Clique para visitar a página do escritor.

Somos todos realistas?

08/03/2007

A respeitada revista literária “The Believer”, de São Francisco, publica uma tabela universal das escolas literárias desde o realismo do século XIX até hoje (abaixo, clique para ampliar). Parte de um postulado polêmico do ficcionista americano Donald Barthelme (“Creio que todos somos realistas. Não temos outra possibilidade”) para – nas palavras do autor da coisa, Greg Larson – “explorar esse paradoxo”. O rebuscado quadro que Larson nos oferece imagina a literatura ocidental como um único tronco realista com vários galhos. Os nomes cômicos de algumas categorias, como realismo dipsomaníaco (Bukowski) e pós-mortal (Beckett), sugerem que tudo não passa mesmo de uma piada superelaborada. Será? Confesso que fiquei em dúvida. Para ser uma piada completa falta, como direi, graça. E se houver um tiquinho de seriedade no quadro da “Believer”, uma gota que seja, então estamos diante de mais uma prova grotesca da insuficiência dos esquemas totalizantes de pensamento. De uma forma ou de outra, vale como curiosidade.

[Via Jean-François Fogel, de El Boomeran(g)]

44 Comentários

  • Cláudio Soares 08/03/2007em18:04

    Sérgio: tem um quadro semelhante, só que da literatura francesa, na Aliança Francesa do Maison de France, aqui no Rio. Como curiosidade é interessante. Como curiosidade.

  • Cláudio Soares 08/03/2007em18:06

    Sérgio: como temos post novo repito o que coloquei com mais detalhes no anterior.

    “Homenagem ao dia internacional da mulher”. Trecho da entrevista de Clarice em http://www.youtube.com/watch?v=9ad7b6kqyok :

    Pergunta: “Clarice, quando você decidiu assumir a carreira de escritora?”

    Resposta: “Eu nunca assumi. Eu não sou uma profissional. Eu só escrevo quando eu quero.”

  • Tibor Moricz 08/03/2007em18:07

    Acho que está faltando uma parte da tabela…

  • Cezar Santos 08/03/2007em18:10

    Válido sim,…
    é uma brincadeira erudita que tem sua graça (nem tanto, mas tem…).
    Passatempo pra intelectual e pseudos…

  • Roberto R. 08/03/2007em18:37

    O fato de terem colocado Gógol, Turgueniev, Dostoievski e Tolstói na mesma categoria (“melodramáticos”) já mostra que a tabela é uma piada. Sem graça, concordo.

  • algum bom senso 08/03/2007em19:22

    Só eu achei graça na piada? Confesso que gostei, achei muito divertido. Mas não dá pra colocar uma imagem maior? Queria ler aquele código de cores que está lá embaixo, e fica difícil com essa resolução.

  • Sérgio Rodrigues 08/03/2007em20:04

    A imagem está no tamanho máximo, lamento.

  • Cláudio Soares 08/03/2007em20:37

    Algum bom senso: aplique o comando “Salvar a imagem como”; depois abra o jpeg com o Windows Picture (ou Paint) e dê “zoom in” na imagem. Resolve o problema.

  • Caio Marinho. 08/03/2007em21:46

    Muito foda a tabela, mas e Shakespeare? Não foi realista?

    Abraço.

  • Clara 08/03/2007em23:14

    Como não consegui enxergar nada, me pareceu um pouco a tabela periódica ou um novo esquema descoberto pela Polícia Federal.

  • Saint-Clair Stockler 08/03/2007em23:17

    Onde se encaixariam o Machado de Assis? A Clarice Lispector? O Osman Lins? O José Agrippino de Paula? O Murilo Rubião? O Max Mallmann? O Daniel Pellizzari?

  • vinicius jatobá 09/03/2007em00:20

    Steve Rogers foi assassinado.
    Estou sem palavras.
    Mundo estranho, esse.

