Em seus escritos, Coelho, que é católico – embora afirme “não beijar a mão do Papa, com certeza” – se apresenta como um explorador de mistérios e um sábio, um híbrido de Carlos Castaneda e Khalil Gibran.
Não tem nada de muito revelador para os leitores brasileiros o correto perfil de oito páginas de Paulo Coelho que a jornalista e poeta Dana Goodyear assina na “New Yorker” desta semana – a reportagem não está disponível no site da revista, mas pode ser baixada em pdf aqui, no pé da página. A chamada é provocante: “Cem milhões de leitores podem estar errados?” Bem, há controvérsias. Indiscutível é o momento mágico que vive o Mago. Todo esse cartaz na bíblia dos intelectuais de nariz em pé se soma ao seu antológico artigo em defesa da liberdade editorial publicado na “Folha” de ontem (só para assinantes) para fazer desta uma espécie de Semana Paulo Coelho.
61 Comentários
Eu já ia falar do artigo por aqui.. continuo achando a literatura dele uma porcaria, mas meu respeito cresceu um tanto. Principalmente porque o país todo SE CALOU no caso RC. Todo mundo noticiou, é óbvio, mas ninguém botou o dedo na ferida além do Coelho, que alfinetou até o próprio editor. E citou até a porrada que levou do Jerônimo, sem guardar rancores.
Belo texto.
ma
Nunca pensei que um dia iria concordar com o Paulo Coelho…
O artigo de Dana Goodyear é um dos “perfis” que The New Yorker publica sobre figuras que estão na crista da onda no momento. Paulo Coelho, que até agora não tinha realmente conseguido entrar no grande mercado americano, parece estar fazendo um esforço neste sentido. E pode ter sucesso, embora sua religiosidade meio tradicional possa ser empecilho. O artigo dá ênfase a características meio folclóricas do autor: Cristina é sua quarta (e última) mulher, ele tem uma tatuagem no braço esquerdo, tem a superstição do número 13, nunca usa a palavra “último”, mas tem um relógio novo, etc. De qualquer maneira, o artigo é boa apresentação, dentro da ironia comum ao The New Yorker, e fará com que muita gente vá conferir de que se trata. O elemento essencial, no caso, é o sucesso internacional do autor, não sua qualidade enquanto escritor. A autora do artigo vê nela mais um inexplicável fenômeno de popularidade do que algo que merece atenção pela qualidade.
Curiango, no geral você tem razão – embora Miss Goodyear se refira à prosa de PC como “despojada e boa de ler”. Fenômeno de popularidade, claro; inexplicável, não. O texto todo busca ser justamente uma explicação, e em grande parte consegue. Por isso chamei o perfil de “correto”. Se a “New Yorker” descobrisse em Paulo Coelho alguma notável qualidade literária, isso não seria nada “correto”. E eu não teria feito uma pequena nota, seria manchete do site.
Cem milhões podem estar errados? Podem, por aqui 58 milhões erraram umas duas vezes confundindo urna com pinico, compreensível…
Tem aquele ditado que diz assim: Toda unanimidade é burra… e completando, grande parte da humanidade também…
ainda bem que a semana está acabando. Desculpem, não li os artigos mencionados e não vou ler, tenho coisas mais interessantes a tratar, uma pilha de livros ao lado da cama, trabalho a fazer, cerveja a beber, enfim, a semana está acabando…
Eu prevejo que assim que saírem os filmes americanos baseados nos livros do Paulo Coelho (os que estão planejados), a carreira dele estoura por lá.
Ele escreve sobre o que todos querem ler. Dá o que pensar sobre nós mesmos. Juntemos leitores e leitura, veremos no que dá ou dará.
Pesquisas mais recentes descobriram que os cem milhões de leitores do Paulo Coelho, têm purê de batata no lugar do cerébro. Por isso não devem nunca abrir um forno para não ficar ao Zé do Pipo.
Tô com a macaca!
