A respeitada revista literária “The Believer”, de São Francisco, publica uma tabela universal das escolas literárias desde o realismo do século XIX até hoje (abaixo, clique para ampliar). Parte de um postulado polêmico do ficcionista americano Donald Barthelme (“Creio que todos somos realistas. Não temos outra possibilidade”) para – nas palavras do autor da coisa, Greg Larson – “explorar esse paradoxo”. O rebuscado quadro que Larson nos oferece imagina a literatura ocidental como um único tronco realista com vários galhos. Os nomes cômicos de algumas categorias, como realismo dipsomaníaco (Bukowski) e pós-mortal (Beckett), sugerem que tudo não passa mesmo de uma piada superelaborada. Será? Confesso que fiquei em dúvida. Para ser uma piada completa falta, como direi, graça. E se houver um tiquinho de seriedade no quadro da “Believer”, uma gota que seja, então estamos diante de mais uma prova grotesca da insuficiência dos esquemas totalizantes de pensamento. De uma forma ou de outra, vale como curiosidade.
[Via Jean-François Fogel, de El Boomeran(g)]
44 Comentários
Sérgio: tem um quadro semelhante, só que da literatura francesa, na Aliança Francesa do Maison de France, aqui no Rio. Como curiosidade é interessante. Como curiosidade.
Sérgio: como temos post novo repito o que coloquei com mais detalhes no anterior.
“Homenagem ao dia internacional da mulher”. Trecho da entrevista de Clarice em http://www.youtube.com/watch?v=9ad7b6kqyok :
Pergunta: “Clarice, quando você decidiu assumir a carreira de escritora?”
Resposta: “Eu nunca assumi. Eu não sou uma profissional. Eu só escrevo quando eu quero.”
Acho que está faltando uma parte da tabela…
Válido sim,…
é uma brincadeira erudita que tem sua graça (nem tanto, mas tem…).
Passatempo pra intelectual e pseudos…
O fato de terem colocado Gógol, Turgueniev, Dostoievski e Tolstói na mesma categoria (“melodramáticos”) já mostra que a tabela é uma piada. Sem graça, concordo.
Só eu achei graça na piada? Confesso que gostei, achei muito divertido. Mas não dá pra colocar uma imagem maior? Queria ler aquele código de cores que está lá embaixo, e fica difícil com essa resolução.
A imagem está no tamanho máximo, lamento.
Algum bom senso: aplique o comando “Salvar a imagem como”; depois abra o jpeg com o Windows Picture (ou Paint) e dê “zoom in” na imagem. Resolve o problema.
Muito foda a tabela, mas e Shakespeare? Não foi realista?
Abraço.
Como não consegui enxergar nada, me pareceu um pouco a tabela periódica ou um novo esquema descoberto pela Polícia Federal.
Onde se encaixariam o Machado de Assis? A Clarice Lispector? O Osman Lins? O José Agrippino de Paula? O Murilo Rubião? O Max Mallmann? O Daniel Pellizzari?
Steve Rogers foi assassinado.
Estou sem palavras.
Mundo estranho, esse.
Como curiosidade talvez faça sucesso entre estudantes de pós-graduação da PUC…
Aposto que cairá esse quadro na Fuvest do ano que vem.
Q comece a decoreba….
Esse Greg Larson, quem desenvolveu esse “diagrama de classes”, se não o é, com certeza tem alma de analista de sistemas. Tô me sentindo em casa! 🙂 Vou estender a “brincadeira” dele com algumas coisinhas a mais. No mínimo, (com trocadilho, por favor) vai ser muito divertido. Aceito sugestões!
Cadê o Philip Roth?
Sérgio: esse diagrama saiu em uma coluna da “The Believer” magazine chamada “Schema”. Aparentemente, todo mês tem um “schema” desses. Será que vc conseguiria outros?
O quadro apresenta Maupassant entre os “clássicos” do realismo ao lado de Balzac e Flaubert. Já começa aí a profunda inconsistência do resultado. Quem leu os (hilários) contos do “Bola de Sebo” de Maupassant sabe que ele passa ao largo do realismo dos outros dois franceses. Esdrúxula a suposição de Barthelme mas o quadro de Gart serve ao menos para provocar justamente o exercício contrário ao da proposta, ou seja, tomar consciência das distinções entre os gêneros realista, romântico, simbolista, surrealista, etc.
Grande bobagem e sem graça.
Isso parece aqueles quadros que a polícia apresenta nos filmes de máfia. Pelo que eu entendi, Flaubert é o grande chefão.
Faltou dizer, na tabela periódica, onde estão os gazes nobres e os metais pesados.
