Clique para visitar a página do escritor.
Eagleton cobra de Rushdie posição firme contra islamofobia
Vida literária / 07/08/2010

O crítico literário inglês Terry Eagleton não fugiu da polêmica com Salman Rushdie (veja o texto abaixo), mas minimizou o papel do autor de “Os versos satânicos” no time de intelectuais liberais que, segundo ele, teve reação de “pânico” ao desafio imposto pelos radicais islâmicos e vem descambando para a islamofobia. Um time que ele escala com Christopher Hitchens e Martin Amis no ataque, reservando a Ian McEwan e Salman Rushdie papeis secundários. “Não me entendam mal, o Islã radical é um fenômeno muito, muito feio, que explode crianças em nome de Alá”, disse Eagleton, crítico literário de formação católica e marxista, na mesa “Andar com fé”, mediada pelo jornalista Silio Boccanera hoje de manhã. “Há obviamente diferenças individuais no grupo que eu mencionei, mas o que me deixa alarmado é que a linha que separa a crítica ao radicalismo islâmico da islamofobia ficou muito tênue e tem sido cruzada com frequência, especialmente no caso de Martin Amis e Christopher Hitchens. Gostaria que Salman Rushdie e outros dissessem em voz mais alta e clara que veem uma distinção entre o Islã e os radicais do Islã, em vez de agirem como se a tradição ocidental fosse absolutamente livre de barbaridades.”…

Flip, cada um faz a sua
Vida literária / 30/07/2010

Se você está indo à Flip pela primeira vez, talvez não saiba que quando ela nasceu, em 2003, a graça era sentar no banco da praça ao lado do Julian Barnes e puxar um papo de papagaio. Eu não estava lá, o que até hoje lamento de modo amargo. Contam que a caipirinha de Maria Izabel jorrava em fontes, as pousadas estavam repletas de vagas e as plateias contavam-se em dezenas, todo mundo confortavelmente abrigado na intimidade de um auditório de província. Era grande a lista do que ainda não existia: megatendas, setecentos programas paralelos, restaurantes lotados, multidões serpenteando pelas vielas noite adentro atrás de uma mítica Festa Perfeita, gente à beça que nunca leu nem Paulo Coelho em busca de alguma forma de diversão. Parati era pacata como sempre tinha sido, aquelas pedras inacreditáveis tentando torcer seu tornozelo a cada dois passos, mas de repente você podia topar, sei lá, com um coroa americano tentando vender uma bola de beisebol usada e você olhar e o cara ser o Don DeLillo, mas ele estava pedindo alto demais pela bola de beisebol e você seguia em frente – gringo metido a esperto. Naquela primeira Flip, tão pré-historicamente romântica que até…