Roberto Carlos não me interessa, e Paulo Coelho raramente. Mas acabei de ler a matéria da Folha, publicada na íntegra em http://www.cbl.org.br/news.php?recid=4876, pra quem não é assinante, e concordo com o que o Paulo diz, principalmente a respeito da vida privada de pessoas públicas. Não entendo essa histeria quanto à “privacidade” e “vida pessoal” de quem vive exposto à mídia e ainda tem gosto por polêmica. O que será que RC faz de tão condenável entre suas 4 paredes que não pode ser conhecido? Quanto ao comportamento dos envolvidos em biografias de pessoas vivas não autorizadas, deveria existir um código de ética, não? O que eu compreendo é que RC não queira alguém ganhando dinheiro às suas custas, o que, de certa forma, é justo. Acho que o caso é lamentável e deveria ter havido um acordo prévio, o que imagino, deveria ter sido uma exigência da editora, caso essa mesma não estivesse tão ávida de lucro. Gente, vamos falar claro: tudo acaba em dinheiro.
Quando eu imaginava que ele estava sendo esquecido, vem novela da Globo, artigo na folha, na New York… tudoaomesmotempoagora…o cara é um magnífico “marketeiro”.
Se possui qualidade o que escreve? Pouco importa. Isso é um negócio, e tem que dar lucro. E não há nada de errado em ganhar dinheiro de forma honesta.
abrs,
è, “tudoaomesmotempoagora”… Esta frase dos Titãs tem uns bons 20 anos, mas é uma boa síntese de nossa época atual…
Será que o PC é “apenas” ator global na próxima novela das 6, ou o verdadeiro autor do texto, como já fez o Walcyr Carrasco em outra novela, com pseudônimo???
Ou a “supervisão do texto”, como faz o mesmo Walcyr em “O Profeta” ???
E quanto ao texto na Folha, é o melhor do PC que já li…
Há alguns anos, este que agora chama de covarde o coitado que escreveu este livro cassado, pipocou quando teve um livro editado no Irã. Não deu um pio sobre a tal da fatwa (uma condenação à morte, que pode ser levada a cabo por qualquer fanático) que paira – até hoje – sobre a cabeça do colega Rushdie, por este ter escrito e publicado um livro (Versos Satânicos). E nem foi no Irã. O responsável pelo blog bem que poderia relembrar o episódio para seus leitores. É para isso que ganha, certo?
A pergunta sobre cem milhões estarem errados é retórica pura. Claro que “milhões” podem estar errados: desde os fanatismos religiosos aos suicídios em massa nas Guianas passando pelos aderentes ao nazismo, etc etc. As massas humanas são manipuláveis como massa de pão e pizza – onde tudo acaba. E o “mago” atende as angústias existenciais de forma simplista, accessível, dando respostas que sejam a morte das perguntas para as pesoas tentarem se sentir “em paz”. Recomendo “Futuro de uma Ilusão”, quase centenário ensaio do velho e hoje vilipendiado Sigmund Freud sobre o que faz com que precisemos desesperadamente de religiões e misticismo para tentar enfrentar o desamparo humano frente à consciência de finitude, à natureza tsunamicamente adversa e – last but not least – ao seu “próximo”, ao seu semelhante que pode ser ainda mais ameaçador. Milhões se equivocam? Claro: e adoração o “mago” e ao “rei” funcionam como corolário da assertiva.
PC ganha milhões, escreve livro com uma rapidez incrível, já entrou pra Academia Brasileira de Letras, e já ganhou até o “respeito” de alguns acadêmicos…
Mas continua sendo um escritor quase medíocre (quase, porque precisa melhorar muito pra chegar a sê-lo). E ele sabe disso.
PC, apesar de milionário com esse negócio de livro, tem consciência de que é um mau escritor. Ele trai isso nas entrevistas e basta saber ler um pouquinho nas entrelinhas para perceber (sei que isso que estou falando é subjetivo, mas é assim mesmo…).
O que prova uma coisa: negócio é negócio, literatura é literatura. Às vezes os dois se encontram (por exemplo, John Grisham, que escreve literatura de entretenimento de altíssimo nível, elaborada, com pesquisa), na maioria das vezes não.
Quanto ao Roberto Carlos, a Noga foi no alvo: ele se emputeceu porque não está ganhando o dele com o livro. RC é um das pessoas mais ranzinzas e fominhas no Brasil, o que tenta esconder atrás de uma pretensa aura de carolice.
Primeiro, agradeço a Noga que colocou o link para que eu pudesse ler o tal do artigo.
Segundo: eu não consigo ler livro do Paulo Coelho (já tentei, de verdade), mas eu adoro o Paulo Coelho. Ou seja, não gosto do escritor, mas acho o homem muito bom.