  • Pedro Curiango 09/03/2007em03:02

    Como curiosidade talvez faça sucesso entre estudantes de pós-graduação da PUC…

  • Leonardo Rodrigues 09/03/2007em09:22

    Aposto que cairá esse quadro na Fuvest do ano que vem.

  • Rodrigo 09/03/2007em10:10

    Q comece a decoreba….

  • Cláudio Soares 09/03/2007em11:23

    Esse Greg Larson, quem desenvolveu esse “diagrama de classes”, se não o é, com certeza tem alma de analista de sistemas. Tô me sentindo em casa! 🙂 Vou estender a “brincadeira” dele com algumas coisinhas a mais. No mínimo, (com trocadilho, por favor) vai ser muito divertido. Aceito sugestões!

  • Tibor Moricz 09/03/2007em11:25

    Cadê o Philip Roth?

  • Cláudio Soares 09/03/2007em11:28

    Sérgio: esse diagrama saiu em uma coluna da “The Believer” magazine chamada “Schema”. Aparentemente, todo mês tem um “schema” desses. Será que vc conseguiria outros?

  • Paulo (outro Paulo) 09/03/2007em12:05

    O quadro apresenta Maupassant entre os “clássicos” do realismo ao lado de Balzac e Flaubert. Já começa aí a profunda inconsistência do resultado. Quem leu os (hilários) contos do “Bola de Sebo” de Maupassant sabe que ele passa ao largo do realismo dos outros dois franceses. Esdrúxula a suposição de Barthelme mas o quadro de Gart serve ao menos para provocar justamente o exercício contrário ao da proposta, ou seja, tomar consciência das distinções entre os gêneros realista, romântico, simbolista, surrealista, etc.

  • Roberson 09/03/2007em12:07

    Grande bobagem e sem graça.

  • Marco Polli 09/03/2007em13:03

    Isso parece aqueles quadros que a polícia apresenta nos filmes de máfia. Pelo que eu entendi, Flaubert é o grande chefão.

  • mausoléu 09/03/2007em13:24

    Faltou dizer, na tabela periódica, onde estão os gazes nobres e os metais pesados.

  • Mr. Ghost(WRITER) 09/03/2007em15:19

    Não entendi nada…
    É aquela velha história: Na prática, a teoria é outra…

  • Marcelo 09/03/2007em15:22

    Achei essa tabela tão engraçada quanto a discussão dos leitores habituais desta coluna em relação a qualidade de Complexo de Portnoy.

  • Tibor Moricz 09/03/2007em15:24

    Pronto… mexeu comigo.

  • Marcelo 09/03/2007em15:32

    Eu, particularmente, gosto de todos os livros do Philip Roth que li. E tudo começou com Complexo de Portnoy, que tentei ler a primeira vez com uns quatorze anos, mas achei muito enrolado e devolvi. Anos mais tarde reencontrei o livro numa das pratileiras da universidade. A partir daí comprei, li e emprestei todo livro do Philip Roth que passou pela minha frente.
    Já faz algum tempo que li Complexo de Portnoy, mas não tem como esquecer do humor sincero, desesperado e masculino do personagem.

  • Tibor Moricz 09/03/2007em15:36

    Quem não conversa com o próprio pênis de vez em quando?

  • Tibor Moricz 09/03/2007em15:40

    Bem, eu acho que a Clarice não…

  • Tibor Moricz 09/03/2007em16:15
  • Cláudio Soares 09/03/2007em18:10

    Saint-Clair: Parabéns pela idéia da comu no Orkut! Sérgio, cadê você, meu filho? 🙂

  • Saint-Clair Stockler 09/03/2007em18:10

    Ah, Ivan, Deus (ou Lúcifer) te ouça! Eu quero que esse velho filhodaputa vá pro bueiro o mais rápido possível. Toninho Malvadeza é o pior lixo da política brasileira há várias décadas. Tenho pena dos vermes que vão comer aquela carne podre.

