Mais uma notícia para arquivar na editoria “Fim do romance”? Salman Rushdie vai escrever uma série televisiva americana de ficção científica chamada The next people. “É o melhor de dois mundos. Você pode trabalhar com produções semelhantes às do cinema, mas tendo o devido controle (criativo)”, disse, elogiando o papel fundamental dos autores no formato: “The Sopranos era David Chase, West wing era Aaron Sorkin.” * Para quem não vai a Parati: terminada a festa, algumas das maiores estrelas da Flip darão mole em São Paulo e no Rio de Janeiro. O blog “A biblioteca de Raquel” preparou um roteiro. * Você sabia que, pelo método tradicional de arquivamento de sobrenomes ingleses, os Mcs, como McEwan, vêm antes dos Mas, como Mamet? Mas será que isso ainda faz algum sentido? Mark Sarvas, do referencial blog “The Elegant Variation”, sobre as agruras de quem tem uma biblioteca caseira para organizar. * O mais engraçado daquela última polêmica literária nacional é que, embora ela não tenha ido a lugar nenhum, com defesas dispersas espelhando a inconsistência intelectual do ataque, começam a pipocar as vozes que tentam surfar a marola, como se algo muito importante tivesse ocorrido no panorama da crítica. Meu Deus….
“Meu nome é Moacyr Scliar, eu sou de Porto Alegre…”. Assim começa um depoimento autobiográfico de fôlego (42 minutos) disponível no site da editora gaúcha L&PM, gravado em vídeo menos de um ano atrás. * “Qualquer um que seja honesto consigo mesmo sabe que a internet deixou de ser um grande lugar para consumidores de cultura um ou dois anos atrás. Nos dias de hoje, você pensa que está lendo a rede, mas a rede é que está lendo você – reunindo informações sobre você, tentando lhe vender coisas, empurrando-o para outros links. Na internet, ler é comprar. E às vocês você não quer comprar.” Virginia Heffernan, na revista dominical do “New York Times”, desanca a internet aberta para exaltar os e-readers. Exagero, provavelmente, mas com um fundo de verdade. * A resenha tem muito de anticlímax, assim como a ausência (até agora) de comentários, mas o fato é que começou hoje a nova edição da Copa de Literatura Brasileira.
A Copa de Literatura Brasileira, o mais divertido, democrático e desencanado dos prêmios literários nacionais, está de volta. Abertamente inspirada na competição americana Tournament of Books, a brincadeira foi lançada em 2007 com regras de torneio esportivo: os livros se enfrentam aos pares em esquema de mata-mata, cada partida decidida por um único juiz, até a final em que todos os árbitros votam. Houve três edições consecutivas, vencidas respectivamente por Assis Brasil, Cristovão Tezza e Carola Saavedra. Ano passado, porém, silêncio – a Copa parecia ter se tornado mais uma vítima do ambiente efêmero da internet. Felizmente, foi apenas um hiato que a tabela deste ano, recém-divulgada, dá um jeito de compensar: os 16 títulos concorrentes foram eleitos entre os lançamentos de 2009 e 2010. Liderados pelo economista e preparador editorial Lucas Murtinho, os organizadores prometem que o resultado da primeira partida sairá no dia 28 de fevereiro. Nessa data, juntamente com o anúncio do vencedor, será publicada a resenha de justificativa do voto e estará aberta a temporada de comentários dos leitores, que em certos momentos dos anos anteriores atingiram níveis polêmicos de virulência. De modo geral, é quando começa para valer a diversão – ou o estresse, ou…