Ele saiu do obscurantismo e construiu uma carreira exemplar, ganhando dinheiro, fama e prestígio mundial. Sempre foi discreto em relação à sua vida pessoal (apesar de escrever basicamente sobre “experiências pessoais”) e nunca ficou batendo boca com os críticos.
Agora, eu gosto ainda mais dele: veio a público para chamar o editor dele de imbecil (“o editor disse um disparate”, está no artigo dele). Ou seja, está usando a fama e o prestígio para defender a profissão dele e os escritores como um todo, quando a maioria se escondeu para “não arrumar briga com o patrão”, afinal, o editor é o patrão…Não para o Paulo Coelho. Adorei.
Me lembra o caso do Ayrton Senna: nos treinos antes da prova que o mataria, aconteceram vários acidentes, se não me engano, um acidente foi fatal. Eu falei para um amigo: se o Senna não fosse o marketeiro imbecil que é, tomaria a posição de líder (não só das provas, mas de líder dos pilotos) e se recussaria a correr nessa pista que, já mostrou, é insegura.
O que ocorreu? O cara que podia ir contra todos – porque era o melhor e a grande estrela – não foi. Deixou acontecer a corrida perigosa e morreu nela. Eu não verti nenhuma lágrima. Acho uma pena que ele tenha morrido tão novo, mas ele mesmo poderia ter evitado. Não evitou porque era, acima de tudo, um marketeiro.
O Paulo Coelho mostra, nesse artigo, que é marketeiro sim, mas sabe ocupar seu lugar de líder e reclamar quando colocam a sua profissão em risco.
o artigo do Paulo Coelho foi corajoso e importante. Parabéns para ele! acho esta discussão (a da censura ao livro do RC, o estranho acordo entre as partes, o comportamento dos juízes, a necessidade ou não de uma autorização prévia para se escrever uma biografia de uma figura pública) muito mais importante neste momento do que as escolhas literárias de cada um.
Estou com o Paulo Coelho e não abro mão. Roberto Carlos é pífio, a editora Planeta foi pífia e Paulo Cesar Araújo foi pífio. Banana pra eles.
Mas por que o cara faz tanta questão de ser considerado um literato? É tão vergonhoso ser um sucesso como autor de auto-ajuda esotérica? Ele está bem acompanhado nesta turma. Que coisa!
Não entendo a birra que as pessoas têm com o PC. O cara já tinha uma grana razoável que ganhou honestamente com suas composições antes de ser esse sucesso literário. Chamar o cara, pejorativamente, de marqueteiro só porque faz sucesso é demais. Querer que ele lutasse contra tradições islâmicas como o Fatwa só porque publicaram o livro dele no Irã me parece um absurdo. Deixe ele contar suas histórias! Pensem que uma hora que as pessoas gastem lendo um livro dele é uma hora a menos assistindo TV.
O pior é que não foram fatos que acontecerem entre quatro paredes que foram relatados na biografia: pelos trechos que eu li, foram fatos públicos e testemunhados, apesar de incômodos para o RC, como a amputação da perna, o casamento no México com uma desquitada e a morte da última mulher. Ele disse que se quisesse uma biografia ele mesmo escreveria. Imagino quantos fatos ele omitiria.
E tem a questão financeira também, o RC foi claro dizendo que só ele pode ganhar dinheiro com seu nome. A mesquinharia dele já foi revelada anos atrás: um fã criou um site excelente sobre o RC, com a intenção de homenageá-lo. Pois ele não quis saber e entrou na justiça para retirar o site do ar. O fã ficou tão desolado quanto o Paulo César Araújo com a proibição do livro.
Nunca entendi porque as pessoas tem tanta bronca do Paulo Coelho. Vc não gosta dos livros dele? Eu também não. E daí? O sujeito ganha seus (muito) trocados honestamente. E não incomoda ninguém.
(Pra dizer a verdade, me incomodava um tanto quando fazia aquelas letras babonas com o Raul Seixas, que neguinho insistia em tocar em bares e rádios ad nauseam na minha juventude. Graças ao bom deus esse tempo passou).
Quando se manifesta publicamente o faz com educação e, geralmente (como desta feita) com bom senso (e algum estilo).
Pedro, é verdade que ele nunca teve o mesmo sucesso nos EUA que em outras plagas. Mas seus mais recentes livros (não falei em últimos pra não levar uma dança da chuva na cabeça) venderam razoavelmente bem, sempre ocupam lugar de destaque nas prateleiras das Barnes and Noble e Borders da vida (o que, no mínimo, quer dizer que o establishment editorial continua a apostar nele).
