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‘A Cabeça’ e o mistério da McSweeney’s
Pelo mundo / 09/03/2011

Faz poucos dias que finalmente botei as mãos no mais recente número da revista (à falta de um nome melhor) literária McSweeney’s, de São Francisco. Editada pelo escritor Dave Eggers, de “O que é o quê”, com a ajuda de um bando de malucos, a maioria em esquema de trabalho voluntário, a McSweeney’s é hoje a coisa mais lúdica, divertida, inquieta e (por que não?) cool existente no mundo da literatura: uma publicação trimestral que desde seu surgimento, em 1998, nunca repetiu um formato. Um dos números, ano passado, foi o jornal mais belo da história, o “Panorama”, comentado na época aqui. Este que eu tenho nas mãos agora, conhecido como “A Cabeça”, é uma caixa de papelão resistente cheia de livretos, revistinhas, postais e artigos mais difíceis de nomear. Não se trata, como podem pensar os cínicos de plantão, de uma forma esfuziante para encobrir a falta de conteúdo: para desmentir essa impressão bastariam o conto de Colm Tóibín e os quatro primeiros capítulos de “Fountain City”, o famoso romance inacabado que quase acabou com a carreira de Michael Chabon, acompanhados de impiedosas notas críticas do próprio autor. Mas “A Cabeça” tem muito mais, e imagino que estarei mexendo…

Nick Hornby e todos aqueles grandes garotos
Pelo mundo / 19/11/2010

O inglês Nick Hornby é o mais recente nome da literatura a aderir a uma bela tendência internacional que bem poderia servir de inspiração para iniciativas locais: abre hoje em Londres uma oficina literária gratuita para crianças a partir de seis anos, com base no trabalho voluntário de escritores e de quem mais quiser participar e em colaboração com escolas públicas da cidade. O autor de “Febre de bola” e “Um grande garoto” segue os passos do americano Dave Eggers, que desde 2002 tem ajudado a espalhar pelos Estados Unidos “clubes de escrita” do gênero, tendo sempre como fachada e chamariz uma loja temática de apelo lúdico – de produtos para piratas, super-heróis ou viajantes espaciais. Em Londres, a decoração e os produtos à venda terão como tema o universo das histórias de horror. O Ministério das Histórias, como Hornby batizou o projeto, anuncia entre seus professores estrelas literárias do calibre de Zadie Smith e Roddy Doyle – que por sua vez encabeça uma empreitada semelhante na Irlanda – e apregoa o objetivo nada modesto de “inspirar uma nação de contadores de histórias”. Aí alguém pode perguntar, pensando no post de quarta-feira passada aqui no blog: mas já não temos…