O repórter Wilson Tosta conta no “Estadão” deste fim de semana que, segundo números do IBGE, a presença da internet avança no Brasil enquanto encolhe a das livrarias. A parcela de municípios servidos por provedores de acesso à rede passou de 16,4%, em 1999, para 46%, em 2005. Já a de cidades que têm pelo menos uma livraria encolheu, no mesmo período, de 35,5% para 30,93%. O levantamento traz notícias de outros altos e baixos da paisagem cultural brasileira, do bom desempenho das bibliotecas públicas ao panorama desolador das salas de cinema. Acesso livre ao texto aqui.
12 Comentários
notícia boa, notícia triste…
alguém leu o Vinícius Jatobá no Portal Literal? ele diz que o milton hatoum tem “o ultrapassado gosto, hoje praticamente relegado, pelo enredo e estórias bem contadas.”. pelo menos um! pelo menos um! Então nem tudo está perdido… porque os nossos “escritores” gostam mesmo é da “acumulação raivosa de referências cruzadas, na saturação de signos gráficos e tendências de consumo…” deus nos livre e guarde.
Sérgio,
uma coisa que tenho notado em minhas idas aí para o Rio é o crescimento do número de boas livrarias. A Argumento abriu filial em Copa e a Travessa tá indo pro Leblon também. Estaria o nosso querido Rio na contra-mão desse país iletrado?
Cisco, o texto de Jatobá é tão chato, burocrático (e muito mal escrito, eu diria) quanto o livro “vencedor” de Hatoum. Pão ou pães, é questão de opiniães…
Primeiro: cultura web me parece inferior à cultura impressa, pois tem de tudo. Excesso. Coisa como “Elefante passal mal por dormir muito”. Coisa inútil. Pouca literatura. Se bem que tem muita literatura por ai que não merece nem destaque.
Segundo: por que tantas críticas ao Hatoum. O cara manja muito. Demonstra domínio na escrita.
Bem, web ou não, eu não largo o livro
Todo dia a internet mata o livro. Nem o Jason foi assassinado tantas vezes.
O problema não são as poucas livrarias, mas os poucos e pobres leitores. Livro não perde leitor para a internet, perde para o condomínio, para o bar, para o iogurte. Como se não bastasse, a preguiça rouba o restante.
Durma-se com um silêncio destes.
Parece que as charretes e as parteiras também vêm perdendo espaço.
A TURNÊ DO FIM DO MUNDO! ESSA INTERNET TÁ ACABANDO COM TUDO!
É possível e aliás bem provável que ambos os fenômenos (o crescimento da internet e a rarefação de livrarias) estejam diretamente relacionados como causa e efeito, em função das livrarias virtuais.
Quanto ao Hatoum, vou experimentar logo logo. Espero que surpreenda e não me despeje aquela mesma tenebrosa chatice da sua coluna na EntreLivros.
O Brasil ter poucas livrarias nunca foi novidade. A população não freqüentar as poucas livrarias que há também nunca foi. Mas ainda não calou a versão literária do segredo de Tostines: os livros são caros porque o povo não lê ou o povo não lê porque os livros são caros?
Claro que se perguntarem isso a um editor ele retrucará “caro comparado com o quê?”. Ora, caro comparado com quanto o brasileiro ganha…
Esse argumento do preço é complicado: se fosse por isso que o brasileiro não lê, os pockets venderiam milhões de unidades, e não milhares.
Uma “boa” notícia.
Minha cidade, com 50.000 habitantes acaba de ganhar sua primeira livraria, uma filial da PARALER de Ribeirão Preto…
Agora as “más”…
Temos: 6 grandes pitçarias, 3 churrascarias, 10 agencias bancárias, 3 motéis (risca essa, que é boa), 296 botecos, 16 lanchonetes, 9 restaurantes…
Por outro lado, a quantidade de lojas de supermercados que implanta seções de livros é cada vez maior. Hipers que mantém stands fartos (pelo menos em quantidade) e pequenas lojas que abrigam um ou outro mostruário giratório. Hoje mesmo, fiz compras numa que possuia meio-mundo de títulos da coleção LPM Pocket. Coisas finíssimas, como Oscar Wilde, Poe, Conrad, a R$-7,90, podem ser adquiridas num espaço entre o sabão de côco e o óleo de soja.
Torçamos para que vingue.