O Paulo Coelho merece todos os aplausos pelo artigo. Ele toca, entre outros, num ponto fundamental: o limite da privacidade de uma figura pública. No caso do RC isso é muito curioso. Várias vezes ele abriu detalhes (ôps!) de sua vida privada ao público. Levou a imprensa à maternidade para mostrar o filho recém-nascido (tá lá no livro), foi com a Maria Rita ao programa da Hebe para comemorar sua suposta cura (tá no livro). Levou a mulher para cumprimentar o papa diante das câmeras. Enfim, não é razoável que ele, agora, venha defender sua suposta privacidade. Acho que a sua indignação tem motivos menos nobres, o de garantir leitores para sua biografia autorizada. Engraçado: será que esse futuro livro vai levar em conta as informações publicadas no “Roberto Carlos em detalhes”: Haverá notas de rodapé?
Tudo bem com as críticas acima. Apenas duas observações
a] a New Yorker nao deixa assessor de imprensa passar perto da porta.
b] Estive sim, no Irã, em 2001. Noticiado em todos os veículos brasileiros.
Abs
Nossa! O mago himself! Paulo, adorei duas coisas: a primeira, claro, sua presença simpática aqui nos comentários (será que o Roberto vem?). A segunda foi a informação de que assessor de imprensa não passa nem na porta da New Yorker: ainda resta esperança para a resenha honesta.
Bem, bem, bem… a babel de vozes que se levanta contra Paulo Coelho não vai se aproveitar dessa presença fugaz para fustigá-lo ainda mais? Ou se calarão constrangidos?
Esteve no Irã e não defendeu o escritor condenado por… escrever! Isso não é um desrespeito à profissão de escritor também?
Imagino Lélio Lebrão no Irã, gritando a plenos pulmões contra o regime e a liderança religiosa de Ali Khamenei. Hahahaha… faz-me rir.
Bem, eu não me proponho a ser líder de categoria profissional.
Aqui vai o link gratis para a matéria do New Yorker (em pdf)
http://www.paulocoelhoblog.com/
Está no final da página.
Abs
Não me consta ter lido em lugar nenhum que o Paulo Coelho esteja tentando ser líder de alguma coisa em algum lugar… será que preciso trocar os óculos?
Obrigado pelo link, Paulo, vou incorporá-lo à nota. E parabéns pelo artigo na Folha. Um abraço.
O supracitado Coelho termina seu artigo na Folha com as seguintes palavras:
“Mas não podia ficar calado, porque isso que aconteceu na 20a. Vara Criminal da Barra Funda me diz respeito, já que desrespeita minha profissão de escritor”
Pois é, no Irã ele se calou quanto a um fato muito mais grave com relação à sua profissão de escritor.
Aconteceu. Lamento por trazer à lembrança, mas se a pessoa que assina Paulo Coelho nestes comentários for o próprio (em internet nunca se sabe), poderia explicar. Não eu.
Paulo Coelho mandou bem (de novo) ao se manifestar na caixa de comentários. Parabéns.
Ah, tá. Agora ficou claro. Está lá mesmo. Em outras palavras o Paulo Coelho diz hipertextualmente que é o líder da porcada. Ao declarar-se escritor e sentir-se atingido no episódio RC x Biografia Não Autorizada, faz recair sobre seus ombros toda as mazelas que se praticam contra nossa nobre arte. Desculpa, gente, nem vou mais procurar os óculos.
Persigno-me diante dos comentários de Lélio Lebrão… Minha Santa Cabiria…
Nada a comentar, depois de tantos tiros n’água.
Prezados,
Sobre o artigo – ou a “polêmica” – em torno do Roberto Carlos:
1- Acharia estranho e polêmico se ele, o cantor, não tivesse o direito de entrar na Justiça;
2 – Acharia estranho (e polêmico), também, se ninguém pudesse ter o direito de discordar da atitude do cantor publicamente;
3 – Acharia estranho ninguém analisar numa caixa de comentários de um blog essas questões, e acharia mais estranho (e polêmico) ninguém criticar essas análises;
Viva a diversidade! (Não é disso de que se trata a democracia?)