  • Saint-Clair Stockler 09/03/2007em18:10

    Cláudio, obrigado! Vai lá fazer parte, vai… A comunidade tem poucos participantes, infelizmente.

  • Cláudio Soares 09/03/2007em18:13

    Putz, mas a comunidade já é velha para caramba (3 meses em termos de internet é velho sim). Só 10 participantes? Vamos lá pessoal vamos dar um pulinho lá no endereço que o Tibot colocou aí em cima!!! E entrem para a comu!

  • Cláudio Soares 09/03/2007em18:14

    Saint-Clair vamos agitar essa comu! 🙂 Ô Sérgio? Vamos lá, está faltando vc!

  • Sérgio Rodrigues 09/03/2007em20:27

    Cláudio, lamento mas vocês vão ter que tocar a festa sem mim. Eu e o Orkut não nos entendemos. Um abraço.

  • Cláudio Soares 09/03/2007em20:52

    Olha Sérgio, eu diria a mesma coisa há uns 2 meses. Eu já entrei e saí pelo menos umas 2 vezes. E ele está lá para isso mesmo. Vc entre e sai com a maior facilidade.

    Agora, estou testando o Second Life. Um ambiente interessante. Algumas empresas até estão usando o SL para reuniões virtuais.

    O Orkut tem algumas coisas interessantes (algumas foram para no meu SD8, inclusive) pode acreditar. Nas duas últimas semanas, por exemplo, a ótima comunidade Discutindo Literatura entrevistou o poeta Adriano Espínola (o livro dele está na página ao lado do seu na Entrelivros desse mês) e o professor Charles Perrone (Professor of Portuguese and Luso-Brazilian Culture and Literatures – University of Florida ). Cada entrevista rolou durante uma semana. (No final do ano passado tinha sido com o Secchin).

    Ou seja, acho que vale a festa.

    Sérgio, um forte abraço e ótimo final de semana.

  • Abell Achtervolgd 09/03/2007em21:00

    aff… só de ter Bukowski nessa lista já me desanimou…

    mas enfim… a lista vale até como pesquisa para aumentar minha lista de autores que eu possa ler um dia…^^

  • Cláudio Soares 09/03/2007em21:13

    Bukowski? 13 anos de sua morte, exatamente hoje. Deve ser um sinal, hein Abell?

  • Pedro Curiango 10/03/2007em01:00

    Conversar com o pênis não é novidade do Roth – Alberto Moravia tem um romance todo sobre isto, “Eu e Ele”, com tradução portuguesa já bem antiga.

  • Marcelo 10/03/2007em03:33

    Caros comentaristas deste espaço. Talvez vocês, que parecem ter lido tudo e mais um pouco, possam tirar uma dúvida que tenho desde que li o livro “En la vida de Ignácio Morel”do escritor espanhol Ramón J. Sender, uns quatro anos atrás. Ocorre que, embora sejam muito diferentes, há uma grande semelhança, ou coincidência, além do título, entre esta obra e “O caso Morel” do Rubem Fonseca. Algum de vocês, grandes leitores e críticos, sabem dizer se existe alguma relação entre as duas obras, alguma homenagem? ou o nome Morel quer dizer alguma coisa?

  • Clarice 10/03/2007em09:00

    Tibor,
    rsrsrsrs
    Não dá para fazer monólogo, tem que ser diálogo.

  • Cláudio Soares 10/03/2007em09:08

    Oi Marcelo: deixa eu acrescentar mais um à lista o “A Invenção de Morel” do argentino Bioy Casares 🙂

  • Marcelo 10/03/2007em13:40

    Obrigado pela dica. Eu quase comprei esse livro uma vez. Me parece que é o mais famoso, talvez o primeiro, dos livros com “Morel” no título. No entanto, não sei se tem as mesmas características, que assemelam os outros dois que citei no comentário acima.

  • Abell Achtervolgd 10/03/2007em20:10

    Juro que não captei o sinal do qual você falou sobre Bukowski Cláudio Soares…