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Literatura e ‘carreira’: marketing e sorte não surgiram ontem
Vida literária / 05/03/2012

As oficinas literárias costumam ser responsabilizadas pela crescente padronização e achatamento da narrativa contemporânea. Isso é injusto. É a ansiedade dos escritores temerosos de serem excluídos de sua carreira de eleição, ao lado da crença compartilhada de que nós sabemos o que é a literatura e como produzi-la, que encoraja as pessoas a escrever livros semelhantes. Não, o trecho acima não é de Saul Bellow (foto), que só será invocado algumas linhas abaixo: foi extraído deste artigo (em inglês), publicado por Tim Parks no blog do The New York Review of Books. O texto vem provocando boas conversas na blogosfera literária ao atacar, em busca de uma visão ampla, diversos aspectos polêmicos de um certo estado da literatura hoje – um balaio em que se engalfinham aspirantes e escritores “profissionais” em número inédito, cada um com seu agente e seu perfil no Facebook, todos fazendo mais ou menos a mesma coisa, segundo a avaliação pessimista do autor: Na verdade, ninguém está esperando nada muito novo. Apenas novas versões do velho. Muitas vezes, ao ler livros para resenhá-los ou talvez como jurado de um prêmio, esbarro em romances caprichados que “fazem literatura” como ela é conhecida. A literatura de ficção tornou-se…