Moacyr Scliar, um dos mais importantes escritores brasileiros contemporâneos, morreu à 1h desta madrugada, aos 73 anos, em Porto Alegre, cidade onde nasceu e viveu por toda a vida. Ele estava internado numa unidade de tratamento intensivo do Hospital de Clínicas da capital gaúcha desde 17 de janeiro, após sofrer um acidente vascular cerebral quando se recuperava de uma cirurgia no intestino. Médico sanitarista, gaúcho e judeu – seus pais chegaram ao Brasil fugindo de perseguições na Rússia –, Scliar construiu desde sua estreia na literatura, em 1962, com “Histórias de um médico em formação”, uma obra vasta e premiada que reflete sobre essas facetas de sua identidade. Ao longo de oito dezenas de títulos, entre a narrativa e o ensaio, firmou um estilo em que a erudição se alia ao humor, com toques de fantástico. Foi também um prolífico autor de literatura infanto-juvenil. Entre seus livros de maior projeção internacional estão “O centauro no jardim”, “Exército de um homem só”, “A estranha nação de Rafael Mendes” e “Max e os felinos” – este, sobretudo devido à polêmica com o canadense Yann Martel, que, após ser acusado de plágio, admitiu ter se “inspirado” em seu ponto de partida narrativo (um…
Expandindo a experiência iniciada aqui esta semana, em busca do que por enquanto é pouco mais que uma miragem – uma literatura forte no Twitter – lanço o Concurso Todoprosa de Microcontos para Twitter. Por trás do nome que as iniciais maiúsculas ajudam a tornar (ironicamente, combinado?) pomposo, uma brincadeira simples: estimular a produção de micronarrativas em formato de tweet, com 140 toques no máximo, mas que consigam atingir alguma densidade literária. A tarefa é mais difícil do que parece à primeira vista. Para começar, esse papo de twitteratura já rola por aí há algum tempo, o suficiente para que até a conservadora Academia Brasileira de Letras, pulando alegremente no bonde digital, organizasse este ano seu concurso, vencido por esta historinha de Bibiana Da Pieve: Toda terça ia ao dentista e voltava ensolarada. Contaram ao marido sem a menor anestesia. Foi achada numa quarta, sumariamente anoitecida. Daí decorre que a maior dificuldade do microcontista-tuiteiro é que, sinal dos tempos, seu formato mal nasceu e já está superexplorado. Não faltam microcontos por aí, como se pode conferir na profusão de links reunidos nesta página. Some-se a isso a vasta produção de aforismos no Twitter – que também são uma forma de…