O alemão Berthold Zilly, tradutor de Euclides da Cunha e Machado de Assis, e o americano Benjamin Moser, de recente sucesso com sua biografia de Clarice Lispector, chamada “Clarice,”, discutiram por que a literatura brasileira tem presença relativamente discreta no cenário internacional. O penúltimo encontro da Flip, numa Tenda dos Autores esvaziada pela debandada de domingo, foi simpático, com os dois falando um português mais que decente. E levou a uma conclusão de ululante obviedade: o Brasil investe muito pouco, em termos institucionais, na divulgação de sua literatura no exterior. Até chegar a esse lugar comum, entretanto, a conversa trilhou caminhos interessantes, que incluíram uma “defesa” de Paulo Coelho feita por Moser (o que lhe valeu um incompreensível princípio de vaia) e a informação, dada por Zilly, de que foi convidado – mas ainda não aceitou – a fazer uma nova tradução de “Grande sertão: veredas”. Abaixo, alguns trechos do debate: BERTHOLD ZILLY “Uma importante editora de Munique me pediu para fazer uma nova tradução do ‘Grande sertão: veredas’, mas ainda estou pensando se quero me enfurnar por dois ou três anos. É um tempo em que eu não poderia aceitar um convite como este da Flip, por exemplo.” “A…