A partir do dia 19 de junho será possível baixar no Kindle todos os sete livros da série Harry Potter, o arrasa-quarteirão de J.K. Rowling, em cinco línguas (inglês, espanhol, francês, alemão e italiano), sem que o cartão de crédito do usuário seja debitado em um único centavo. Os títulos são a mais nova aquisição da “biblioteca” do Kindle, que permite pegar emprestado até um título por mês. Mais detalhes, em inglês, aqui. Ora, qualquer um que tenha cinco minutos de familiaridade com um leitor eletrônico sabe que a diferença entre o empréstimo e a compra pode ser meramente teórica no intangível universo digital – mesmo porque a Amazon anuncia que “não há data de devolução” para os livros da biblioteca do Kindle. Onde, então, estará a pegadinha? A pegadinha, se é que se pode chamar assim, é o amadurecimento de um conceito que já estava embutido no projeto Kindle desde o início: o do dono do aparelho como membro de um clube. A “biblioteca” não é exatamente gratuita no fim das contas: só têm acesso a seus (por enquanto) 145 mil títulos – e a benefícios como entrega rápida de livros físicos sem taxa extra e um acervo de…
J.K. Rowling anunciou que está escrevendo um novo romance – e que desta vez é um livro adulto! Só isso. Nem tema, nem data aproximada de lançamento, nada. J.K. Rowling está escrevendo um livro, é adulto, ponto. Tão desmesurado é o poder da mãe de Harry Potter, há não mais de 15 anos uma pobretona aspirante às letras, que todos se agitam: o “Guardian” aposta num romance policial, livreiros soltam fogos, editores afiam as unhas – ela informou julgar natural que a “nova fase” de sua carreira ocorra noutras casas editoriais, o que evidentemente não deixou felizes suas parceiras de HP Bloomsbury no Reino Unido, Scholastic nos EUA, Rocco no Brasil e dezenas de outras pelo mundo. Como se sabe, a varinha mágica de Rowling foi turbinada pelo bônus de vender mais de 450 milhões de exemplares dos livros do bruxo adolescente de óculos, 11 milhões só nas primeiras 24 horas do lançamento americano de “Deathly hallows” (Relíquias da morte), o último da série, em 2007. Mas conseguirá sua mágica migrar com igual força para outro mundo, outra visão de mundo – ou o que quer que ela queira dizer com esse papo de literatura “adulta”, policial ou não? Não…
O “novo projeto” de J.K. Rowling não é mais um livro protagonizado por Harry Potter, diz a versão oficial, mas isso não impede a autora de continuar fazendo mágica. Venha o que vier, uma coisa parece certa: será mais uma aula sobre como usar os recursos do mundo digital para manter vivo e vendável um mundo ficcional. Num momento em que tanto se fala de “literatura expandida”, convém prestar atenção. O site pottermore.com, que entrou no ar na semana passada, consiste por enquanto apenas de uma página ilustrada por duas corujas, em que se vê a assinatura da autora sob um aviso: “Em breve”. Isso foi o suficiente para deflagrar um surto de histeria (notícia aqui de VEJA.com) entre os milhões de fãs de Harry Potter. Seria um jogo online? Uma enciclopédia sobre o “mundo potteriano”? Apenas uma ferramenta de promoção do último filme da série, “Harry Potter e as relíquias da morte – Parte 2”, que estreia mês que vem? Os boatos de que se trataria de um novo livro foram desmentidos por um porta-voz da autora, mas persistem – o que é compreensível, se for levado em conta que Rowling já admitiu dar prosseguimento à série e que…