãozinho). Sei que quando voltar, uns 10 dias depois, aquele livro estará lá, porque nunca é best-seller…rsssss….
O problema maior das livrarias reais é o preço altíssimo. Então, quase que se é obrigado mesmo a fazer umas comprinhas de vezemquando nas virtuais.
Agora, minha expectativa quanto as vendedores é que eles simplemente me ignorem, me deixem a vontade pra fuçar as estantes. Não quero atendente que saiba literatura não (o que é praticamente impossível mesmo, principalmente nas grandes redes).
Pô Cezar, será que foi você que (até) sublinhou o exemplar de “O Jogo da Amarelinha” que comprei na Saraiva do Centro do Rio? Só fui ver em casa. O cara leu e ainda por cima sublinhou (a lápis, ufa) o livro 🙂
Projeto Laboratório do Escritor inicia temporada 2007 com Lya Luft, amanhã no CCBB Rio. 18h30. Até lá!
Laboratório do Escritor
Centro Cultural Banco do Brasil – Rio de Janeiro
Endereço: Rua Primeiro de Março, 66 – Centro
Informações: (21) 3808-2020
E-mail: ccbbrio@bb.com.br
Adoro livrarias, mas não essas tipo mega.
A Argumento, no Leblon é uma delícia. A St. Mark´s, em Nova Iorque também é bem simpática. A Starnd(também em NY) eu já não gosto muito porque apesar de ter muitos livros, o que é bom, é muito desconfortável – inclusive visualmente- e cheia de gente. Os preços, no entanto são muito convidativos, por isso vive cheia. Vale a pena encher a mala com livros improváveis. Não paga frete, só a passagem!
Pequeno Nematelminto Solitário:
O Saint-Clair percebeu, sim, a ironia do Sérgio (Rodrigues). Acontece que algumas vezes não se ganha nada respondendo na mesma moeda, vamos ficar nós dois, um de cada lado, trocando ironias vazias – aliás, recentemente nós vimos dois Nomes Fodões das Letras Pátrias fazendo isso por aqui. Não sei quanto a vocês, mas ver uma coisa dessas deixou um gosto meio amargo em minha boca (e, não, não foi de esperma, conheço o sabor pra saber que é diferente).
Outra coisa: o Saint-Clair demorou a comentar porque o Saint-Clair, sabe, trabalha. Afinal, ele gosta muito de feijoada em lata Swift e farinha de milho pra viver só coçando o saco.
P.s.: Embora não precise (te) provar nada, o Tibor pode servir como testemunha de que eu havia percebido a ironia do Nosso Líder (não, não é o Lula, é o Sérgio), porque cheguei a comentar com ele e ele achou que não tinha nada a ver.
Felizmente para todos sou um ilustre desconhecido que, ademais, gosta muito do Sérgio para ficar por muito tempo incomodado com uma palmada. Tapinha de amor não dói, não sei se você sabe. Até serve pra apimentar a relação…
Comprando na Amazon não há risco de o livrou ou o DVD ficarem retidos na Alfândega e termos que pagar um imposto de importação absurdo?
Alguém pode esclarecer?
Eu só ainda não comprei na Amazon porque não gosto de cartões de crédito. E ainda não descobri o ‘SWIFT number’ do Banco do Brasil… Mas tenho minha listinha lá, aguardando.
Acho que vai tudo virar do avesso *mesmo* quando entrar o epaper bem desenvolvido.
Saint-Clair, acredite: não era provocação, nem incitação. Eu realmente achei que você não tivesse entendido a ironia, era só isso. E, de fato, você não tem que me provar nada. Peço desculpas pelo mal-entendido.
Que feio Cezar. Sublinhando livro na livraria.
Vou devolver os livros da Elvira Vigna para o Saint-Clair sem ler. É livro para sublinhar. Vou comprar.
Faz isso não, Cezar. A Saraiva é uma boa livraria.
Cláudio, você só comprou o Jogo agora?
Que feio. O meu tem mais de 20 anos.
Pequeno Nematelminto Solitário: não precisa pedir desculpas. Estou no “modo defensivo” ultimamente aqui no TodoProsa, por causa das últimas pedradas que andaram me dando, mas sou um cara gente boa. Meiguinho, meiguinho.
Clara, a Strand é fantástica. Os preços são tão convidativos que agora, de volta ao Brasil, vejo que, no afã de aproveitar as ofertas, ousei demais e fui além do que meu inglês-de-IBEU permite. Não sei se conseguirei encarar as obras-primas que comprei no original.
Claudio Soares e Clarice,
Não sublinho livro da livraria não. Tá bem explicado no meu comentário: marco a página com um cartãozinho de visita. Só sublinho livros que me pertencem e só a lápis, ok?
Clarice,
tem mais, eu COMPRO na livraria também… não fico só filando leitura não, certo?
Compro livro ( mais recente foi “O pálido olho azul”, do Bayard), compro CD (o mais recente foi o lançamento do Sonny Rollins) e tomo o expresso da Saraiva… Portanto, sou um cliente interessante, apesar de filar um pouquinho de leitura…
Saint-Clair Stockler é um sujeito constrangedor. Só isso.
