Aqui vai um joguinho divertido para bons leitores (e cinéfilos também): numa galeria de 36 personagens famosos da literatura, com limitação de tempo, em quantos casos você consegue identificar os autores?
Como a escolha dos nomes que participam da brincadeira é decididamente mainstream, a maioria dos personagens já foi parar no cinema, o que pode facilitar a tarefa ou não. Quem, não sendo um bom leitor, presta atenção no nome do escritor em cuja obra o filme se baseou?
A propósito, caso alguém esteja interessado: acertei 28 antes que se acabasse o tempo. Nota 7,7 – podia ser pior.
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Achei surpreendente essa lista (em inglês) de escritores que atuaram como atores em filmes, preparada pelo “The Millions”. A carreira de Norman Mailer na tela grande é notória, certo. Eu também já tinha ouvido falar vagamente da atuação de um adolescente Martin Amis em certo filme inglês dos anos 1960, embora não fizesse ideia de que ele precisou ser dublado por uma menina (!). Mas a maioria foi novidade para mim. Tem coisas que só o Pop de Sexta faz por você.
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Foi excelente a conversa do americano John Freeman, editor da “Granta”, com Paulo Roberto Pires, editor da “serrote”, mediada por Arthur Dapieve, editor de não-ficção da Objetiva, quarta-feira à noite no Instituto Moreira Salles do Rio. Freeman soou sincero – embora, óbvio, a declaração fosse também diplomaticamente correta diante da plateia brasileira – ao dizer que a literatura de língua inglesa anda tão dominante no terceiro milênio que provoca um “desequilíbrio ecológico”. O que é prejudicial não só às espécies que ela sufoca, mas no fim das contas a si mesma, por mantê-la artificialmente blindada contra a polinização cruzada que sempre grassou nas letras universais e que fez, por exemplo, Gabriel García Márquez brotar de William Faulkner e dar origem a Salman Rushdie. Convém ficar de olho no vídeo da conversa, por enquanto indisponível online. (Atualização às 15h30: não houve gravação em vídeo, infelizmente, mas em áudio, sim. Convém então ficar de ouvido ligado na Rádio Batuta, no site do IMS.)
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Acabam de se encerrar as inscrições para o II Concurso Todoprosa de Microcontos para Twitter. Agradeço a participação maciça dos leitores, que mais uma vez compareceram com mais de 600 histórias. Diante do bom nível médio, o júri de um homem só – eu mesmo – vai ter mais trabalho do que imaginava. O resultado sai aqui na segunda.
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Bom fim de semana a todos.
2 Comentários
Muito interessante a parte dos escritores atuando. Outros casos de que me lembro:
– Evelyn Waugh: http://thebioscope.net/2008/07/01/pen-and-pictures-no-4-evelyn-waugh/
– Bernard Shaw e Chesterton: http://thebioscope.net/2008/05/30/pen-and-pictures-no-3-jm-barrie/
– Borges em ‘O Homem da Esquina Rosada’: http://desmond.imageshack.us/Himg850/scaled.php?server=850&filename=borgesq.jpg&res=landing
– John Steinbeck: http://www.youtube.com/watch?v=0rpDP0ciGj8
– Raymond Chandler: http://www.youtube.com/watch?v=vN9THMXxndw
– Raymond Queneau: http://www.youtube.com/watch?v=11UVgI1XXpY
– Arthur C. Clarke: http://www.coseti.org/whitehs1.htm
– Dorothy Parker: http://www.imdb.com/title/tt0035279/board/thread/51978407
Caro Silvio, legal a sua lista. Mesmo sendo meio forçado chamar ‘cameo’ à la Hitchcock de atuação, enriqueceu muito o tópico “escritores no cinema”. Obrigado e um abraço.