Em sua segunda participação na Flip, mês que vem, o escritor indiano-britânico Salman Rushdie terá na agenda oficial o lançamento (pela Companhia das Letras) do romance “Luka e o fogo da vida”, uma continuação de “Haroun e o mar de histórias” (que está sendo relançado pela Companhia de Bolso). Não duvido, porém, que um livro ainda inexistente do autor acabe por roubar a cena em Parati. Em fevereiro deste ano, Rushdie tinha anunciado a intenção (aqui, em inglês) de escrever um livro de memórias centrado na experiência radical de viver entocado e cercado de guarda-costas depois que, há 21 anos, a fatwa decretada pelo aiatolá Khomeini declarou seu livro “Os versos satânicos” ofensivo ao Islã e o transformou em cabra marcado para morrer. A novidade, revelada pelo próprio Rushdie na semana passada, num evento promovido pela revista “Granta”, é que o livro já está sendo escrito, com a intenção primeira de “acabar com os mitos” que cercam seu período na clandestinidade. Entre eles, segundo uma amiga, o de que o colega Ian McEwan o teria acolhido em casa por uma longa temporada no auge do perigo, quando a verdade é que os dois se limitaram a jantar juntos uma vez….