“Como reagirão os escritores policiais da Noruega ao massacre de Utoya?”, perguntava ontem um tweet do jornal inglês “Observer”, dando um endereço que conduzia a um artigo de Brian Oliver, intitulado “Quando escritores são confrontados por um trauma nacional” (em inglês, acesso gratuito). Resposta possível: “Não reagirão. Escritores policiais não têm que reagir a tal coisa. Basta que reajam os policiais”. Mas o artigo não é tolo, embora também não seja profundo. Faz um rápido apanhado do bom momento vivido pela literatura policial nos países escandinavos e sustenta a tese de que, na cultura nórdica, a ficção retém um lugar privilegiado de arena de debates públicos que está praticamente esquecido no resto do Ocidente. Ao contrário do que sugere o tom ligeiramente ridículo do tweet que gerou, o texto de Oliver não força a barra de uma ligação direta entre o que explode nas manchetes e o que vai parar nas páginas dos romances. Ainda bem. A não ser em casos de subliteratura, essa ligação não costuma ter nada de direta, simples ou urgente. Uma excelente reflexão sobre o tema, a partir de um “trauma nacional” incomparavelmente mais devastador que o da Noruega, encontra-se no livro “Guerra aérea e literatura”,…