Tá bom, tá certo discutirmos os limites da privacidade da figura pública do Roberto Carlos, mas vem cá, e o que tão fazendo com o Manuel Bandeira? Alguém sabia que o detentor dos direitos da obra do Bandeira fez com que um simples perfil publicado por uma editora (acho que Relume-Dumará, mas não tenho certeza) fosse recolhido das prateleiras?
Apareceu na net o pdf da bio do Roberto. Simples: ESPALHEM. O quanto puderem.
http://www.escriba.org/blog/2007/05/04/o-rei-e-o-mago/
Bactéria, o perfil do Bandeira, escrito por Paulo Polzonoff para a Relume Dumará, não foi recolhido das prateleiras. A tiragem saiu da gráfica, mas o livro não vai ser sequer lançado.
Pois é, Tibor, eu também não entendi o papo do Lebrão. O cara já me fez mais do que muito escritor insensado pelos inteluctuais brasileiros que por razões várias não abriram o bico sobre o episódio. Nunca li o PCoelho. Mas sei de fontes fidedignas que o cara é gente boa pra caramaba. Mandou bem, Paul the Rabbit. Acho que vou escrever a biografia dele.
Sérgio, a situação então é pior ainda.
Coerência é uma qualidade infelizmente rara entre aqueles que se tentam representar ou liderar. Lelio Lebrão somente nos lembrou que o senhor Coelho não é coerente…
Ah…Como não acredito muito em acasos que não sejam subjetivos, acabei de ver o senhor Coelho como garoto propaganda de nova novela da Globo. Seria tudo isso uma grande jogada de marketing.
Interrogação
Caramba, que discussão mesquinha! Como muito bem observou a Lucia Riff, Paulo Coelho escreveu um artigo correto, importante e corajoso na FSP — e isso é o que importa. Quantos outros acadêmicos, por exemplo, se manifestaram?!
Num momento em que o obscurantismo vem ganhando de goleada, e em que se considera “normal” cercear a circulação de livros, que diferença faz o que A, B ou C acham ou deixam de achar da obra de Paulo Coelho?!
Independentemente de qualquer julgamento de valor, ele é o mais conhecido dos autores brasileiros, e uma voz poderosa: nenhum outro escritor do país tem o número de leitores que ele tem. Simples assim.
Parabéns, Paulo, você mandou muito bem.
Caraaamba!!!
Lembrei agora de uma historinha interessante.
Coisa de uns 13, 14 anos atrás, dois repórteres e um ilustrador do finado e saudoso Notícias Polulares prepararam uma reportagem em série (devia ter mais de 10 capítulos) no estilo: “Rei Roberto, esta é sua vida”.
Entrevistaram quem deu entrevista, foram a Cachoeira do Itapemerim, se não me engano (e aí pode ser delírio criado pelos anos), falaram até com o maquinista do trem envolvido no acidente que custou ao RC a perna.
Esse episódio, claro, dominava o primeiro capítulo da série. Que era ilustrado por gigantesco storyboard contando o acidente (e a amputação). Havia uma legenda (híbrido de Roger Corman e Economist) histórica: “Durante toda a amputação, o pequeno Roberto só pensava na botinha nova que tinha ganhado naquele dia” (e o pisante brilhava lá num canto do quadrinho).
Tudo com muito pouco gosto (e muita graça), como era a tradição do jornal sensacionalista.
Robertão, que dúvida?, foi à justiça e impediu que a série continuasse (talvez um segundo número tenha sido publicado, não me lembro).
O irônico é que a série (que até então só tinha despertado o interesse dos cento e tantos mil leitores do NP) e, principalemente o motivo de sua proibição, viraram daí notícia em vários cantos do mundo, em especial na América Latina hispânica, onde o rei tinha um monte de fãs que, apenas então, descobriram que ele não tinha uma perna.
Paulo Coelho fará muuuuuuito sucesso nos EUA. Eles merecem!!
Esse Coelho eh muito ruim de ser digerido.
Literatura de baixa categoria.
Roberto Carlos, Paulo Coelho ….humm!!!
Nada a declarar.
Só o Faustão mesmo prá apoiar tamanha babaquise e mais uma meia duzia de otários para continuar lendo suas estorinhas.
Sera que ainda não perceberam que o Paulo Coelho é uma criação de um cara chamado Paulo Coelho?