Não entendi nada…
É aquela velha história: Na prática, a teoria é outra…
Achei essa tabela tão engraçada quanto a discussão dos leitores habituais desta coluna em relação a qualidade de Complexo de Portnoy.
Pronto… mexeu comigo.
Eu, particularmente, gosto de todos os livros do Philip Roth que li. E tudo começou com Complexo de Portnoy, que tentei ler a primeira vez com uns quatorze anos, mas achei muito enrolado e devolvi. Anos mais tarde reencontrei o livro numa das pratileiras da universidade. A partir daí comprei, li e emprestei todo livro do Philip Roth que passou pela minha frente.
Já faz algum tempo que li Complexo de Portnoy, mas não tem como esquecer do humor sincero, desesperado e masculino do personagem.
Quem não conversa com o próprio pênis de vez em quando?
Bem, eu acho que a Clarice não…
http://www.orkut.com/Community.aspx?cmm=25495374
Saint-Clair: Parabéns pela idéia da comu no Orkut! Sérgio, cadê você, meu filho? 🙂
Ah, Ivan, Deus (ou Lúcifer) te ouça! Eu quero que esse velho filhodaputa vá pro bueiro o mais rápido possível. Toninho Malvadeza é o pior lixo da política brasileira há várias décadas. Tenho pena dos vermes que vão comer aquela carne podre.
Cláudio, obrigado! Vai lá fazer parte, vai… A comunidade tem poucos participantes, infelizmente.
Putz, mas a comunidade já é velha para caramba (3 meses em termos de internet é velho sim). Só 10 participantes? Vamos lá pessoal vamos dar um pulinho lá no endereço que o Tibot colocou aí em cima!!! E entrem para a comu!
Saint-Clair vamos agitar essa comu! 🙂 Ô Sérgio? Vamos lá, está faltando vc!
Cláudio, lamento mas vocês vão ter que tocar a festa sem mim. Eu e o Orkut não nos entendemos. Um abraço.
Olha Sérgio, eu diria a mesma coisa há uns 2 meses. Eu já entrei e saí pelo menos umas 2 vezes. E ele está lá para isso mesmo. Vc entre e sai com a maior facilidade.
Agora, estou testando o Second Life. Um ambiente interessante. Algumas empresas até estão usando o SL para reuniões virtuais.
O Orkut tem algumas coisas interessantes (algumas foram para no meu SD8, inclusive) pode acreditar. Nas duas últimas semanas, por exemplo, a ótima comunidade Discutindo Literatura entrevistou o poeta Adriano Espínola (o livro dele está na página ao lado do seu na Entrelivros desse mês) e o professor Charles Perrone (Professor of Portuguese and Luso-Brazilian Culture and Literatures – University of Florida ). Cada entrevista rolou durante uma semana. (No final do ano passado tinha sido com o Secchin).
Ou seja, acho que vale a festa.
Sérgio, um forte abraço e ótimo final de semana.
aff… só de ter Bukowski nessa lista já me desanimou…
mas enfim… a lista vale até como pesquisa para aumentar minha lista de autores que eu possa ler um dia…^^
Bukowski? 13 anos de sua morte, exatamente hoje. Deve ser um sinal, hein Abell?
Conversar com o pênis não é novidade do Roth – Alberto Moravia tem um romance todo sobre isto, “Eu e Ele”, com tradução portuguesa já bem antiga.
Caros comentaristas deste espaço. Talvez vocês, que parecem ter lido tudo e mais um pouco, possam tirar uma dúvida que tenho desde que li o livro “En la vida de Ignácio Morel”do escritor espanhol Ramón J. Sender, uns quatro anos atrás. Ocorre que, embora sejam muito diferentes, há uma grande semelhança, ou coincidência, além do título, entre esta obra e “O caso Morel” do Rubem Fonseca. Algum de vocês, grandes leitores e críticos, sabem dizer se existe alguma relação entre as duas obras, alguma homenagem? ou o nome Morel quer dizer alguma coisa?
Tibor,
rsrsrsrs
Não dá para fazer monólogo, tem que ser diálogo.
Oi Marcelo: deixa eu acrescentar mais um à lista o “A Invenção de Morel” do argentino Bioy Casares 🙂
Obrigado pela dica. Eu quase comprei esse livro uma vez. Me parece que é o mais famoso, talvez o primeiro, dos livros com “Morel” no título. No entanto, não sei se tem as mesmas características, que assemelam os outros dois que citei no comentário acima.
Juro que não captei o sinal do qual você falou sobre Bukowski Cláudio Soares…