Cézar: meu comentário foi só de brincadeira. Mas, a história do “Jogo da Amarelinha sublinhado” é verdadeira. E agradeço ao leitor sublinhador pois me deu uma idéia interessante que trouxe para o meu romance.
Os meus livros eu sublinho (O Horror! O Horror!) a caneta mesmo. 🙂
Clarice: Aconteceu há uns 2 anos (já havia lido o exemplar da Biblioteca da Tijuca). E segundo o Cortázar eu deveria ter esperado mais uns 20 anos. Ele dizia que se supreendia com o sucesso do livro (que foi escrito para cinquentôes) no meio da garotada. Vai entender…
Mas, o livro é bom demais. Inesgotável. Dizem, inspirado em Macedônio.
“Tudo pelo simples fato de você misturar as realidades e as recordações de um modo extremamente não-euclideano.” (Capítulo 56)
Essa era a frase sublinhada.
Ah, sim… as pessoas aqui umas voando na jugular das outras por pequenos detalhes, discutindo questões de somenos importância, e é justamente o coitado do Saint-Clair Stockler que é “um sujeito constrangedor, só isso”. Pois sim. Eu diria que Saint-Clair Stockler é um sujeito fascinante, nem um pouco comprometido em sair bem na foto, com ou ao lado de A ou B. Acho que vocês ainda não entenderam que sou do tipo que perde o amigo mas não perde a piada. Aliás, acho que tem gente demais por aqui me levando a sério… O que é um erro genético do brasileiro: tudo é sério demais, solene demais, pesado demais, hermético demais (claro está que pra esconder a absoluta vacuidade de tudo, pois conteúdo é o que não há). Pomposo. O adjetivo é esse: o que tem de gente pomposa por aí não tá no gibi.
Graças aos deuses tenho inteligência e personalidade, não preciso ficar puxando saco de A ou B pra ser publicado, pra receber notinha elogiosa no jornal, pra ser convidado pra um Projeto seja lá qual for. Tem muita gente aqui querendo (mas não conseguindo) fazer de seus comentários uma vitrine. Não é o meu caso. Quando eu quis leitores, fui lá e botei o meu livro na Internet, pra quem quisesse ler DE GRAÇA.
Tem gente que não gosta do meu humor negro? Tant pis. Problema de vocês. Enquanto a Internet for um espaço aberto a qualquer um, vou estar por aí, fazendo meus comentários doa a quem doer. Uma coisa eu lhes asseguro: tenho conhecimento suficiente sobre Literatura pra saber que não estou falando merda, o que elimina mais ou menos 77.13% das pessoas que vêm dar por aqui o seu pitaco.
Putz, Saint-Clair,
Como chegaste a esse porcentual?
alguma máquina (digital, claro) de aferir falsos literatos? rsssss…..
Cláudio,
Sobre as gravuras de Sterne.
Ontem, fui conferir as gravuras. São várias linhas, cheias de curvas para cima e para baixo. Elas se parecem com aqueles gráficos e seus altos e baixos. Sterne, cujo estilo é um interminável zigzag, estava prometendo ao leitor que pararia de dar voltas e que começaria a narrar linearmente, numa linha reta. Tendo embora prometido que iria contar sua história numa linha reta, o narrador antes resolveu ilustrar graficamente o andamento da sua narrativa até então. Cada linha representa um capítulo do seu livro e as curvas para cima e para baixo representam as idas e vindas da história. Lembra quando Brás Cubas compara o estilo das Memórias Póstumas ao andar cambaleante dos ébrios? Digamos que o estilo do Tristram Shandy tomou algumas doses a mais.
Não sei se consegui ser claro.
Cezar, quem me deu esta informação em primeiríssima mão foi o Lúcio Nareba. É coisa altamente complexa, envolve cálculo diferencial & quetais…
Claríssimo, Rafael. Se não fosse tão caro o “Tristram Shandy”… Ai ai ai.
Falando em Lúcio Nareba, ele ligou lá em casa perguntando se eu empresto pra ele o livro Fome de Knut Hamsun… ei, acho que isso é assunto pro post lá de cima 🙂
Tibor: ligou a cobrar, aposto.
Rafael: sua explicação foi ótima. Muito obrigado. Sensacional a sacação do Sterne. O desenho funciona então qs como um diagrama do processo.
“O senão do livro”. Lembro sim do Machado (cinicamente) sabendo nitidamente que criava uma “Obra Prima”, tecendo comentários “pejorativos” em relação ao seu próprio estilo.
2 últimos comentários (lições) extraídos do “Memórias”:
“O melhor prólogo é o que contém
menos cousas, ou o que as diz de um jeito obscuro e truncado.”
e
“Capítulos compridos quadram melhor a leitores pesadões; e nós não somos um público in-folio, mas in-12, pouco texto, larga margem, tipo elegante, corte dourado e vinhetas. . . principalmente vinhetas. . .”
Isso, a cobrar. Como é que você adivinhou, einh, Saint?
Glub. Nunca mais faço brincadeira com ninguém.
Desculpe Cezar.
Quanto as linhas… deixa para lá.