Lembram do “Almanaque Sadol”, do “Almanaque Pensamento”, as “folhinhas de parede da sei sho no ie” ? Então. É o que o Paulo Coelha faz. Reune as frases bonitinhas, bota uma estórinha idiota, dá uma ar de auto ajuda à coisa toda e vende isto aos montões ao pobres de espírito.
O cara é uma merda como escritor mas tem um tino comercial impressionante. Ele seguiu o que PT Barnaum disse: A cada minuto nasce um otário. Eu só tenho que fazê-lo gastar dinheiro…
Quanto ao número de eleitores isso nunca significou qualidade. Revista Capricho vende à pampas e CD dos Rebeldes tambem.
Nossa!! eleitores no lugar de leitores.
Tão vendo? é a prova que no. de leitores ou eleitores não significa qualidade nem para a presidência…
Paulo Coelho nos EUA??
E eu que pensei que 11 de setembro foi a maior desgraça americana…
Os estragos que ele vai fazer na cultura americana vão fazer o Bin Laden parecer a Madre Tereza…
enviado por: Lúcia Adélia
Estou indignada e peço licença para usar este espaço para divulgar esse absurdo que a rede globo cometeu com a Comunidade Quilombola da Bahia.
16 DE MAIO DE 2007 – 16h38
Comunidade acusa racismo em \”Jornal Nacional\” e Rede Globo
A Comunidade São Francisco do Paraguaçu, de Cahoeira, na Bahia, acusa a TV Globo de veicular uma reportagem racista, no Jornal Nacional de segunda-feira (14), contra os moradores negros daquela região do recôncavo baiano.
Segundo a comunidade, a reportagem tem o claro objetivo de desqualificar a Comunidade São Francisco do Paraguaçu e seus moradores, justamente no momento em que o Estado brasileiro está para reconhecê-los como descendentes de quilombolas.
A nota também critica a distorção dos fatos para criminalizar os moradores da comunidade. \”Estamos decepcionados com a falta de dignidade do jornalista que expôs seu nome numa reportagem fraudulenta, pois as imagens do desmatamento de madeira apresentado na reportagem não foram filmadas em nossa comunidade\”.
Confira a íntegra da nota:
Comunidade Remanescente de Quilombo São Francisco Do Paraguaçu
As falsidades veiculadas pelo Jornal Nacional da Rede Globo de Televisão, no dia 14 de maio deste ano, \”Crime no quilombo – suspeitas de fraude e extração de madeira de Mata Atlântica\”, repetem na história o que significou o 14 de maio de 1888 para a população negra no Brasil, dia seguinte à abolição oficial da escravatura.
O dia 14 daquela época significou o acirramento das relações escravistas, da violência racial contra negras e negros, e a tentativa de exterminá-los através de inúmeras medidas de exclusão e apartheid, dando continuidade ao processo de exclusão social e criminalização da população negra.
Passados cem anos continuamos a assistir às práticas racistas, novamente a covardia daqueles que atacam as comunidades negras utilizando as estruturas poderosas de dominação que se manifestam através da veiculação de uma reportagem fraudulenta e tendenciosa, sem oferecer à comunidade nenhuma oportunidade para se defender.
Nossa comunidade assistiu a reportagem exibida no Jornal Nacional da Rede Globo com profunda indignação diante da atitude racista expressa na má fé e na falta de ética de um meio de comunicação poderoso que está submetido a interesses perversos e tenta esmagar uma comunidade negra historicamente excluída.
Já esperávamos por esta reportagem, pois fomos testemunhas do teatro que foi armado por ocasião das filmagens, onde boa parte da comunidade envolvida na luta pela regularização do território quilombola nem sequer foi ouvida, visto que a equipe de reportagem se recusou a registrar qualquer versão contrária aos interesses dos fazendeiros, cortando falas e utilizando de métodos persuasivos, já que demonstrou expressamente o objetivo de manipular e deturpar a realidade, inclusive.
Tentamos conversar com os prepostos da TV Bahia, filial da rede Globo, mas fomos ignorados. Logo vimos a vinculação da reportagem com os poderosos locais que tentam explorar nossa comunidade. Diante deste sentimento de indignação com a reportagem fraudulenta exibida hoje vimos a público divulgar as verdades que Globo não divulga:
Historicamente, nossa comunidade ocupa este território. Os relatos dos mais idosos remetem nossa presença a muitas gerações. Ali sempre praticamos um modo de vida fruto de uma longa tradição deixada por nossos ancestrais. Extraímos da Floresta a Piaçava, o Dendê, a Castanha, e tantos outros produtos.
