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Sobre o artigo de Italo Moriconi no ‘Prosa’
Vida literária / 22/11/2010

Ao longo de três décadas, dos anos 60 aos 90, o ensino universitário da literatura desconstruiu o fetiche da “boa literatura” em nome de uma ciência/política geral dos discursos e da noção do texto como objeto do desejo estético, autorizado por disciplinas que iam desde a psicanálise e a antropologia até os marcos existenciais e estéticos de um contexto favorável ao anticonvencional, às experimentações, às vanguardas tardias ou pós-modernas, aos minimalismos antinarrativos. Tudo isso mudou. As sucessivas levas de novos escritores surgidas nos últimos anos, com algumas exceções, não têm estado nem um pouco interessadas em desconstruir o signo literário ou questionar convenções de qualquer tipo, até porque esse questionamento já se tornara ele próprio convencional e repetitivo. Elas têm se mostrado interessadas em recuperar e praticar o valor positivo do fetiche literário enquanto algo pragmático. Sobretudo estão interessadas em buscar seu público não através da mediação da academia (como ocorrera em parte no caso da geração 70) e sim na relação direta com as clássicas instituições do mercado e da vida literária extra-acadêmica. O imperdível artigo “A reinvenção do fetiche literário”, de Italo Moriconi, publicado no Prosa & Verso do último sábado, faz a necessária – ainda que tardia…