Cláudio,
Eu gostei do Rayuela cedo por que sempre me interessei por filosofia. Era a minha segunda opção. Fiquei com a terceira opção: Literatura.
Ah, é simples: típico do Nareba, isso.
Clarice: muito boa escolha, por sinal. Aproveitando: Saint-Clair, Tibor, Clarice vendo esse vídeo não pude deixar de pensar em vocês. Uma homenagem à amizade (que nasce dos livros): http://www.youtube.com/watch?v=h4FmeNemBPg
Saint-Clair,
O Tristram Shandy não é tão caro assim. No site da Livraria Cultura, pode-se comprar um exemplar da editora Random House por R$ 31,76. A minha edição, que é da Oxford Classics, com estudo crítico e notas explicativas, está custando R$ 42,29.
Evidentemente, há edições mais caras, encadernadas em capa dura, que servem para embelezar a estante.
Saint-Clair,
“Pequenos detalhes”?
Você está sendo condescendente.
Estamos nos estranhando ou os bastidores estão cheios.
Eu não venho aqui com 2ªs ou 3ªs intenções. Nunca vou publicar ficção.
O que eu tenho é sobre outro assunto e já está encaminhado.
Saint-Clair,
Posso te emprestar o Tristram…
Cláudio, envaidecido pela homenagem. Sério. Mas dispenso os beijos. Thank’s. 🙂
Vamos acalmar os animos? 🙂
Os beijos ficam por conta do SPNTR. 🙂
Que catzo é isso?
Cláudio,
Como é que você sabia que eu gosto dessa música?
Obrigada. Vamos esfriar mesmo que é o melhor.
Puxa Cláudio! O eé para a gente cair no choro de saudade de Paris… Monmartre, Sena, as estações de Metro arr-deco, bois de boulogne..
Fez efeito tá?
Tô aqui chorando.
Valeu.
Clarice: confesso que eu tb corri na Vivienne. 🙂
SPNTR=Sixpence None The Richer
Tento encontrar essa beleza mítica de Paris aqui no Rio. Sei que ela existe aqui tb, em algum lugar (tlvz em nossa memória). Continuarei tentando…
Escrevi tudo errado. Fiquei realmente com saudade.
É Cláudio. Mas como ficamos mais perto do Brasil quando longe.
Não aceitava que ninguém falasse mal. Defendia tudo.
Duas vezes ouvi Garota de Ipanema e fiquei toda arrepiada.
Fora correr para o Banco do Brasil para ler o que está acontecendo.
Rafael:
é que eu não leio em inglês, portanto teria de comprar a tradução brasileira. Sai bem mais caro.
Clarice:
Eu aceito!!!
Rafael, Saint-Clair…
Pra vcs verem que loucura, o Tristram Shandy em português (Cia das Letras, tradução do José Paulo Paes), no sitio da Fnac, tá a 69 paus…
É verdade, Cezar. Os livros em inglês, mesmo tendo que vencer os sete mares para chegar aqui, ainda assim são muito mais baratos que os brasileiros. A Penguin Classics, a Oxford, a Dover, estas editoras publicam livros a preço de banana. Um exemplo: o meu exemplar do Dubliners de James Joyce paguei R$ 7,00! Tudo bem, verdade seja dita, o papel é de baixíssima qualidade. Mas são apenas sete reais. Qualquer porcaria com traças e machas de gordura não sai, num sebo, por menos de vinte reais.
Saint-Clair, esqueça o francês e aprenda o inglês imediatamente. Os livros da Plêiade custam os olhos da cara. Seu bolso agradecerá.
Eu te empresto Saint-Clair. A tradução do José Paulo Paes dispensa elogios.
Rafael,
Mas tem os livros de bolso franceses que são ótimos. Tenho velhos e não dispencaram como os da defunta Ediouro.
Eu comprei o meu Shandy no sebo. Tava novinho, primeira edição. KKkkk
Bem… não foi à toa que a Ediouro faleceu. A encardenação era uma porcaria, as traduções (salvo exceções), medonhas e os prefácios, fraquíssimos.
Que nada a Ediouro comprou a Agir e a Nova Fronteira. Não fazem mais aquele horror. E só agora o Brasil descobre os livros de bolso.
Tamos avançando. Um dia a gente chega lá.
Se aparecer escritor bom seria melhor ainda.
Se aparecesse escritor…
Prefiro as livrarias digitais, sinceramente. E não gosto muito de sebos. Que leitor…
Ah, Clarice, grande vantagem as editoras estarem descobrindo agora os livros de bolso! Veja só: os preços dos livros “de bolso” da Cia das Letras e da Nova Fronteira são quase o mesmos de um livro “normal”. Livro de bolso acima de 15 reais não é livro de bolso, me desculpa. Livro de bolso bom é de 10 pratas pra baixo. A própria L&PM, que publica os melhores livros do bolso do país, já percebeu que os preços dos seus estão muito elevados – por isso lançou aquela série “Plus”, cujos livros custam 6 reais.
SOU FÃ DO SAINT CLAIR! Criaria uma comunidade no Orkut, se soubesse fazer isso…