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Jane Austen em versão pornô
Pelo mundo / 10/06/2011

Agora é definitivo: depois de dar a partida na moda dos mashups com o sucesso de “Orgulho e preconceito e zumbis”, que abriu a porta para a invasão dos clássicos da literatura por criaturas pop variadas, de monstros marinhos a robôs steampunk, Jane Austen acaba de se consagrar como a rainha incontestável da reciclagem literária brincalhona-oportunista. A coroação se dará com o lançamento pela editora americana Cleis Press, mês que vem, de Pride and prejudice: hidden lusts (“Orgulho e preconceito: prazeres ocultos”), obra erótica de uma certa Mitzi Szereto. A julgar pelos clichês “românticos” acumulados na capa, estamos no terreno daquele erotismo prêt-à-porter dos livrinhos de banca de jornal, e portanto distantes do sexo transgressivo de Sade, Bataille e Rèage, embora Szereto insinue no site do livro (que inclui um clipe chinfrim) a inclusão supostamente subversiva de alguns temperos gays. No site somos informados também de que esse é o romance que Jane Austen teria escrito “se tivesse coragem”. O estilo do material de divulgação sugere prazeres mais humorísticos que eróticos: Em “Orgulho e preconceito: prazeres ocultos”, todo o elenco de personagens do clássico de Austen é flagrado com as calças desabotoadas e as saias levantadas, numa versão recontada que…

24 horas de literatura e outros passatempos
Pelo mundo / 18/04/2011

Você já ouviu falar de The clock, o filme (ou vídeo-instalação?) de Christian Marclay que faz uma colagem em ordem cronológica, com 24 horas de duração, de cenas de filmes em que aparecem relógios? Uma boa apresentação é esta crítica da escritora Zadie Smith para “The New York Review of Books”, que, além de ridiculamente bem escrita, é de uma empolgação inédita no jornalismo cultural dos últimos 30 ou 40 anos: ela diz que The clock é “sublime, talvez o melhor filme que você já viu”. O pessoal do blog de livros do “Guardian” também deve ter se apaixonado, porque está pedindo ajuda aos leitores para repetir o esquema no mundo das letras, com retalhos literários no lugar dos cinematográficos. Será que alguém com tempo à beça de sobra se habilita? * “As feiras de livro estão mais para feira do que para livro, e para os que têm medo do mundo digital, dos livros eletrônicos, eu sugiro: assustem-se primeiro com os grandes eventos, como os que acontecem aqui [em Londres] e em Frankfurt. Preocupem-se se ainda haverá boa literatura com tanta competição e sem o necessário tempo para se escrever, ler e editar.” Falando só por mim, claro, esse…