Desde os primeiros tempos do Todoprosa, que estreou há mais de quatro anos no extinto site “NoMínimo”, a seção “Começos inesquecíveis” foi sua marca mais forte. Não é difícil imaginar por quê. Em primeiro lugar, lembrar os grandes inícios da história do romance é uma forma de sugerir leituras do modo mais saboroso que existe, isto é, oferecendo pequenas provas. Se o começo agradou, por que não tentar o livro inteiro? Aberturas lapidares, afinal, são concebidas precisamente com este fim principal, manter o leitor lendo. O que leva àquela que acredito ser a segunda razão do sucesso dos “Começos inesquecíveis”: o fascínio de ver se desenrolar essa mágica que não tem fórmula, que pode assumir mil feições, da simplicidade absoluta ao rebuscamento mais vertiginoso, mas que certamente é mais necessária do que nunca num mundo que vê a multiplicação diária de textos pedindo para serem lidos, enquanto nosso tempo, que não espicha, endurece o jogo. Como manter o leitor lendo? A abertura perfeita, capaz de fisgar qualquer um desde a primeira palavra, é obviamente um mito. Tentar se aproximar dela é o que vale. Esta nova fase dos “Começos inesquecíveis” na Veja.com me apresentou de cara um problema: como não…