Extraímos tantos tipos de cipós diferentes que usamos para fazer cofos, cestos e tantos outros artesanatos aprendidos com nossos avós. Nós amamos a floresta e a defendemos. Nossa luta para defender a floresta causa a ira de poderosos interesses que desejam o desmatamento para a grande criação de gado que cresce no recôncavo.
Estamos decepcionados com a falta de dignidade do jornalista que expôs seu nome numa reportagem fraudulenta, pois as imagens do desmatamento de madeira apresentado na reportagem não foram filmadas em nossa comunidade, sendo que a pessoa flagrada no corte de madeiras não pertence à comunidade de São Francisco do Paraguaçu, confirmando a manipulação dolosa, visto que as falas foram cortadas e editadas com o objetivo de transmitir uma mensagem mentirosa e caluniosa.
Perguntamos aos responsáveis pela matéria: por que não relataram as vultosas multas não pagas ao Ibama pelos fazendeiros? Por que não mostraram os mangues cercados que inviabilizam a sobrevivência da comunidade?
Desta maneira, os poderosos que nos oprimem preferem partir para a calúnia, fraude e abuso do poder econômico. Tentam assim dissimular, já que sabem da força da verdade e do nosso direito. O Sr. Ivo, que aparece na reportagem e se diz dono da nossa área, é um médico com forte influência política na região; à frente de seus interesses está o seu Genro, conhecido como Lú Cachoeira, filho de um ex-prefeito e eterno candidato a prefeito. Lu Cachoeira tem um cargo de confiança no Governo do Estado como assessor especial na CAR (Coordenação de Ação Regional) e utiliza sua influência política para perseguir a comunidade.
Esta família poderosa tem feito várias investidas contra a comunidade utilizando, inclusive, capangas, pistoleiros, ameaçando a comunidade, violentando crianças, perseguindo idosos, inclusive, utilizando métodos torpes refletidos nas ações violentas de policiais militares não fardados a serviço da família Santana que pode ser comprovado através de relatório da Polícia Federal que já teve diversas vezes na comunidade para nos defender.
Imbuídos do sentimento de justiça, não podemos compactuar com atitudes que visam reverter as conquistas democráticas de reconhecimento de direitos da população negra, um verdadeiro afronte aos artigos 215, 216 e o artigo 68 das Disposições Transitórias da Constituição Federal.
O povo negro e as comunidades quilombolas, cientes de que o caminho de reparação das injustiças raciais é irreversível e que o direito constitucional à propriedade de seus territórios tradicionalmente ocupados é uma conquista da democracia brasileira, não sucumbirá aos interesses poderosos que durante toda história do Brasil promoveram atitudes autoritárias e de desrespeito ao Estado Democrático de Direito.
Lamentamos a covardia daqueles que usam o poder da mídia e do dinheiro para oprimir e perseguir comunidades tradicionais. Já estamos acostumados com esta prática perversa. Nosso povo resistiu até aqui enfrentando o peso da escravidão. FIÉIS A NOSSOS ANCESTRAIS, CONTINUAREMOS FIRMES, DE PÉ, LUTANDO PELA LIBERDADE!
Pela vergonhosa manipulação dos fatos e depoimentos, QUEREMOS DIREITO DE RESPOSTA E QUE O INCRA E A FUNDAÇÃO CULTURAL PALMARES SE PRONUNCIEM.
Pedimos às entidades, instituições e movimentos solidários com a luta do povo quilombola que manifestem repúdio à Rede Globo de Televisão e ao Jornal Nacional mandando e-mails e/ou cartas para os seguintes endereços: Rua Von Martius, nº 22 – Jardim Botânico – CEP: 22.460-040 – RJ. E-mail: jn@redeglobo.com.br.
Observatório do Direito à Comunicação
Olá, Sérgio. Tenho um amigo que entende muito de estilo literário e ele me disse que o artigo que saiu na Folha de São Paulo não foi escrito pelo Paulo Coelho. Ele apenas o assinou. Disse que foi obra do seu biógrafo oficial, Fernando Morais. Dá pra acreditar nisso? E ele diz mais: Paulo Coelho é um conhecido fraudador literário. Ele diz que conhece a fonte onde ele bebe!
Abraços,